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9º FinancIES reúne executivos de 19 estados do País

Fórum dos Executivos Financeiros para as Instituições de Ensino Privadas do Brasil acontece pela primeira vez no Nordeste e aborda temas como o futuro do Fies

Gestores da área financeira de 19 estados do País estão envolvidos em uma série de discussões sobre os rumos da educação brasileira, no 9º Fórum dos Executivos Financeiros para as Instituições de Ensino Privadas do Brasil (FinancIES). Realizado pela primeira vez no Nordeste, o evento começou na última quinta-feira, 20, e prossegue até este sábado, 22 de outubro. As atividades acontecem no Campus Farolândia da Universidade Tiradentes, em Aracaju, capital de Sergipe.

O evento aborda o tema central “Infraestrutura e Inovação Acadêmica para o Crescimento Sustentável” e conta com ampla programação. “A importância da infraestrutura, um dos nossos temas, é básica no ambiente formador da personalidade dos nossos alunos. Um ambiente que deve ser atrativo não apenas como um local de reunião dos estudantes, livros e professores, mas como um local de interação com o mundo, que atenda as necessidades sociais e estimule o aprendizado. Tudo isso combinado à inovação, ou seja, modificar antigos costumes, legislações e processos com foco na adaptação para que os profissionais possam continuar relevantes dentro do mercado de trabalho”, avalia o presidente do FinancIES e membro do Conselho Consultivo da Universidade Braz Cubas – UBC –, professor Iram Alves dos Santos.

“O momento é de profunda mudança no mercado de ensino superior e eu não me refiro a fusões e aquisições, mas sim ao modelo e a visão de futuro para o nosso negócio em cinco ou 10 anos. Precisaremos de prédios? Salas convencionais? Qual o papel das lideranças e das equipes nesse cenário? Que habilidades serão necessárias? Como inovar? Entendo que o gestor financeiro deve fazer a diferença dentro da IES trazendo temas como compliance, auditoria interna e externa, planejamento orçamentário, planejamento estratégico e, para mim, o mais importante de todos, a governança corporativa, pois com ela todo o resto vem por tabela”, analisa o superintendente-geral do Grupo Tiradentes, professor Jouberto Uchôa de Mendonça Júnior.

Fies em pauta

Um dos pontos altos da programação foi a discussão sobre os recursos destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), diante da recente polêmica sobre a liberação de verbas e novas regras do programa, além das dificuldades para renovação de contratos. O debate contou com a participação do reitor do Centro Universitário Ages, da Bahia, José Wilson dos Santos; do diretor-geral da Faculdade Ajes, do Mato Grosso, Clódis Menegaz; do diretor administrativo da mantenedora da Univale, de Itajaí (SC), Renato Bretzke; e do superintendente administrativo-financeiro do Grupo Tiradentes, André Tavares de Andrade.

O futuro do Fies ainda gera incertezas entre os mantenedores das instituições de ensino superior. Para Clódis Menegaz, é impossível contar com o Fundo de Financiamento Estudantil nos próximos anos, por conta do cenário econômico – que não se recomporá tão rápido para que um volume suficiente de contratos continue sendo subsidiado pelo Governo Federal –, e também pelos altos custos que o programa representa para as instituições particulares de ensino. Hoje, as mantenedoras assumem cerca de 14% das despesas por aluno.

“As alternativas são de fomentar as iniciativas privadas e eu, pessoalmente, acredito que chegará o momento em que nós teremos que desvincular as mensalidades do período de aula, fazer com que uma semestralidade tenha mais de seis parcelas, para que possamos manter o ambiente de aprendizagem com a menor ociosidade possível”, argumenta Menegaz.

Com 75% de alunos Fies, o reitor do Centro Universitário AGES, José Wilson dos Santos, defende um sistema em que haja garantia de que o número de alunos ingressantes seja, no mínimo, equivalente ao de formados. “A cada ano, o Ministério da Educação reduz a quantidade de contratos e nós perdemos os alunos que se formam. Precisamos garantir que cada instituição tenha um equilíbrio financeiro a partir de uma garantia de que o MEC nos dará, pelo menos, o mesmo número de alunos que saem. Se eu formei 500 alunos Fies, ele precisa me dar a mesma quantidade”, propõe.

Para o superintendente administrativo-financeiro do Grupo Tiradentes, André Tavares, é importante que as mantenedoras tenham coerência estratégica. “Não adianta ter um grande percentual de alunos Fies e não fazer reserva de caixa para uma eventual mudança de cenário. No Grupo Tiradentes, nós tomamos a decisão, em 2013, de que não ultrapassaríamos 40% da nossa receita com o Fies. Mas essa é uma decisão que varia de acordo da condição de cada instituição”, analisa.

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