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Estudos apontam gargalos para avanço da agricultura de baixo carbono no Brasil

Pouca adesão de produtores rurais e a situação de áreas prioritárias do Programa ABC motivaram especialistas a pesquisar o assunto 

Nesta terça-feira (30/05), às 14h30, o Observatório ABC lançará dois estudos realizados para analisar a situação do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Criado em 2010, o Programa consiste em uma linha de crédito para dar condições para o produtor rural desenvolver sua atividade com menos impacto ambiental e ajudar o Brasil a cumprir suas metas de redução de emissões de carbono no setor agropecuário. Realizado na Fundação Getúlio Vargas, o evento contará com abertura do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador do GVagro.

“Alguns especialistas tinham uma percepção de que, pela quantidade de áreas degradadas existentes no Brasil, haveria demanda para investimentos robustos à adoção de tecnologias de baixo uso de carbono. Além disso, o Programa ABC passou por avanços nos últimos anos. Mas, estas informações não se confirmaram na prática, o que fez o programa se enfraquecer e perder recursos que poderiam potencializar a redução de emissões no Brasil”, afirma Angelo Gurgel, coordenador do Observatório do Plano ABC.

Na ocasião, o engenheiro agrônomo e doutor em economia aplicada Alexandre Mendonça de Barros, diretor-sócio da MB Agro, apresentará o estudo que verificou as causas do baixo uso de crédito no Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) pelos agricultores e o critério de seleção das áreas prioritárias. No geral, o estudo constatou que não há restrição de oferta, mas sim de demanda por parte dos produtores nas áreas consideradas prioritárias pelo Programa no Norte e Nordeste (Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins).

Em seguida, será destacado um estudo de caso realizado em Alta Floresta (MT), que analisou alguns dos fatores que impactam no desempenho do Programa, considerando o ponto de vista de seu público-alvo: os produtores rurais. O objetivo principal foi identificar e entender os desafios e restrições percebidos por eles no processo de contratação dessa linha de crédito.

O evento contará com o encerramento de Eumar Novacki, secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Lançamento de estudos do Observatório ABC 

Data: 30 de maio de 2017, das 14h30 às 17h30
Local: FGV EESP – Rua Itapeva, 474 – 6º andar – Bela Vista – São Paulo
Mais informações: gvagro@fgv.br

Sobre o Observatório ABC 

O Observatório ABC é uma iniciativa voltada a engajar a sociedade no debate sobre a agricultura de baixo carbono, em atividade desde 2013. Coordenado pelo Centro de Estudo de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (GVAgro) e desenvolvido em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (GVces), tem como foco a implementação do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), o qual é composto por um conjunto de ações voltadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção agropecuária, com metas estabelecidas até 2020 e parte da Política Nacional de Mudanças Climáticas e dos compromissos assumidos pelo Brasil na 15ª Conferência das Partes (COP-15), da Convenção do Clima.

O Observatório ABC monitora as ações do Plano e do Programa ABC desenvolvendo estudos técnicos para subsidiar e facilitar o diálogo com stakeholders. Até 2015, foram publicados sete estudos que avaliam a adesão da agricultura de baixo carbono no país, com análises sobre o financiamento do Programa ABC. Outro destaque é o documento com propostas para a revisão do Plano ABC, produzido a partir de consulta a diversas entidades da sociedade civil e entregue, em 2015, a ministros do governo federal.

Além dessas publicações e da promoção de discussões, especialmente sobre os esforços de diferentes setores da sociedade brasileira na transição para uma agricultura de baixo carbono, o Observatório ABC conta com uma plataforma digital como a principal ferramenta de comunicação da iniciativa, voltada a mobilizar o público por meio da produção e troca de dados e informações, estimulando, assim, a transparência e facilitando o acesso a esse tema.

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