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Cai restrição na fronteira da Itália: estudantes matriculados em universidades italianas agora podem solicitar o visto

Após conversas com o ministro Esperanza, a ex-parlamentar Renata Bueno indica que todos os estudantes que apresentarem os documentos de inscrição na universidade receberão o aceite positivo para entrar na Itália

Mesmo com a melhora da pandemia e o avanço da vacinação no Brasil, o último decreto emitido pelo Governo da Itália no dia 30 de julho manteve as restrições para brasileiros e pessoas que, nos 14 dias que antecedem a viagem, tenham transitado pelo Brasil, incluindo estudantes. Itália e Alemanha são os únicos países da União Europeia que, até o momento, ainda não haviam liberado as fronteiras, enquanto França, Espanha, Bélgica e Portugal já permitem o acesso de brasileiros.

A prorrogação das medidas restritivas afeta principalmente a emissão de vistos por parte dos consulados – a menos que sejam considerados urgentes e expressamente autorizados pelo Ministério da Saúde Italiano. Contudo, motivos de estudos ainda não se enquadram como caso de extrema necessidade. Neste período, apenas seis estudantes conseguiram a aprovação do Ministério, enquanto mais de 200 outros brasileiros continuam aguardando com medo de perderem suas bolsas e terem seus estudos interrompidos.

“Grande parte dos intercâmbios, como os de mestrado e doutorado, tem como principal propósito desenvolver uma tese baseada na bibliografia disponível na universidade de lá. Muitos artigos e livros, principalmente aqueles na língua italiana, não existem aqui ou possuem um custo muito elevado, o que inviabiliza a aquisição por muitos estudantes”, conta Gabriela Vasconcelos Araujo, membro do Movimento Studiare è una necessità, grupo de 230 estudantes brasileiros aceitos em universidades italianas para os anos letivos de 2021 e 2022.

De acordo com Renata Bueno, ex-parlamentar italiana, as consequências dessa proibição são maiores do que parecem. “As relações acadêmicas entre Brasil e Itália, as quais demoramos tanto tempo para construir, são oportunidades de crescimento profissional e de desenvolvimento científico únicas, que refletem diretamente na formação de mão de obra cada vez mais qualificada”, diz. Procurada pela deputada federal Soraya Santos, que faz parte do Grupo Parlamentar Brasil-Itália, Renata Bueno está desde o início do ano em contato com o Ministério da Saúde italiano para tentar viabilizar um protocolo especial aos estudantes.

Felizmente, após sete meses de espera, a luz no fim do túnel parece começar a surgir. “No início da semana, tive uma conversa com o ministro Speranza e a vice-ministra Marina Sereni e pude perceber que o Ministério da Saúde está atento ao caso dos brasileiros e disposto a cooperar. A partir de agora, todos os estudantes que apresentarem os documentos de inscrição na universidade receberão o aceite positivo para entrar na Itália", comemora a ex-parlamentar.

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