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Estudo confirma melhora na sobrevida de bebês extremamente prematuros

No mundo, a taxa de sobrevivência subiu de 3,6% para 20% na última década

No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todos os anos, sendo que 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus. Mas o avanço da medicina vem mudando essa realidade ao longo dos anos. De acordo com um estudo publicado em 2019 no Journal of the American Medical Association (JAMA), as taxas de sobrevivência de bebês extremamente prematuros registraram uma grande melhoria desde a década de 1980. Para bebês com menos de 22 semanas, a taxa de sobrevivência melhorou de 3,6% para 20% na última década, e para os nascidos com 26 semanas, oito em cada 10 sobrevivem no mundo.

Os bebês são considerados prematuros quando nascem antes de 37 semanas de gravidez. Mas ao longo dos últimos 40 anos, esse limite de 28 semanas tem caído constantemente, e agora alguns bebês nascidos com 24, 23 ou até 22 semanas conseguem sobreviver, mesmo pesando meio quilo ou menos.

O cuidado mais humanizado nos últimos vinte anos, resultou no aumento da sobrevivência de recém-nascidos pré-termo extremo, classificados com o peso ao nascimento inferior a 1.500 gramas e a idade gestacional inferior a 28 semanas. Normalmente, a duração da gestação humana varia entre 37 e 42 semanas. É o tempo necessário para formar e preparar os órgãos do bebê para a vida fora da barriga.

Com cuidados médicos e muito carinho, cada vez mais crianças nascidas antes do tempo conseguem ter um desenvolvimento saudável. “Nos últimos anos o nível de conhecimento acerca do tema e a qualificação da equipe multidisciplinar – formada por médicos neonatologistas e intensivistas neonatais e pediátricos, enfermeiros, técnico em enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, farmacêuticos clínicos e nutricionistas – melhorou a sobrevida desses bebês, dando condições para um desenvolvimento saudável”, comenta o pediatra e coordenador da UTI Neonatal Pediátrica do Hospital Vila da Serra, Dr. Marcus Jannuzzi.

Em 2012, o Hospital Vila da Serra recebeu o menor bebê do Brasil, nascida com apenas 360 gramas. Na época, a sobrevivência da menina foi considerada um caso raro na medicina pelos especialistas que a acompanharam durante a internação. A UTI Neonatal do Vila da Serra é equipada com aparelhos de última geração que permitem avaliar o padrão respiratório e hemodinâmico do recém-nato, por meio de intervenções invasivas ou não-invasivas. A estrutura possui 24 leitos neonatais, 11 pediátricos clínicos e 20 pediátricos cirúrgicos.

Incentivar o “método canguru” durante a internação do bebê prematuro também é um fator importante. Esse método consiste em colocar o bebê em contato pele a pele com sua mãe ou com seu pai. Trata-se da atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso. Esse contato gradual e progressivo favorece o vínculo afetivo, a estabilidade térmica, o aleitamento materno e o desenvolvimento do bebê.

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