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V Fórum Empreendedoras reuniu mais de mil mulheres no Maksoud Plaza em São Paulo

O evento trouxe diferentes realidades de empreendedoras e provocou reflexões sobre a mulher na sociedade e nos negócios


Mais de mil mulheres estiveram presente no espaço de eventos do Macksoud Plaza para o Fórum Empreendedoras na última quinta-feira (dia 22). Mesmo sem assentos livres no auditório principal, onde ocorreram as palestras e painéis, todas as outras atividades simultâneas como as salas de mentoria, rodada de negócios internacional e workshops do Facebook, atingiram capacidade máxima. A movimentação entre os 35 stands da Feira de Negócios não foi diferente. E os resultados também não poderiam ser melhores: 120 mulheres mentoradas, 56 orientadas pela Apex e compradoras internacionais e 240 empreendedoras capacitadas pela Oficina do Facebook.

Afinal, “quem são elas?”
Os resultados da tão aguardada pesquisa tomou toda a atenção para apresentar “Quem São Elas” que foi realizada pela Rede Mulher Empreendedora com apoio do Itaú, Avon e Facebook. A apresentação mostrou diferentes perfis a partir de diversos recortes com destaque para os de CLASSES SOCIAIS, MATERNIDADE e FINANCEIRO que demonstraram dados NUNCA citados em nenhuma outra pesquisa sobre o tema.

Algumas constatações guiaram o debate dos painéis seguintes, como: 75% das mulheres decidem empreender após terem tido filhos; 14% das empreendedoras não fazem nenhum tipo de controle financeiro de suas empresas; mulheres da classe C são menos incentivadas e assumem para si a grande parte das tarefas domésticas; somos otimistas: a grande maioria das empreendedoras afirmam que seus negócios melhoraram nos últimos 3 anos e acreditam que continuarão melhorando.

“Precisamos espalhar coragem”
O painel “Elas fazem e acontecem”, com as jornalistas Juliana de Faria, fundadora do Think Olga, e Semayat Oliveira, fundadora do coletivo Nós, mulheres da periferia, fizeram o auditório sair da zona de conforto e refletir sobre o papel da mulher e da sociedade no combate ao machismo e racismo.
Semayat, mulher negra e moradora do Jardim Miriam, periferia de São Paulo, falou sobre mulheres que empreendem sozinha, por necessidade e sustento da família. É necessário reconhecer privilégios e exercitar ações inclusivas para mulheres – sobretudo negras, cuja maioria permanece fora de instituições e posições de liderança.
Juliana reforçou a necessidade de quebrar o estereótipo de que mulheres são concorrentes uma das outras. Falou sobre “espalhar coragem”, ou seja, debater assuntos pertinentes para que mais mulheres se levantem pela causa.

“Colocaram na nossa cabeça que mulher não sabe mexer com conta. Isso não é verdade”
No painel “Sucesso no feminino: Venci! Como posso ajudar?”, Luiza Trajano (Magazine Luiza), Chieko Aoki (Blue Tree Hotel) e Sônia Hess (Dudalina) foram enfáticas ao comentar a constatação da pesquisa apresentada: 14% das mulheres não realizam controle financeiro de suas empresas. Falaram de suas próprias experiências com a administração de finanças e deixaram o recado: é de extrema importância estar a par, diariamente, das contas de sua empresa. É comum empreendedoras delegarem totalmente essa função a outras pessoas, como o marido, situação que as coloca em riscos de fraude e falência.
Luiza Trajano deixou a dica: “A mulher bota na cabeça que mulher não sabe mexer com conta. Isso é coisa que botaram na cabeça. A capacidade que a gente tem de simplificar a matemática financeira é uma coisa de outro mundo. Faça do seu próprio jeito”.

Lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na tecnologia
O painel “Mulheres na tecnologia – como mudar esse cenário?”, recebeu Camila Achutti, da Mastertech, Iana Chan, da Programaria, e Tássia Chiardelli, da OPA e Mulheres 50+ em Rede. A discussão se deu em torno das soluções para transformar a atual situação da mulher em um meio considerado masculino no qual são minoria. Camila definiu: “É um mercado competitivo, você tem que se provar o momento todo, por ser mulher, e ainda ganhar 80% do que um homem ganha”

Emoção com refugiadas empreendedoras
Foram muitos momentos de inspiração, emoção e total comprometimento das empreendedoras e palestrantes. Mesmo com muitas atrações acontecendo no evento, o auditório permanecia cheio até o último painel, que fechou com as refugiadas que a RME apoia no empreender, no qual uma das histórias, a da Muna – uma refugiada da síria - fez todo mundo se emocionar com seu depoimento verdadeiro e realista “ Deixei 30 anos de minha vida para trás, aqui recomeço a cada dia”.

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