Para vencer crise, setor audiovisual se transforma e investe em tecnologia
Migrar para o online, investir em tecnologia e em comunicação corporativa foram algumas das soluções encontradas pelas produtoras
Em uma época de grande transformação digital, o setor audiovisual tornou-se uma das principais ferramentas para a comunicação eficaz de pessoas e organizações, já que está diretamente ligado ao modo em como a sociedade cria e consome conteúdo. Em meio à pandemia, o cenário e as perspectivas para o setor audiovisual no Brasil mudaram radicalmente. Durante o isolamento social os vídeos se tornaram tanto escapatória de entretenimento, quanto uma forma de interlocução e conexão entre empresas e seus colaboradores, além de método de educação.
Para Leandro Alvarenga, CEO da produtora de conteúdo Prime Arte, antes de chegar ao estágio promissor atual, a trajetória das produções foi bem complexa, principalmente no início da crise. “Vimos nos primeiros meses o setor sofrer com as paralisações de todos os projetos, principalmente as produtoras de conteúdo, sobretudo na parte de gravações externas, por depender exclusivamente de fornecedores, funcionários e toda a equipe de produção juntos nessa área. Esse cenário, em específico, continua complicado devido ao isolamento social. Produtoras que não possuem outros meios para realizar suas produções foram deixadas de lado quando tudo passou a ser online. Se não houvesse um plano B para novas fontes de renda dentro da empresa, dificilmente ela conseguiria se manter. Foi preciso uma reinvenção desse nicho para garantir a sobrevivência”, afirma.
Segundo a Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), 99% das produtoras audiovisuais sentiram impacto na redução de orçamentos devido à pandemia, 56% afirmaram ter tido projetos cancelados e 50% tiveram que reduzir o número de funcionários.
A automação dos processos, Inteligência Artificial (IA) e a direção remota foram algumas das ferramentas encontradas para a sobrevivência do nicho durante a crise que acabaram se transformando em um novo modelo de negócios. O investimento em animação e tecnologia também se tornou essencial. Por precisarem manter um fluxo de conteúdo contínuo na comunicação interna e endomarketing, como em campanhas, anúncios internos e externos, estratégias, grande parte das empresas passaram a demandar cada vez mais esse tipo de comunicação em formato de vídeo, o que aumentou o volume de produções audiovisuais.
Ainda para o executivo, com as grandes mudanças na utilização da tecnologia nessa área já era previsível que todo tipo de conteúdo iria começar a chegar em boa parte como audiovisual, porém tornou-se difícil se destacar no meio de tanto conteúdo, já que o algoritmo das plataformas de streaming ou de vídeos levam o usuário a consumir inúmeras coisas dos mais diversos temas, que acabam se tornando interessantes em algum momento. Então, o destaque desse material está diretamente vinculado com quem conseguir criar bons conteúdos aliados à tecnologia.
“O mercado audiovisual atual se expandiu para outros players, principalmente os de tecnologia. Temos um leque maior de oportunidades, até para aqueles que não possuem um background relevante de cinema ou de TV, mas dispõem de ferramentas tecnológicas capazes de sobrepor a qualidade da produção audiovisual - tornando-a algo secundária. Essa é uma tendência para ficarmos de olho. O cenário é desafiador e a competição deve acirrar ainda mais. Na luta pela sobrevivência, as empresas que oferecem um produto inovador, de qualidade, e com um preço acessível, sairão na frente” finaliza Alvarenga.
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