Japan House São Paulo apresenta exposição sobre revitalização regional por meio da arte e cultura
Com estreia em 30 de novembro, a exposição
"Simbiose: a ilha que resiste" apresenta projeto realizado em Inujima
pela arquiteta Kazuyo Sejima e pela curadora Yuko Hasegawa
Exposição Simbiose: a ilha que resiste na Japan
House São Paulo
Créditos: Estevam Romena
São Paulo,
novembro de 2021 – Uma comunidade com
aproximadamente 30 casas, sendo que a maior parte dos
moradores são da terceira idade. Uma paisagem industrial que havia
sido abandonada, e que agora é tomada por arte e arquitetura integradas ao
ecossistema local. Essa é Inujima, uma pequena ilha localizada no Mar Interior
de Seto, no Japão, com apenas 0,54 km², e que ganha exposição inédita na Japan House São Paulo a partir do dia 30 de novembro, até a 6 de fevereiro de 2022, com entrada gratuita.
A mostra “Simbiose: a
ilha que resiste”, com
curadoria de Yuko Hasegawa, diretora do 21st Century Museum of Contemporary Art de Kanazawa, Japão, e expografia da arquiteta Kazuyo Sejima, sócia fundadora do escritório SANAA e vencedora do prêmio
Pritzker em 2010, reúne obras de arte, fotos, vídeos e depoimentos de moradores
de Inujima. A exposição conta também com uma grande representação arquitetônica
do espaço geográfico da ilha, famosa por suas pedreiras, responsáveis por
atrair o interesse da indústria ao local até meados do século XX. Depois da
passagem pelo Brasil, a mostra segue para Londres e Los Angeles dentro do
programa de itinerância global da Japan House.
Hoje, em meio às pequenas casas
tradicionais japonesas que restaram após uma crise na atividade econômica e a
evasão de habitantes, é possível encontrar obras de arte e arquitetura no
local, quase como se a ilha fosse um museu a céu aberto. Este é
o resultado do Inujima “Art House Project”, que desde 2010, promove a revitalização cultural de
Inujima com intervenções gradativas e de pequena escala, sempre em harmonia com
a natureza e com a comunidade local. Junto a Fundação Fukutake, o projeto
destaca o conceito togenkyo, utilizado para denominar algo comum ao cotidiano,
porém único e cheio de riqueza. Inujima é um local que
possibilita trocas de vivência especiais com os habitantes
que ali vivem.
Antes de Inujima "Art House
Project”, um outro projeto
já destacava o potencial da ilha com uma primeira intervenção: o Inujima Seirensho Art Museum, projetado pelo arquiteto Hiroshi Sambuichi, que
esteve no Brasil em 2019, a convite da Japan House São Paulo, para uma
série de palestras, inclusive sobre as especificidades do projeto do museu.
“Os atuais habitantes passaram por
diferentes momentos da ilha: de um passado industrial ativo até uma realidade
de escassa atividade e pouquíssimos habitantes com faixa etária avançada,
resultante em uma mudança radical de hábitos e interesses. É um projeto que
ultrapassa as lógicas do pensamento arquitetônico de práticas puramente
construtivas, que exercita uma arquitetura mais experimental. Por meio da
associação ‘arquitetura e arte’ propõe uma nova ocupação e uma nova
maneira de se relacionar com o entorno. Sejima e Hasegawa criaram uma
série de atividades para envolver os habitantes da ilha nesse lindo trabalho
que estão realizando", explica a diretora cultural da Japan House São
Paulo, Natasha Barzaghi Geenen.
Como o próprio nome da exposição aponta,
a simbiose se dá pela convivência harmônica e mutuamente benéfica entre
diferentes organismos – o passado e o contemporâneo, o meio ambiente e a ação
humana, moradores e visitantes dessa ilha tão ímpar. “Aos poucos, o projeto
está mudando o panorama local. Trata-se de um processo de recriação e
valorização da paisagem da ilha ao mesmo tempo que preserva e valoriza a sua
história”, comenta a arquiteta Kazuyo Sejima, que também esteve
na Japan House São Paulo em 2019, ocasião em que realizou algumas palestras.
Dentre os destaques estão a Casa F, que traz obra de Kohei Nawa, artista de
relevância internacional que apresentou uma exposição individual na
Japan House São Paulo em 2017, e o Inujima Life Garden, um deslumbrante jardim ecológico localizado a uma pequena
distância do vilarejo, na região oeste da ilha, onde foi recuperada uma estufa
de vidro e construído um café ao ar livre. O projeto de revitalização
local ainda oferece vários workshops e aulas para os habitantes
locais aprenderem sobre
a convivência com as plantas. Na residência artística,
é oferecido um ambiente onde os artistas podem habitar e
vivenciar o cotidiano da ilha enquanto desenvolvem seus projetos.
“A ilha toda está imbuída de um passado marcado,
que ao invés de ser apagado, coexiste com uma renovação
contemporânea importante e harmônica, que valoriza e inclui a população
existente. É um interessantíssimo modelo de revitalização regional em
desenvolvimento no Japão que pode servir de inspiração. Aqui no Brasil, podemos
pensar em alguns paralelos muito bem-sucedidos como o
Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG) e a Usina de Arte, em Água Preta
(PE)”, acrescenta Natasha. Dentro do programa JHSP Acessível, a exposição “Simbiose: a
ilha que resiste” conta com
recursos de audiodescrição, libras e elementos táteis. Para mais
informações sobre Inujima "Art House
Project”, acesse https://benesse-artsite.jp/en/art/inujima-arthouse.html (em inglês).
Serviço:
Exposição “Simbiose:
a ilha que resiste”
Período: de 30 de novembro de 2021 a 6 de
fevereiro de 2022
Segundo andar
Entrada gratuita
Reserva online antecipada (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/
A exposição conta com recursos de acessibilidade.
Japan House São
Paulo – Avenida Paulista, 52
Horário de funcionamento: terça a sexta, das
10h às 18h; sábados, das 9h às 19h; domingos e feriados, das 9h às 18h.
Entrada gratuita
※Devido ao coronavírus, estamos funcionando
com capacidade reduzida. Para mais informações, acesse o site da Japan House
São Paulo.
Confira as
mídias sociais da Japan House São Paulo:
Site: https://www.japanhousesp.com.br
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Sobre a Japan House São Paulo (JHSP):
A Japan House é uma iniciativa internacional
com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da
atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de
2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas
unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos
de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada
proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando
a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta
exposições e cerca de mil eventos em áreas como arquitetura, tecnologia,
gastronomia, moda e arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A
oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a
Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No
mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados
brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na
categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e
pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard - certificação de
excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.
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