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Ações cooperativas transformam o mundo

Márcio Lopes de Freitas*

Erradicação da pobreza, trabalho digno, crescimento econômico, cidades sustentáveis, parcerias em prol das metas. Esses são alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas, em setembro de 2015, com metas a serem atingidas até 2030. E o que esses objetivos têm em comum? Todos depositam no esforço coletivo, na colaboração, a responsabilidade de saltar do patamar do discurso ao das atitudes concretas e transformadoras.

Os Objetivos expressam um modelo de atuação diretamente ligado ao potencial de colaboração entre os agentes comprometidos com determinadas causas, assim como um dos pilares do cooperativismo. Juntos, indivíduos e instituições podem mais, são capazes de compartilhar conhecimento e chegar a soluções sustentáveis, sob os pontos de vista social, econômico e ambiental. Um caminho tão ambicioso quanto necessário.

Muitas sociedades ao redor do mundo já chegaram a essa conclusão. Não por acaso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é maior em municípios com atuação de empreendimentos cooperativos, de acordo com pesquisa divulgada pela FEA-USP, em 2004. No Brasil, o cooperativismo tem se desenvolvido com o processo intenso de busca pela melhoria da gestão e de iniciativas que resultam no aumento de competitividade das cooperativas. Atualmente, são mais de 13,2 milhões de cooperados em mais de 6.600 cooperativas que, juntas, geram 380 mil empregos diretos. Ainda há um bom espaço de crescimento do cooperativismo no Brasil para que se alcance o índice de países desenvolvidos, onde os cooperados são quase metade da população.

Celebrado anualmente no primeiro sábado de julho, o Dia Internacional do Cooperativismo chancela, de forma definitiva e com alcance mundial, o papel e a importância desse modelo de atuação para contribuir com o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Os impactos sociais positivos das cooperativas atingem e beneficiam não somente seus cooperados, mas também a população do entorno. No Brasil, especificamente, um dos maiores desafios relacionados aos ODS é o da superação das desigualdades. Esse é um exemplo que se configura como terreno fértil para a atuação das cooperativas. Conhecer a realidade local, transitar entre as instituições e estabelecer relações sólidas são vocações das cooperativas, e um ativo que elas podem emprestar a toda a comunidade. Por isso, o Dia Internacional do Cooperativismo é celebrado também com o Dia C, que em 2017 traz o tema “Atitudes simples movem o mundo”.

Os desafios são muitos e a responsabilidade está em nossas mãos. Cabe a nós, cooperados, representantes de instituições de fomento e apoio ao cooperativismo, acadêmicos dedicados ao estudo desse modelo ou mesmo entusiastas do tema, disseminar essa prática. É a nossa contribuição para um futuro mais sustentável. Em um cenário em que cooperar é o caminho, compartilhar conhecimento é o primeiro passo.

*Márcio Lopes de Freitas é presidente do Sistema OCB

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