Ataques de grupos armados deslocam 20 mil civis no leste da República Democrática do Congo
Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR Babar Baloch - a quem o texto citado pode ser atribuído - na coletiva de imprensa de hoje no Palácio das Nações, em Genebra.
Genebra, 16 de julho de 2021 - A Agência da ONU para Refugiados
(ACNUR) pede medidas amplas e urgentes para proteger os civis no leste da
República Democrática do Congo (RDC), onde uma série de ataques recentes por um
grupo armado deslocou quase 20 mil pessoas na província de Kivu do Norte.
Grupos armados continuam a devastar
vidas, apesar do presidente da RDC, Felix Tshisekedi, ter declarado estado de
emergência no dia 6 de maio em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri. A
declaração tinha como objetivo deter a violência cometida por grupos armados e
estabelecer a ordem na região.
Desde 22 de junho, as Forças
Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) teriam matado brutalmente pelo
menos 14 pessoas e ferido diversas outras em Beni e nos arredores da cidade.
Várias propriedades foram saqueadas e outras incendiadas. Este foi o primeiro
ataque em dois anos da ADF à cidade e o ressurgimento do grupo está
aterrorizando a vida dos habitantes.
Há um sentimento de pânico e ansiedade
por parte da comunidade e desconfiança nas forças armadas, considerando as
grandes expectativas de melhores condições de segurança após as novas medidas.
Os recentes ataques obrigaram milhares de pessoas a deixar suas casas em busca
de segurança na região oriental de Beni. A situação também continua a
enfraquecer e interromper as atividades sociais, econômicas e educacionais da
região.
Apesar dos esforços do ACNUR, as
respostas humanitárias na RDC estão no limite de sua capacidade, levando em
conta os impactos cumulativos de outras situações de emergência, como os
efeitos da erupção
vulcânica do Monte Nyiragongo em maio deste ano, em Goma.
O ACNUR e seus parceiros estão apoiando
as autoridades locais no registro de famílias deslocadas forçadamente e na
avaliação e resposta às suas necessidades. Apesar das condições terríveis,
algumas dessas pessoas estão lentamente voltando aos seus bairros.
Mais de 100 mil pessoas deslocadas
forçadamente receberam assistência em abrigos de emergência em 2020 - e quase
14 mil desde o início de 2021. As necessidades continuam altas, pois os ataques
de grupos armados continuam a deslocar pessoas na província, forçando muitas
delas a fugir diversas vezes. Mulheres e crianças, que se encontram em
situações mais graves, estão recebendo ajuda imediata com abrigamento, itens de
socorro e assistência em dinheiro.
Também continuamos a apoiar as
comunidades locais, que agem na linha de frente às respostas de deslocamentos
forçados recorrentes. Os parceiros do ACNUR estão fazendo o trabalho vital de
documentar violações dos direitos humanos.
A necessidade de mais recursos é
urgente. Os recursos para operações de ACNUR na RDC são estimados em US$ 205
milhões, mas apenas 36% desse valor é financiado.
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