Inovação é caminho para um setor de papel ainda mais sustentável
Artigo por Fernando Wagner Sandri*
A preferência pelo papel pode ser
relacionada ao contato ancestral do ser humano com a árvore, que sempre foi a
base para seu aquecimento, proteção, manutenção da biodiversidade e ajuda na
sua própria sobrevivência. Todo esse ciclo e o aprendizado histórico continuam
em nossa mente. Sabemos, intuitivamente, que tudo que vem da árvore é bom –
incluindo as embalagens de papel.
Para nosso setor, como em tantos outros,
é em momentos de crise – como nesta pandemia – que surgem as melhores soluções
para atender novas necessidades, e de forma urgente. As formulações típicas dos
materiais começam a sofrer pressões na busca por alternativas: onde havia fibra
de pinus, passa a entrar fibra de eucalipto. Onde havia fibra química, entra a
mecânica. No lugar da fibra virgem, entra a fibra reciclada e a fibra originada
no pós-consumo. Felizmente, o papel tem a capacidade de atender uma gama
múltipla de utilizações em embalagens, por meio de um conjunto de formulações
de fibras e aditivos que podem reforçar determinadas características
necessárias a cada projeto.
Com suas propriedades físicas, químicas
e visuais, ele permite aplicações tão amplas que o conjunto de soluções se
torna impressionante. As fibras de eucalipto estão cada vez mais presentes em
papéis para embalagens e praticamente todas as embalagens de papel coletadas
são recicladas prontamente no Brasil. Com isso, a reciclabilidade de embalagens
tem favorecido projetos de economia circular e logística reversa, e, atendendo
à crescente demanda, surgem novos produtos em papel com material reciclado e de
alta performance nos processos de impressão e envase.
Entenda o ciclo do papel
Para ampliar a capacidade de
reutilização do papel em um novo ciclo produtivo, as unidades industriais têm
se preparado cada vez mais para receber e processar materiais pós-consumo com
eficiência na recuperação de fibras. Embalagens de papel podem ser recuperadas
em sua grande maioria. Embalagens tipo longa vida, copos de papel,
sacolas de papel, caixas papel de presentes, diversos artefatos de papel como
tubetes, entre outros, podem ser reciclados. A separação de fibras celulósicas
de embalagens de múltiplas camadas que contenham plásticos hoje é uma
realidade.
A inovação em novos sistemas de captura
de embalagens de papel para um viável caminho de logística reversa é um imenso
desafio. O Brasil é um país continental com 5.568 municípios com
características regionais distintas, e por isso há a necessidade do um diálogo
contínuo com os diversos atores da cadeia de embalagens para dar continuidade
ao processo de retorno do papel à indústria.
Inovar no design de embalagens de papel
é desafio
Por fim, destaco o desafio de prover
soluções que permitam inovar no design das embalagens. Hoje, a indústria
gráfica trabalha com sistemas de impressão offset, corte e vinco, dobradeiras e
coladeiras integradas, oferendo um portfólio de embalagens ao mercado nacional,
em sua maioria, em formato de hexaedro, com raríssimas variações em outros
tipos de poliedros. Sair do “quadrado” exige um esforço maior.
Ao pensarmos em fazer algo redondo, por
exemplo, percebe-se que os processos industriais não estão preparados para
fazê-los em grande escala. Somente com projetos integrados, com participação de
múltiplas empresas participantes da cadeia de valor da embalagem, será possível
superar essa barreira da geometria e propor inovações.
Creio que a nossa tarefa é melhorar a
eficiência do papelcartão em novas faixas de gramatura, com ganho de rigidez,
uso de material reciclável quando aplicável, propondo novas barreiras, novas
estruturas, inovando e aperfeiçoando o ciclo de vida das embalagens em prol de
um mercado futuro sustentável em que todo potencial de utilização da árvore
demonstre seu valor.
*Fernando Wagner Sandri é engenheiro
químico, conselheiro da ABTCP, diretor Técnico do Sinpacel/PR, conselheiro da
ABRE e diretor de Tecnologia da Ibema.
Sobre a Ibema: Gerar valor de maneira sustentável por
meio da fabricação e distribuição de produtos que conquistem a preferência dos
clientes, contribuindo com iniciativas que favoreçam toda a cadeia, com a
dedicação e preocupação de garantir o melhor resultado para a empresa e seus
clientes. Esta é a missão da Ibema, fabricante de papelcartão, que permeia a
sua atuação com base no conceito de foco do cliente. A empresa, fundada em
1955, é hoje um dos players mais competitivos da América Latina. Sua estrutura
é composta por sede administrativa localizada em Curitiba, centro de
distribuição direta em Araucária com área útil de 12 mil m2 e
fábricas instaladas nos municípios de Turvo, no Paraná, e em Embu das Artes, em
São Paulo, que juntas possuem capacidade de produção anual de 140 mil
toneladas. Em seu portfólio, estão os melhores produtos, reconhecidos pela
qualidade e performance na indústria gráfica. A empresa, que atualmente conta
com aproximadamente 800 colaboradores, possui unidades certificadas pela ISO
9001, pela ISO 14001 e pelo FSC (Forest Stewardship Council). Para mais
informações sobre produtos e serviços, acesse o nosso site, disponível também
nos idiomas espanhol e inglês: www.ibema.com.br.
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