Nordestinos e chineses são as principais vítimas de tráfico de pessoas para fins de trabalho escravo no Rio
Em evento promovido pela Defensoria Pública do Rio, especialistas explicam o perfil das pessoas traficadas para trabalho escravo no estado. Pastelarias e construção civil são os que mais absorvem essa mão de obra
No Rio de Janeiro, foram registrados 194 casos de tráfico de pessoas para fornecimento de mão de obra escrava, sobretudo na construção civil e em pastelarias. Foi o que afirmou Sávia Cordeiro, da Secretaria Estadual de Assistência Social e de Direitos Humanos (Seasdh), ao participar de um curso de capacitação sobre o tema promovido pela Defensoria Pública do Estado (DPRJ), nesta sexta-feira (27), na sua sede no Centro. O evento faz parte das ações do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado neste sábado (28).
Destinado a quem trabalha no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o curso sobre tráfico de pessoas e trabalho escravo organizado pela defensora pública Gislane Kepe teve como principal objetivo capacitar esses profissionais para que possam reconhecer as pessoas submetidas a essas violações, acionar a rede de proteção e, assim, contribuir com o resgate das vítimas.
No evento, a palestrante Sávia destacou que um olhar atento pode ajudar a interromper uma situação de exploração. Ela citou como exemplo um chinês atendido no Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Seasdh, do qual é responsável. De acordo com ela, o órgão foi acionado pelo profissional de saúde que prestou socorro ao homem, em um hospital do Rio. Ele fora vítima de diversas agressões física por parte de seu empregador, um dono de pastelaria, que o submetia ao trabalho escravo.
Os chineses, segundo a especialista, são os mais traficados para o trabalho escravo no Rio. Completam esse perfil também os brasileiros oriundos do Nordeste, que são cooptados com a promessa de empregos dignos na construção civil, mas acabam sendo explorados. Sávia explicou que a maioria das pessoas traficadas no estado são homens, têm entre 18 e 35 anos e possuem baixa escolaridade.
– O que leva muitos a serem vítimas de tráfico de pessoas é justamente a situação de vulnerabilidade na qual se encontram – afirmou.
Segundo a especialista, é importante fortalecer a rede de proteção, por isso a necessidade das pessoas denunciarem as suspeitas ao Disque 100 e ao Disque 180, ou procurarem algum órgão do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Erradicação ao Trabalho Escravo, como o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública, o Ministério Público do Trabalho ou o Ministério do Trabalho e Emprego.
Nesse sentido, a defensora Gislane destacou a importância de participar sociedade mais ativamente no combate ao tráfico de pessoas.
– O Rio de Janeiro ainda não está ciente da grande demanda de vítimas do trabalho escravo e do tráfico de pessoas. Isso ainda é bem recente, principalmente em relação à assistência social e à saúde. Então, esse curso que fizemos, e que contarão com mais módulos, visa justamente a sensibilizar e capacitar os profissionais para o atendimento e sobre o que fazer – afirmou a defensora.
Também palestrante no evento, a professora Cristina Fernandes, do Centro Integrado de Atendimento à Mulher Márcia Lyra, enfatizou que “a vigilância social é o que instrumentaliza o trabalho da rede de proteção”.
– Estamos ali para ser uma ferramenta de proteção social. Temos que estar focados no atendimento digno a essas pessoas. Por isso, é necessária essa ação. Nosso papel é de compor uma política pública – ressaltou.
Também participaram do evento como palestrantes as professoras Marcela Soares e Julia de Paula, da Universidade Federal Fluminense; Thalles Arcoverde, defensor público da União; e Jacqueline Freire e Lara Olej, representantes da Cáritas.
No Rio de Janeiro, foram registrados 194 casos de tráfico de pessoas para fornecimento de mão de obra escrava, sobretudo na construção civil e em pastelarias. Foi o que afirmou Sávia Cordeiro, da Secretaria Estadual de Assistência Social e de Direitos Humanos (Seasdh), ao participar de um curso de capacitação sobre o tema promovido pela Defensoria Pública do Estado (DPRJ), nesta sexta-feira (27), na sua sede no Centro. O evento faz parte das ações do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado neste sábado (28).
Destinado a quem trabalha no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o curso sobre tráfico de pessoas e trabalho escravo organizado pela defensora pública Gislane Kepe teve como principal objetivo capacitar esses profissionais para que possam reconhecer as pessoas submetidas a essas violações, acionar a rede de proteção e, assim, contribuir com o resgate das vítimas.
No evento, a palestrante Sávia destacou que um olhar atento pode ajudar a interromper uma situação de exploração. Ela citou como exemplo um chinês atendido no Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Seasdh, do qual é responsável. De acordo com ela, o órgão foi acionado pelo profissional de saúde que prestou socorro ao homem, em um hospital do Rio. Ele fora vítima de diversas agressões física por parte de seu empregador, um dono de pastelaria, que o submetia ao trabalho escravo.
Os chineses, segundo a especialista, são os mais traficados para o trabalho escravo no Rio. Completam esse perfil também os brasileiros oriundos do Nordeste, que são cooptados com a promessa de empregos dignos na construção civil, mas acabam sendo explorados. Sávia explicou que a maioria das pessoas traficadas no estado são homens, têm entre 18 e 35 anos e possuem baixa escolaridade.
– O que leva muitos a serem vítimas de tráfico de pessoas é justamente a situação de vulnerabilidade na qual se encontram – afirmou.
Segundo a especialista, é importante fortalecer a rede de proteção, por isso a necessidade das pessoas denunciarem as suspeitas ao Disque 100 e ao Disque 180, ou procurarem algum órgão do Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Erradicação ao Trabalho Escravo, como o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública, o Ministério Público do Trabalho ou o Ministério do Trabalho e Emprego.
Nesse sentido, a defensora Gislane destacou a importância de participar sociedade mais ativamente no combate ao tráfico de pessoas.
– O Rio de Janeiro ainda não está ciente da grande demanda de vítimas do trabalho escravo e do tráfico de pessoas. Isso ainda é bem recente, principalmente em relação à assistência social e à saúde. Então, esse curso que fizemos, e que contarão com mais módulos, visa justamente a sensibilizar e capacitar os profissionais para o atendimento e sobre o que fazer – afirmou a defensora.
Também palestrante no evento, a professora Cristina Fernandes, do Centro Integrado de Atendimento à Mulher Márcia Lyra, enfatizou que “a vigilância social é o que instrumentaliza o trabalho da rede de proteção”.
– Estamos ali para ser uma ferramenta de proteção social. Temos que estar focados no atendimento digno a essas pessoas. Por isso, é necessária essa ação. Nosso papel é de compor uma política pública – ressaltou.
Também participaram do evento como palestrantes as professoras Marcela Soares e Julia de Paula, da Universidade Federal Fluminense; Thalles Arcoverde, defensor público da União; e Jacqueline Freire e Lara Olej, representantes da Cáritas.
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