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Projeto pioneiro incentiva a agricultura familiar e a melhoria do café paranaense

O Red Food, desenvolvido pelo barista Leo Moço, nasceu com o objetivo de melhorar o processo de produção do café em pequenas propriedades

Foto/Divulgação
CURITIBA, 24/04/2017 – Até meados da década de 1970, mais de 30% do café consumido no mundo era produzido no Estado do Paraná. Agora, em pleno ano de 2016, o café paranaense volta a ganhar destaque internacional, não mais pela quantidade, mais sim pela qualidade. Muita dessa excelência paranaense se deve ao projeto Red Foot, desenvolvido pelo barista Leo Moço, consagrado com o título de Melhor Barista do Brasil nos anos de 2013 e 2015.

Lançado no final de 2014, o Red Foot tem por objetivo apoiar pequenos produtores, geralmente envolvidos nos conceitos da agricultura familiar, e ajudá-los a melhorar a qualidade do seu trabalho elevando à categoria dos grãos ao “café especial”. “O objetivo do Red Foot é melhorar o processo de produção do café e ajudar essas famílias a desenvolver o negócio. Me sinto muito feliz em entrar em pequenos sítios e contribuir para a melhoria da vida dessas pessoas e, consequentemente, para a melhoria do café do Estado do Paraná”, comenta Leo Moço, idealizador do projeto.

Para o especialista, não existe grão ruim e sim processo de produção inadequado. E é nesse conceito que o projeto Red Foot concentra seus esforços: mostrar para os produtores que a qualidade do café está no processo de produção, passando por todas etapas até, por exemplo, a colheita e armazenamento. “Nós entendemos que não há região ruim para se produzir cafés de qualidade, mas sim, maus processos aplicados a cada tipo de clima e ambiente”, explica.

A primeira parceira do projeto foi com o pequeno produtor Evilásio Mori, da cidade de Cambira. Após um ano de trabalho, os grãos contribuíram para Leo Moço conquistar o Campeonato Brasileiro de Barista; representaram o país no World Barista Championship e no World Brewers Cup, realizados em Dublin, na Irlanda; e venceram o Concurso Café Qualidade do Paraná na categoria “Cereja Descascada”. Além dos prêmios, o produtor Evilásio Mori viu o valor de venda das sacas do seu café aumentarem cinco vezes.

Os produtores dos melhores cafés do Paraná (segundo o Concurso Café Qualidade do Paraná), Mauro Sato (Vice) e Evilásio Shigueaki Mori (Campeão), participantes do projeto Red Foot; e o barista Léo Moço
“Passei um bom tempo tentando oferecer meu café aos estabelecimentos aqui de Curitiba, nunca tive um retorno. Por coincidência, uma conhecida era também cliente do Leo e levou o café até ele, imediatamente ele viu o potencial do grão e teve a ideia do projeto. Hoje ele nos ajuda a implementar os melhores processos de acordo com o nosso clima, e dar mais qualidade ao produto, o que aumentou o valor de venda das sacas”, conta Evilásio.

Ao começar o trabalho com o produtor, Leo Moço percebeu que o agricultor não entendia do processo em si, estava acostumado com produção em grande escala, sem se preocupar em como ela poderia ser melhorada. Por isso, ele passou alguns dias na fazenda, junto com o agricultor, analisando e vendo como tudo aquilo poderia evoluir. “A grande maioria dessas famílias está acostumada com esse processo de produção, eles não sabem como melhorar, não tem incentivo para tal. Hoje, o Evilásio já sabe a importância disso, consegue produzir lotes de cafés especiais de alta qualidade. Outras famílias já fazem parte do projeto, e não vamos parar por aí, nosso objetivo é quebrar esses paradigmas, e comprovar que café de alta qualidade pode ser sim, produzido aqui”, acrescenta o especialista.

Segundo Leo Moço, o Red Foot presta consultoria a esses pequenos produtores, criando uma cadeia sustentável de produção com preços justos da saca à xícara. “Precisamos criar uma cadeia de conscientização dessas famílias, para que elas possam produzir um café de qualidade. O Paraná tem um grande potencial produtor, mas precisa de incentivo, esse é o nosso objetivo”, finaliza.

Para mais informações sobre a microtorrefação, acesse o site www.cafedomoco.com.br.

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