Inteligência artificial mudará forma de bancos se relacionarem com clientes
Tecnologia permitirá que fintechs ofereçam serviços altamente personalizados, saiba o que deve mudar nos próximos anos
O Brasil conta
com centenas de bancos e instituições financeiras desde os mais tradicionais
até as novas fintechs. Com a digitalização do relacionamento com o cliente, os
bancos tiveram que se adaptar e criar formas de melhorar a experiência do
usuário para que ele não migre de banco. Nessa tarefa, a tecnologia e a
inteligência artificial são importantes aliados.
Com tantas
opções no mercado, como é que uma instituição pode se destacar da outra? O diretor financeiro do Popibank, Marcelo
Pereira, diz que isso está cada vez mais difícil. “Todos devem seguir as mesmas regras e
com tantos concorrentes a tendência é que acabem oferecendo serviços,
funcionalidades, sites e aplicativos semelhantes”, avalia.
O especialista
afirma que a resposta para um banco ou fintech se destacar no futuro é o uso
inteligente de dados. “Os
sistemas que reúnem as informações dos usuários devem ser capazes de
utilizá-los de forma a oferecer serviços totalmente personalizados”,
explica. “A Netflix, por
exemplo, utiliza os dados de navegação para mostrar conteúdos que são mais
atraentes para cada tipo de pessoa, é nesse sentido que os bancos devem seguir”,
completa.
um vai utilizar a tecnologia a favor dos clientes (Depositphotos)
Segundo
Pereira, num futuro próximo os bancos serão capazes de perceber alterações no
orçamento para oferecer as opções de investimento que vão além do já usual
filtro por investidor moderado, conservador ou agressivo. “Com o histórico financeiro de uma
pessoa, os sistemas devem detectar mudanças de gastos e oferecer opções de
investimentos para aquele dinheiro economizado”, exemplifica.
O diretor
financeiro conta que, tal como já acontece nas redes sociais, que exibem
propagandas de acordo com o perfil de cada usuário, deverá acontecer algo
semelhante com as instituições financeiras. “As pessoas não vão escolher um banco por ter o app mais
bonito ou mais fácil de utilizar, até porque a grande maioria é bem parecida.
Elas vão optar por aquele que souber e atender exatamente o que ela está
buscando”, pontua o diretor financeiro do Popibank.
O Banco
Central já vem estimulando esse uso inteligente de dados com o Open Banking,
que permite, com o consentimento do usuário, que suas informações bancárias
sejam compartilhadas entre duas instituições para que ele tenha acesso mais
rápido a melhores serviços e condições. “Mas
isso é apenas o início, a inteligência artificial é capaz de entregar ainda
mais conforto para as pessoas e quem souber utilizá-la de forma segura e eficaz
terá vantagem na disputa com os concorrentes”, conclui o
especialista.
Marcelo
Pereira é diretor financeiro do Popibank
e especialista em
economia, banco digital e fintechs
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