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Junho Laranja: um alerta para diagnóstico precoce de anemia e leucemia


O Junho Laranja é uma campanha dedicada para conscientizar a população sobre leucemia e anemia, doenças ligadas diretamente ao sangue, que podem acometer crianças e adultos. A leucemia é um tipo de câncer que atinge os glóbulos brancos, liberando células doentes na corrente sanguínea. São quase 11 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A doença se caracteriza pela quebra do equilíbrio da produção dos elementos do sangue, causada pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos que ocupam o espaço destinado à produção normal das células.

Uma de suas consequências é a anemia, que também pode ser causada por outras situações. Ambas necessitam de tratamento e, por isso, a importância do diagnóstico precoce. Em tempos de pandemia da Covid-19, especialistas alertam para a importância de se procurar por ajuda médica em caso de suspeita e dos pacientes não interromperem os tratamentos em andamento.

Leucemia: urgência em se iniciar o tratamento

De acordo com Ana Carolina Cardoso, médica especialista em hematologia e transplante de medula óssea, que integra o OncoCenter Dona Helena, em Joinville (SC), as leucemias podem ser classificadas de algumas formas. “De uma forma geral podemos classificar em agudas e crônicas e de acordo com o tipo de glóbulo branco envolvido (linfocítica ou mielóide). Existem outras classificações mais específicas dentro desses grandes grupos”, observa. Na leucemia aguda, a mais comum da infância, as células malignas se encontram numa fase muito imatura e se multiplicam rapidamente, causando uma doença rapidamente progressiva. Já nas leucemias crônicas, rara na infância, a transformação maligna ocorre em células-tronco mais maduras. Nesse caso, segundo a especialista, a doença costuma evoluir lentamente, com complicações que podem levar meses ou anos para ocorrer.

A origem da leucemia aguda ainda é desconhecida, porém, existem alguns fatores de risco que estão comprovadamente associados. “No caso das leucemias agudas mieloides temos alguns fatores, como tabagismo, benzeno, radiação ionizante, alguns quimioterápicos, Síndrome de Down, história familiar e idade. No caso das leucemias agudas linfoides, uso de alguns quimioterápicos, radiação ionizante, entre outras”, esclarece Ana.

Os primeiros sintomas geralmente são inespecíficos e, na maioria das vezes, os pacientes não apresentam fatores de risco identificáveis. Pela redução de glóbulos vermelhos, pode ocorrer a anemia e, com ela, vem o cansaço, aumento dos batimentos cardíacos, entre outros sintomas associados. A redução das plaquetas ocasiona sangramentos, principalmente pela gengiva e pelo nariz (epistaxe), além de equimoses. Já a redução dos glóbulos brancos aumenta a taxa de infecções. Também pode haver um aumento dos gânglios linfáticos, fígado ou baço, perda de peso, febre e sudorese noturna. “Nas leucemias agudas, a doença progride rapidamente e o tratamento deverá ser iniciado o mais breve possível. Nas crônicas, os sintomas podem ser mais brandos e, por vezes, o paciente poderá ser assintomático”, ressalta a especialista.

Diante da suspeita de leucemia, é importante a consulta com um especialista, que irá solicitar os exames iniciais, para avaliar a gravidade da doença e traçar a melhor conduta para o paciente. O tratamento mais realizado é por meio de quimioterapia, uma soma de medicações que podem ser ingeridas oralmente, via xarope ou comprimido, por meio de injeção ou via intravenosa. Em alguns casos específicos, utiliza-se a radioterapia, auxílio de cirurgia e o transplante de medula óssea.

Segundo Ana Carolina, portadores de leucemias, principalmente nas formas agudas, em que há necessidade de quimioterapia intensiva, ficam mais propensos a quadros infecciosos. “As leucemias têm urgência para se iniciar o tratamento, por isso, independente do momento em que estamos vivendo, todos os pacientes com suspeita devem ser cuidadosamente avaliados”, ressalta a profissional. A hematologista frisa aos pacientes que fazem quimioterapia ou que estão na fase pós-tratamento que é preciso aumentar os cuidados habituais, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel, manter uma boa ingesta hídrica, uso de máscaras ao sair, além de evitar aglomerações e lugares fechados. “Qualquer sintoma apresentado pelo paciente deve ser relatado ao seu médico assistente, evitando assim idas desnecessárias às emergências”, frisa.

Anemia: dieta equilibrada pode prevenir

A anemia é uma redução na quantidade de hemoglobina, uma proteína presente nas células vermelhas capaz de carrear o oxigênio pelo organismo, no sangue circulante. Existem inúmeras causas. Pode ser ocasionada por doenças da medula óssea que comprometem a produção dos glóbulos vermelhos, sendo uma delas as leucemias. Também pode ser causada por deficiência de nutrientes essenciais para produção de glóbulos vermelhos, como ferro e vitamina B12, por exemplo. A redução da vida útil dos glóbulos vermelhos é outro fator que pode levar à doença. Os sintomas variam, mas os recorrentes são: cansaço, palidez, palpitações, sonolência, formigamento nas mãos e nos pés, falta de apetite e alteração do paladar.

“Em crianças, a anemia está associada ao retardo do crescimento, comprometimento da capacidade de aprendizagem (desenvolvimento cognitivo), da coordenação motora e da linguagem; efeitos comportamentais, como a falta de atenção e fadiga”, aponta Ana. As anemias mais comuns têm cura mas, se não tratada, segundo a hematologista, pode levar ao óbito. “As causas mais comuns de anemia podem ser prevenidas com uma dieta equilibrada em nutrientes e com acompanhamento médico regular”, sublinha.

Segundo a médica hematologista, algumas hemoglobinopatias entram no grupo de risco para adquirir SARS-CoV-2 devido a sua baixa imunidade. “No entanto, grande parte dos casos mostraram uma evolução favorável da infecção pelo novo coronavírus, tendo ocorrido a maioria dos óbitos em indivíduos que possuem, concomitantemente, múltiplas comorbidades. Por isso, é importante sempre conversar com o seu médico para discutir a melhor forma de prevenção e cuidados, incluindo indicação da vacina”, frisa.

Sobre o Onco Center Dona Helena

Instalado no primeiro andar do Centro Cínico Dona Helena, o Onco Center, oferece um amplo espaço terapêutico, em que estão instalados os consultórios, os boxes e leitos para infusões e toda a infraestrutura necessária para atender pacientes adultos, nas especialidades de Oncologia, Hematologia e infusão de imunobiológicos e quimioterápicos. Em espaço anexo e exclusivo, ali funciona, também, a Oncohematologia Pediátrica, com atendimento ambulatorial, infusões de quimioterápicos e imunobiológicos, internação e cirurgias.

A equipe é formada por oncologistas, hematologistas, geneticistas, cardio-oncologistas, cirurgia oncológica, mastologistas – entre as várias especialidades que se integram no atendimento a esse tipo de patologia. O cuidado multidisciplinar também foi estrategicamente elaborado para oferecer aos pacientes adultos e crianças toda a atenção e acolhimento no tratamento. A equipe é composta por profissionais de enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, psicologia, assistência social, estomatologia (laserterapia), terapia ocupacional e farmácia. O Onco Center também é referência em excelência técnica e científica, com o oferecimento de serviços de aconselhamento oncogenético, para identificação de fatores de risco genéticos, diagnóstico e tratamento em fases iniciais, o que impacta diretamente no melhor resultado ao paciente.

Atualmente o Onco Center está em fase de ampliação. O hospital projeta estender a área, que passará a atender em dois andares do centro clínico.

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