Agosto Dourado: amamentar é a melhor escolha
Especialistas da Fundação São Francisco Xavier - FSFX desvendam mitos e dão dicas sobre o assunto
Marilene amamentou a filha Júlia até os dois anos e quatro meses
A escolha pela amamentação deve ser incentivada e é o grande foco da
campanha Agosto Dourado. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de seis
milhões de vidas são salvas por ano por causa do aumento das taxas de amamentação
exclusiva até o sexto mês de idade. Além de proteger o bebê de doenças, a
amamentação é responsável por estabelecer um vínculo afetivo entre mãe e filho.
Especialistas da Fundação São Francisco Xavier, braço social da Usiminas nas
áreas da saúde e educação, reforçam o incentivo e cuidados nesta fase.
A engenheira civil, Marilene Fátima Neves Silva Villela, é um exemplo de
que com amor e paciência é possível amamentar mesmo diante de possíveis
dificuldades. O desejo de ser mãe e alimentar a filha com o próprio leite era
mais forte. Em sua primeira gravidez, ela teve muitas dúvidas, principalmente
se a criança iria “pegar” o peito. Quando sua filha, Júlia, nasceu, a
engenheira civil travou uma luta para amamentá-la e foi guerreira. “Minha
filha não tinha forças para sugar o peito. Meu leite empedrou e ainda tive
rachaduras no bico do seio. Eu sentia dores, sangrava, mas a minha vontade de
amamentar era muito maior. Eu sabia que aquele leite era indispensável para ela
crescer saudável”.
Determinada, Marilene contou com a ajuda de profissionais para passar
pelo primeiro desafio na amamentação. Ela chegou a receber uma especialista na
sua casa que lhe ensinou a fazer a extração manual do leite. “Em momento algum
pensei em desistir. Quando olho para trás vejo que foi a melhor coisa que fiz.
Depois dessas primeiras dores, foi tudo normal e mágico. A minha filha mamou
durante dois anos e quatro meses. Ela sempre foi saudável, nunca ficou doente”,
conta.
Assim como Marilene, algumas mães encontram dificuldades, mas não
significa que não seja possível. “Cada mulher é única e não deve haver
comparação. Tem mulheres que têm mamilos pequenos e mais planos que requerem
mais estímulo e outras já conseguem que a criança faça a pega mais facilmente”,
explica a técnica de enfermagem da Fundação São Francisco Xavier, Kely Cristina
Rosa de Souza.
A técnica ressalta que para algumas mães os primeiros dias são de
paciência. “É um passo de cada vez, respeitando o momento, a anatomia do corpo.
Não se preocupe com a quantidade, a qualidade é o mais importante. Cada gotinha
de leite vale ouro para prevenir infecções e salvar vidas”, completa.
Rede de apoio familiar
Para Maiara Fagundes de Almeida, psicóloga da Fundação São Francisco
Xavier, existe uma maternidade idealizada. “O mais importante nesse momento é a mãe desejar amamentar e,
principalmente, contar com o apoio de toda a família. A rotina vai mudar. O
bebê tem os horários das mamadas. Ele tem a necessidade do vínculo. Então é
aproveitar esse tempo para estar junto do seu filho”, explica.
A psicóloga ressalta também que o apoio familiar é muito importante para manter a saúde
da mãe. “O papel do pai
neste momento é essencial. A chegada de uma criança muda a dinâmica da família.
Alguns papéis acabam sendo alterados. A mãe fica um pouco mais cansada,
sobrecarregada. A amamentação é exclusiva da mãe, mas outros cuidados podem ser
compartilhados, seja na hora de dar um banho, trocar a fralda ou mesmo colocar
a criança para arrotar. A gente entende que muitos pais voltam rapidamente ao
trabalho, mas quando estão em casa, é preciso ajudar o máximo que puder”.
Volta ao trabalho
O retorno ao trabalho também é um assunto que preocupa as mulheres que
amamentam seus filhos. Segundo a psicóloga, a amamentação não precisa ser
interrompida pelo retorno ao trabalho. “O processo de separação quando a mãe
volta ao trabalho pode desencadear algumas questões emocionais. Existem
maneiras de armazenar o leite materno para que a criança continue se
alimentando dele. Chegou em casa, tire esse momento para estar com seu filho. O
retorno ao trabalho não distancia a amamentação e nenhum vínculo. Ele é apenas
uma mudança na rotina da mãe”, conclui.
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