Muito além do streaming: inovação e criatividade na era do consumo de música digital
Por André Luiz, diretor de tecnologia e inovação na Sony Music Brasil e Luciana Almeida, líder da estratégia de playlist na Sony Music Brasil.
Divulgação Sony Music Brasil |
Não só o varejo, mas praticamente todos
os negócios enfrentaram, e ainda enfrentam, desafios no mercado de consumo na era
digital. Este, inclusive, passa por tantas alterações rápidas, que também é
estudado por diversos especialistas e universidades ao redor do mundo. O mesmo
ocorreu com a música.
Basta pensar num passado não tão
distante, quando todos consumíamos música por meio de LPs, depois CDs, depois
em tocadores de mp3 e assim por diante, até chegar ao momento atual: música
pela internet, que pode ser ouvida pelo computador, celular, televisores e
tablets, em plataformas de streaming – que, aliás, não param de se multiplicar.
Pesquisas recentes da Federação
Internacional da Indústria Fonográfica apontam que o mercado fonográfico no
Brasil teve alta de 24,5% no ano de 2020. Já o crescimento geral do streaming
musical foi de 37,1%, e os serviços pagos de música online tiveram um aumento
de 28,3%.
Atualmente, vivemos a indústria 4.0, em
que a internet e a conectividade se consolidam cada vez mais na era móvel e
digital, com o País na porta de entrada do 5G, que promete outra revolução na
forma como consumimos entretenimento digital. Trata-se de um contexto
histórico, fruto de diversas transformações, que usam até algoritmos,
inteligência artificial e machine learning para oferecer o tipo de música que
mais se encaixe no perfil do ouvinte – e até o humor com que ele se encontra no
dia. E toda essa evolução, tecnologia e inovação afetam fortemente os recursos
de gestão e até os modelos de negócios.
Nesse contexto, o grande desafio para os
negócios passa a ser entregar valor para uma demanda latente, existente ou
crescente em um cenário de mudanças constantes, que não apenas gera muitas
incertezas, mas também obriga os negócios a se reinventarem. No caso da Sony
Music, que está presente em mais de 40 países e acolhe inúmeros artistas, essa
percepção e mudança de chave ocorreu já faz alguns anos, pois a inovação e a
tecnologia estão no DNA da companhia. A Sony foi pioneira, quando o movimento
de digitalização começou e, já em 2015, passou a atuar com foco total no
ambiente digital.
O acesso à música se democratizou com o
crescente acesso à internet e à informação, gerando aumento de competição no
setor. É necessário entregar cada vez mais conteúdo de qualidade. Para tanto, é
preciso entender os próprios artistas e seus fãs, com o objetivo de conectá-los
de formas inovadoras. Além de gerar conexão, tanto para o consumo quanto para o
engajamento.
O objetivo de todo o trabalho é fazer
música, claro, mas também fazer com que essa música chegue ao maior número de
pessoas possível, amplie a comunidade de fãs, promova colaborações entre
artistas, e até ir além, com a colaboração entre artistas e seus fãs.
Com a pandemia, o mercado da música
também foi muito impactado, por causa da ausência dos shows, o que nos obrigou
a inovar mais uma vez, para que não se perdesse o contato do ídolo com o fã,
incluindo lançamento de shows online, desenvolvimento e promoção de lives e
conteúdos exclusivos, além de ações para promover interações e engajamento
entre as partes – antes e depois dos lançamentos.
Entende-se que não basta apenas
disponibilizar o conteúdo nas plataformas, mas também é preciso se ajustar às
tendências do mercado, adaptando-se ao novo momento, que mudou as regras do
entretenimento para sempre. Ou seja, o mercado da música precisou se adequar
novamente, para criar experiências e atrair cada vez mais engajamento do
público, em vez de perdê-lo.
Com tudo isso, é possível perceber que o
consumo de música digital ultrapassou apenas a barreira do streaming. O que
virá a seguir? Já estou ansioso para descobrir!
*Falo sobre esse mesmo tema em palestra
recente para a Campus Party Digital Edition 2021. Assista à palestra completa aqui.
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