Em meio à crise e pagamentos de início de ano, 80% dos brasileiros não conseguiram poupar em janeiro, diz SPC Brasil e CNDL
Entre os poupadores, média reservada foi de R$ 446. 48% precisaram utilizar parte da reserva financeira
Em meio aos gastos típicos de início de ano, os brasileiros não estão conseguindo poupar dinheiro nos primeiros meses de 2017. A situação é agravada ainda mais pela contínua crise econômica, que reduz a renda disponível das famílias. O Indicador de Reserva Financeira, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que expressivos 80% dos entrevistados não conseguiram poupar, ante 17% que conseguiram, no mês anterior à pesquisa, em janeiro.
Como esperado, nas classes A e B, a proporção de poupadores foi maior do que nas classes C, D e E: enquanto no estrato superior de renda 34% guardaram algum valor em janeiro, no estrato inferior essa proporção foi de 12%, pouco mais de um a cada dez dos entrevistados dessa classe de renda específica. A comparação entre homens e mulheres não mostra diferença estatisticamente significante.
Entre os que conseguiram poupar em janeiro, a quantia média foi de R$ 446,49, um pouco abaixo da quantia média observada em dezembro (R$ 480,85).
“Além da questão conjuntural da economia, o início de ano concentra o pagamento de alguns tributos e a chegada da fatura dos gastos de final de ano, apertando o orçamento famílias e reduzindo a margem para poupança”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “A constituição de uma reserva financeira é garantia contra imprevistos, além de um meio para a realização de planos de consumo. O consumidor que, nesses casos, não pode se valer de recursos próprios, tem de recorrer a entidades financeiras, arcando com juros geralmente bastante elevados”, avalia.
35% dos poupadores são motivados por medo de imprevistos
O levantamento ainda mostra que a maior parte dos poupadores busca, ao fazer uma reserva, proteger-se contra imprevistos como doenças, morte e problemas diversos (35%) ou mesmo reserva para o caso de desemprego (27%). Há também 27% que poupam pensando em garantir um futuro melhor para a família, 26% que citam planos de viajar e 23% a realização de sonhos de consumo.
Em tempos de discussão sobre a reforma da previdência, somente 16% mencionam a aposentadoria como motivação do hábito de guardar dinheiro. “É um percentual bastante baixo, já que estamos considerando apenas a realidade dos poupadores”, alerta Kawauti. “A longo prazo, a falta de preparo cobra seu preço. Sem constituir uma reserva ao longo da vida, muitos idosos são obrigados a rever seu padrão de consumo ou acabam na dependência de terceiros”.
De acordo com os dados, mesmo entre os poupadores habituais, 48% precisaram dispor de sua reserva financeira em janeiro. Os principais motivos foram o pagamento de contas da casa (16%), despesas extras (16%) e dívidas (10%).
Metodologia
O indicador calcula a poupança do brasileiro baseada no dinheiro guardado no mês anterior a pesquisa. A pesquisa abrangeu 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
Baixe a análise do Indicador de Reserva Financeira no link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
Como esperado, nas classes A e B, a proporção de poupadores foi maior do que nas classes C, D e E: enquanto no estrato superior de renda 34% guardaram algum valor em janeiro, no estrato inferior essa proporção foi de 12%, pouco mais de um a cada dez dos entrevistados dessa classe de renda específica. A comparação entre homens e mulheres não mostra diferença estatisticamente significante.
Entre os que conseguiram poupar em janeiro, a quantia média foi de R$ 446,49, um pouco abaixo da quantia média observada em dezembro (R$ 480,85).
“Além da questão conjuntural da economia, o início de ano concentra o pagamento de alguns tributos e a chegada da fatura dos gastos de final de ano, apertando o orçamento famílias e reduzindo a margem para poupança”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “A constituição de uma reserva financeira é garantia contra imprevistos, além de um meio para a realização de planos de consumo. O consumidor que, nesses casos, não pode se valer de recursos próprios, tem de recorrer a entidades financeiras, arcando com juros geralmente bastante elevados”, avalia.
35% dos poupadores são motivados por medo de imprevistos
O levantamento ainda mostra que a maior parte dos poupadores busca, ao fazer uma reserva, proteger-se contra imprevistos como doenças, morte e problemas diversos (35%) ou mesmo reserva para o caso de desemprego (27%). Há também 27% que poupam pensando em garantir um futuro melhor para a família, 26% que citam planos de viajar e 23% a realização de sonhos de consumo.
Em tempos de discussão sobre a reforma da previdência, somente 16% mencionam a aposentadoria como motivação do hábito de guardar dinheiro. “É um percentual bastante baixo, já que estamos considerando apenas a realidade dos poupadores”, alerta Kawauti. “A longo prazo, a falta de preparo cobra seu preço. Sem constituir uma reserva ao longo da vida, muitos idosos são obrigados a rever seu padrão de consumo ou acabam na dependência de terceiros”.
De acordo com os dados, mesmo entre os poupadores habituais, 48% precisaram dispor de sua reserva financeira em janeiro. Os principais motivos foram o pagamento de contas da casa (16%), despesas extras (16%) e dívidas (10%).
Metodologia
O indicador calcula a poupança do brasileiro baseada no dinheiro guardado no mês anterior a pesquisa. A pesquisa abrangeu 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.
Baixe a análise do Indicador de Reserva Financeira no link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
Nenhum comentário