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Projeto desenvolvido pela APTA e Phibro Saúde Animal treina 1.600 pessoas no sistema do Boi 7.7.7

Projeto Pecuária do Conhecimento completa cinco anos de atividade

Em cinco anos de atividade, 1.600 pecuaristas, representantes da indústria de nutrição animal, consultorias e associação de produtores foram treinados no Pecuária do Conhecimento, projeto desenvolvido pelo Polo Regional de Colina da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e a empresa Phibro Nutrição Animal. O objetivo do trabalho é disseminar os conceitos do sistema do Boi 7.7.7, tecnologia desenvolvida pelo Polo Regional de Colina da APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e transferir conhecimentos e informações para o desenvolvimento de uma pecuária eficiente, rentável e sustentável.

O projeto alia conhecimentos teóricos e práticos para capacitar a cadeia produtiva em práticas eficientes e sustentáveis de produção de gado de corte. Em seus cinco anos de atividades, foram realizados 80 treinamentos, que reuniram equipes de 40 indústrias de nutrição animal, seis consultorias, seis associação de produtores e seis grupos de pecuaristas líderes dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia e São Paulo – principais regiões produtoras de gado de corte no Brasil.

“Além de transferirmos tecnologias e informações relevantes à cadeia produtiva, o projeto permite a interação entre a pesquisa e o setor produtivo. Com ele, é possível conhecermos os problemas enfrentados pelos produtores e suas demandas, que podem ser incorporadas no desenvolvimento de novos projetos científicos desenvolvidos pela APTA”, explica Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador da APTA.

Flávio Dutra de Resende, pesquisador e diretor do Polo Regional de Colina da APTA, compartilha a mesma opinião. Para ele, “além de transferir informações, a equipe de pesquisadores está aprendendo com os participantes”. “A nossa preocupação é disponibilizar ao consumidor uma carne de melhor qualidade. Para isso, entregamos ao produtor tecnologias que agregam valor ao produto e aumentam a rentabilidade da fazenda”, resume Resende.

Segundo Mauricio Graziani, diretor-geral da Phibro Saúde Animal no Brasil, a iniciativa da empresa e da APTA transformaram o Pecuária do Conhecimento em um projeto de sucesso, elogiado e reconhecido pela cadeia da pecuária por sua contribuição ao avanço da eficiência produtiva a partir do uso de tecnologias. “O Pecuária do Conhecimento representa uma das várias iniciativas da Phibro de apoio à cadeia produtiva para vencer o desafio da oferta de alimentos de maneira sustentável, segura, acessível e de qualidade”, afirma.

Uso de tecnologia é imprescindível para sustentabilidade do negócio

Na avaliação dos pesquisadores da APTA, a incorporação de tecnologias nas fazendas de produção de gado de corte é imprescindível para o sucesso da pecuária. Segundo eles, não é viável que os pecuaristas continuem produzindo hoje como seus pais e avós produziam.

“Na década de 70, um pecuarista conseguia uma receita de R$ 600,00 por hectare. Se ele tivesse uma fazenda de mil hectares, sua renda seria de R$ 50 mil por mês. Hoje, nessa mesma área, produzindo da mesma forma, o produtor consegue uma receita de R$ 100,00 por hectare. Se ele produzir nesses mesmos mil hectares, terá uma renda de R$ 8 mil por mês”, exemplifica Siqueira.

Para mudar essa situação, uma das ferramentas é utilizar a tecnologia do Boi 7.7.7, conceito que estipula uma meta aos produtores: produzir um animal que atinja sete arrobas na desmama, sete na recria e outras sete na engorda, totalizando 21 arrobas no momento do abate, em dois anos, no máximo. No sistema tradicional de produção são necessários, no mínimo, três anos para o animal atingir 18 arrobas. Além da produção precoce, a tecnologia desenvolvida pela APTA pode aumentar em 30% os lucros do pecuarista. “Atingir 21 arrobas no momento do abate é uma meta possível. Para isso, o produtor precisa encarar sua fazenda como um negócio”, afirma Siqueira.

A produção de bovinos de qualidade e em tempo 30% menor requer estratégia. Para atingir a meta, é necessário utilizar diversas ferramentas, principalmente, manejo de pasto e suplementação alimentar, que varia de acordo com o peso do animal. “A suplementação ajuda na engorda e não causa nenhum prejuízo para a saúde animal. Pelo contrário, proporciona maior bem-estar”, afirma Resende.

Em uma produção normal, os pecuaristas precisam de três anos para fazer o giro — período entre o início da produção até o abate. Com a tecnologia da APTA, é possível fazer um giro e meio nesse período. Essa precocidade do sistema é importante para toda a cadeia pecuarista. “Tempo é dinheiro. Essa redução no tempo de permanência do animal no pasto aumenta em até 30% os lucros dos produtores”, afirma Resende. Apesar de os custos de produção ser maiores, os pecuaristas conseguem produzir mais em uma mesma área e ter produtos com qualidade superior para comercialização.

A redução do tempo de produção também traz benefícios para os consumidores, que podem ter acesso a carnes com melhor qualidade, incluindo sabor e maciez, além de coloração mais atrativa. “O consumidor escolhe o produto na gôndola do mercado pela cor. Quanto mais velha a carne, mais escura, o que gera desinteresse. A carne mais nova é melhor em tudo, em comparação com a velha”, afirma Resende.

A nova tecnologia também traz ganho ambiental, pois a precocidade na produção de gado significa menor emissão de gás metano à atmosfera. Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o sistema é importante para o produtor, indústria, consumidor e ambiente. “É um sistema completo, que contempla toda a cadeia produtiva. Uma tecnologia que melhora a renda dos produtores e da indústria, uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma.

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