O que explica tantas IPOs em meio a crise econômica?
Especialista em investimentos comenta que a baixa taxa de juros é o principal fator para o número recorde de novos IPOs na B3
Guilherme Ammirabile é assessor de investimentos
da iHUB Divulgação |
A bolsa brasileira vive um
momento especial: o grande número de novos IPOs em 2021. Segundo o especialista
em investimentos da iHUB, Guilherme Ammirabile, esse fato vem chamando atenção
dos investidores brasileiros e estrangeiros. “Até o mês de agosto deste
ano, foram mais de 40 novas empresas listadas na bolsa, contra 25 em todo o ano
de 2020, quase o dobro”, comenta.
Faltando quatro meses para o
fim de 2021, já é possível cravar que as ofertas públicas estão em seu melhor
ano na história. A contagem deste ano supera o antigo recorde de R$53,6 bilhões
de 2007, quando 60 empresas realizaram IPOs. Como ainda há outras companhias
aguardando para terem suas ações lançadas na bolsa, é possível chegar às mesmas
60 IPOs de 2007 até dezembro.
Ammirabile explica que o “boom” dos IPOs foi
impulsionado pela baixa taxa de juros vigente no Brasil em anos recentes. “Nos
últimos meses, pudemos ver a baixa taxa de juros, que obrigaram os investidores
a buscar novas alternativas de investimentos. Com isso, a bolsa ganhou novos
investidores e, de certa forma, uma evolução está acontecendo nesse mercado. O
resultado disso é o grande número de IPOs”, comenta o especialista em
investimentos.
Neste momento, os setores que
“brilham os olhos” dos investidores são as opções que têm potencial de
crescimento, considerados perenes (empresas com grande potencial de crescimento
é uma coisa e empresas consideradas perenes seriam outra coisa – ambos têm a
preferência do investidor), ou seja, setores mais estáveis, que sofrem pouco em
momentos de incertezas, como de saneamento básico.
Por que empresas recém listadas na bolsa chamam mais atenção?
A Oferta Pública Inicial (IPO)
é a venda de uma fatia da empresa para o mercado. O intuito da venda de parte
da empresa é captar recursos e, assim, ter uma margem para realizar novos
investimentos estratégicos a curto prazo.
O momento do IPO é o primeiro
passo deste projeto, portanto, é o estágio em que a empresa terá menor valor de
mercado, já que o planejamento feito é considerando que os novos investimentos
trarão uma valorização em breve.
“Antes de começar a investir em
qualquer IPO, é importante entender o business
da companhia, números, quais os planos para os recursos levantados pelo IPO, e
principalmente os fatores de risco”, explica Ammirabile.
Guilherme alerta dois cuidados
que devem ser tomados pelos investidores quando algum IPO estiver em
“alta”:
- Não
investir em empresas que iniciam na bolsa com o valuation (valor da
empresa) caro;
- Para
mitigar esse risco, o investidor deve analisar e interpretar os dados
divulgados no prospecto - principal documento da emissão;
- Procure
ajuda de um especialista para auxiliar.
Qual a importância dos
IPOs na carteira do investidor?
Teoricamente, o IPO é o menor
preço que uma empresa teria. Então, no longo prazo espera- se uma
valorização, pois é a primeira oportunidade que as pessoas têm de investir em
determinada empresa.
É recomendado que o investidor
faça uma avaliação sobre o setor da empresa, se é promissor ou não. Além de
identificar as vantagens competitivas da companhia. Caso seja um business
disruptivo, e tentar mensurar onde a empresa irá chegar no futuro.
“Ressalto, no entanto, que a
relação oferta e demanda tem um peso muito forte, no início da jornada da
empresa na bolsa. Então, é muito comum vermos uma grande volatilidade nesse
momento”, finaliza o especialista em investimentos.
Sobre iHUB Investimentos
A iHUB Investimentos é uma
empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP
Investimentos. Possui mais de 2,5 mil clientes, somando mais de R$1 bilhão em
valores investidos sob custódia. Saiba mais em: https://ihubinvestimentos.com.br/
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