Será que existe frete grátis?
*Guilherme Reitz
Você sabe quanto custa o “frete grátis”? E você sabe quem paga pelo frete quando ele sai sem custo para o consumidor? Essas são algumas questões que pouco são respondidas dentro e fora do mercado de varejo, principalmente pelos consumidores que são atraídos pela frase “Frete Grátis” em cada propaganda, comercial ou newsletter que é enviado. Esta é uma das diversas palavras-chaves bastante usadas no mercado de varejo em geral, principalmente no online, por aumentar consideravelmente o número de acessos, e consequentemente de compras convertidas nos sites.
Há empresas que utilizam do frete grátis todo o tempo, outras aproveitam para usar em datas comemorativas, pois são ótimas oportunidades dos clientes conseguirem adquirir os produtos com um preço consideravelmente melhor, além da economia com o transporte. Porém, odeio estragar a “festa”, mas o frete grátis, de fato, não existe! Se ele não está sendo cobrado do cliente final, alguém está arcando com esse custo.
A política do frete grátis surgiu nos anos 90, nos Estados Unidos, e era bastante utilizada pela maioria dos varejistas, que ofereciam essa opção como forma de estimular seus clientes a comprarem. Essa prática funcionou no início, pois era cômodo para os consumidores e para as empresas, custear o serviço de entrega não afetava consideravelmente nas operações.
O Brasil apostou no modelo americano, porém se deparou com a nossa logística deficitária, onde os custos com os transportes eram elevados. Assim, muitos e-commerces passaram a perder com essa prática e muitos deles chegaram a operar no vermelho, fazendo com que os índices de frete grátis fossem aos poucos saindo de uso.
A partir daí, as empresas começaram a repassar os custos do frete para os clientes, mas de uma forma que não acarretasse no abandono de carrinho, o que poderia ocasionar outro problema para as marcas. Os varejistas então começaram aos poucos a ofertar diferentes formas de entrega, dando ao cliente a opção de escolher a melhor maneira de adquirir o produto - assim como vemos nos dias de hoje.
Mesmo sendo pouco visto pelos consumidores em geral, a oferta de frete grátis ainda é comum, e os varejistas usam essa tática para não só atrair clientes, mas para fidelizá-los. Vale lembrar que quando bem estruturada uma campanha, mais benefícios à loja virtual. Entretanto, se não for bem planejada, uma política de frete grátis pode trazer muitos prejuízos para o lojista, podendo até zerar a margem do lucro na venda.
É importante ressaltar que devido à baixa qualidade da logística no Brasil, muitas pessoas ainda preferem pagar mais caro por um melhor serviço. O crucial é garantir, primeiramente, a satisfação do cliente e as condições de frete são determinantes nesta hora. Outro ponto importante é melhorar o seu serviço, apostando em soluções inovadoras que já estão disponíveis no mercado e que permitam a elaboração de campanhas de frete segmentadas e eficientes, que não afetarão a margem de lucro de sua empresa.
*Guilherme Reitz é fundador do Axado, empresa catarinense, líder no mercado de gestão de fretes para e-commerce, indústrias e varejo físico. Com atuação nacional e por meio de uma equipe especializada, a empresa oferece soluções do pré ao pós-venda, com foco na eficiência e redução de custos logísticos.
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