Sinais positivos na economia devem estimular PMEs em 2017
Por Othon Almeida*
Ainda estamos nas primeiras semanas do ano, mas percebemos que, pelo menos por enquanto, as perspectivas do empresariado brasileiro para 2017 são positivas. O País foi tomado de grande desapontamento pelo frustrante desempenho da economia nos últimos tempos e, após o conturbado ano de 2016, os olhos do mercado se voltam para as perspectivas para este novo ano. A retomada do crescimento e do desenvolvimento se apresenta como um dos grandes desafios para a sociedade brasileira.
Um dado importante e positivo, que deve ser observado com muita atenção, é a evolução dos preços no país. Em 2015, a inflação oficial do Brasil fechou em quase 11%, mas foi desacelerando ao longo do ano passado, e encerrou 2016 em 6,29%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), abaixo do teto máximo da meta do governo, que é de 6,5%. E, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central do Brasil, o mercado espera que a inflação fique em 4,81% este ano, retornando a uma marca próxima do centro da meta (fixada em 4,5%) e causando um efeito positivo sobre a economia, os consumidores e as empresas.
Apesar da retração do mercado até o momento, as pequenas e médias empresas (PMEs), especialmente, esperam ganhar espaço quando a economia se reaquecer. A perspectiva de recuperação do Brasil faz com que as organizações de menor porte se mostrem mais confiantes com os resultados de seus negócios, segundo a pesquisa Agenda 2017, realizada pela Deloitte.
De acordo com o levantamento, que contou com a participação de 746 empresas brasileiras de diversos segmentos (das quais 52% PMEs), a soma das receitas líquidas previstas pelas organizações de menor porte deve chegar a cerca de R$ 30 bilhões em 2017, valor nominal 12,2% maior do que os R$ 26,7 bilhões esperados para 2016. Esse crescimento previsto é 3,9 pontos percentuais maior do que os 8,3% de avanço de receitas estimado pela totalidade das organizações que participaram da pesquisa.
Apesar de esperarem um aumento de vendas e negócios, a maioria das PMEs (56%) estima manter o mesmo contingente de empregados no ano que vem. Pelo lado mais positivo, outras 30% preveem aumentar seu quadro funcional, enquanto que 14% disseram que vão reduzi-lo, de acordo com a pesquisa.
Uma das maiores preocupações das pequenas e médias empresas, de uma maneira geral, é a gestão do caixa. Para manter um bom empreendimento, é necessário ter controle eficiente do fluxo de caixa. Se há algo positivo na crise, concluímos que, ao longo dos últimos anos, as PMEs sofreram bastante para se manterem ativas no mercado e agora elas administram muito melhor este assunto.
Apesar de previsões menos otimistas apontarem que a economia brasileira só deve voltar a se reaquecer em 2018, percebemos que as pequenas e médias empresas estão propensas a operar pela mudança de cenário já em 2017. Algumas alternativas aparecem como prioritárias. De acordo com o levantamento, o lançamento de novos produtos ou serviços é a principal prioridade das empresas para destinar seus investimentos este ano; seguido por substituição de máquinas e equipamentos. Outro fator importante é a implementação de práticas de governança e melhorias na qualidade de informação dentro das companhias.
Apesar de um cenário ainda incerto, existem diversas indicações de que tendemos a ter a economia em expansão novamente. O varejo já vem dando indícios de progresso. Após quatro quedas seguidas, o comércio varejista voltou a crescer no último trimestre de 2016. De outubro para novembro, foi registrada uma surpreendente alta de 2% nas vendas, tornando-se o melhor resultado desde julho de 2013, quando o avanço foi de 2,9%, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado deve ficar atento também ao segmento de infraestrutura, uma das atividades econômicas que deve reagir positivamente este ano, especialmente ante os planos do governo federal de retomar e reforçar grandes projetos, concessões e privatizações, com investimentos em estradas, saneamento, aeroportos, portos, transporte e mobilidade urbana.
Outra boa notícia é a baixa das taxas de juros. Agora em janeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa básica da economia, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano, o que pode estimular especialmente as companhias de menor porte, tão necessitadas de crédito mais barato.
Ainda não é possível dizer que deixamos para trás os principais problemas que têm limitado o impulso desenvolvimentista de nosso país. Mas os sinais de melhora das condições econômicas – aliados ao pujante otimismo de empresários e gestores cansados de padecer diante do momento de grave crise em que vivemos – devem fazer com que 2017 seja de fato um ano de inflexão, que certamente impulsionará a retomada do crescimento, especialmente para as pequenas e médias organizações.
*Othon Almeida é sócio-líder da área de Desenvolvimento de Mercados da Deloitte.
Ainda estamos nas primeiras semanas do ano, mas percebemos que, pelo menos por enquanto, as perspectivas do empresariado brasileiro para 2017 são positivas. O País foi tomado de grande desapontamento pelo frustrante desempenho da economia nos últimos tempos e, após o conturbado ano de 2016, os olhos do mercado se voltam para as perspectivas para este novo ano. A retomada do crescimento e do desenvolvimento se apresenta como um dos grandes desafios para a sociedade brasileira.
Um dado importante e positivo, que deve ser observado com muita atenção, é a evolução dos preços no país. Em 2015, a inflação oficial do Brasil fechou em quase 11%, mas foi desacelerando ao longo do ano passado, e encerrou 2016 em 6,29%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), abaixo do teto máximo da meta do governo, que é de 6,5%. E, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central do Brasil, o mercado espera que a inflação fique em 4,81% este ano, retornando a uma marca próxima do centro da meta (fixada em 4,5%) e causando um efeito positivo sobre a economia, os consumidores e as empresas.
Apesar da retração do mercado até o momento, as pequenas e médias empresas (PMEs), especialmente, esperam ganhar espaço quando a economia se reaquecer. A perspectiva de recuperação do Brasil faz com que as organizações de menor porte se mostrem mais confiantes com os resultados de seus negócios, segundo a pesquisa Agenda 2017, realizada pela Deloitte.
De acordo com o levantamento, que contou com a participação de 746 empresas brasileiras de diversos segmentos (das quais 52% PMEs), a soma das receitas líquidas previstas pelas organizações de menor porte deve chegar a cerca de R$ 30 bilhões em 2017, valor nominal 12,2% maior do que os R$ 26,7 bilhões esperados para 2016. Esse crescimento previsto é 3,9 pontos percentuais maior do que os 8,3% de avanço de receitas estimado pela totalidade das organizações que participaram da pesquisa.
Apesar de esperarem um aumento de vendas e negócios, a maioria das PMEs (56%) estima manter o mesmo contingente de empregados no ano que vem. Pelo lado mais positivo, outras 30% preveem aumentar seu quadro funcional, enquanto que 14% disseram que vão reduzi-lo, de acordo com a pesquisa.
Uma das maiores preocupações das pequenas e médias empresas, de uma maneira geral, é a gestão do caixa. Para manter um bom empreendimento, é necessário ter controle eficiente do fluxo de caixa. Se há algo positivo na crise, concluímos que, ao longo dos últimos anos, as PMEs sofreram bastante para se manterem ativas no mercado e agora elas administram muito melhor este assunto.
Apesar de previsões menos otimistas apontarem que a economia brasileira só deve voltar a se reaquecer em 2018, percebemos que as pequenas e médias empresas estão propensas a operar pela mudança de cenário já em 2017. Algumas alternativas aparecem como prioritárias. De acordo com o levantamento, o lançamento de novos produtos ou serviços é a principal prioridade das empresas para destinar seus investimentos este ano; seguido por substituição de máquinas e equipamentos. Outro fator importante é a implementação de práticas de governança e melhorias na qualidade de informação dentro das companhias.
Apesar de um cenário ainda incerto, existem diversas indicações de que tendemos a ter a economia em expansão novamente. O varejo já vem dando indícios de progresso. Após quatro quedas seguidas, o comércio varejista voltou a crescer no último trimestre de 2016. De outubro para novembro, foi registrada uma surpreendente alta de 2% nas vendas, tornando-se o melhor resultado desde julho de 2013, quando o avanço foi de 2,9%, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado deve ficar atento também ao segmento de infraestrutura, uma das atividades econômicas que deve reagir positivamente este ano, especialmente ante os planos do governo federal de retomar e reforçar grandes projetos, concessões e privatizações, com investimentos em estradas, saneamento, aeroportos, portos, transporte e mobilidade urbana.
Outra boa notícia é a baixa das taxas de juros. Agora em janeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa básica da economia, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano, o que pode estimular especialmente as companhias de menor porte, tão necessitadas de crédito mais barato.
Ainda não é possível dizer que deixamos para trás os principais problemas que têm limitado o impulso desenvolvimentista de nosso país. Mas os sinais de melhora das condições econômicas – aliados ao pujante otimismo de empresários e gestores cansados de padecer diante do momento de grave crise em que vivemos – devem fazer com que 2017 seja de fato um ano de inflexão, que certamente impulsionará a retomada do crescimento, especialmente para as pequenas e médias organizações.
*Othon Almeida é sócio-líder da área de Desenvolvimento de Mercados da Deloitte.
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