Líderes internacionais de sustentabilidade propõem práticas de disrupção para obter resultados sustentáveis e retorno econômico
Soluções tecnológicas, debates com líderes e
reflexões sobre um mundo mais verde foram destaque na agenda do evento
Greentech América Latina. Plataforma inédita de negócios foi lançada para
cadastrar e encontrar as soluções
SÃO PAULO, 26 DE NOVEMBRO DE 2021 - A necessidade urgente de reestruturação
das empresas de qualquer porte ao redor de programas, métodos sustentáveis e
mecanismos de baixa emissão de carbono marcaram a edição 2021 do Green Tech América Latina,
um dos maiores eventos sobre tecnologias verdes do globo. Durante os dias 22,
23 e 24 de novembro, soluções como energia limpa, focadas na preservação
ambiental e na atenção aos seres humanos foram apresentadas ao mundo como
alternativas rentáveis, escaláveis e socialmente responsáveis para derrubar
antigos paradigmas produtivos e funcionais de empresas de qualquer porte.
O GreenTech América Latina é um programa
de seleção e desenvolvimento de startups, com tecnologias que despoluem ou
reduzem a emissão de gases de efeito estufa na região, realizado pela Build
From Scratch (BFS), em parceria com a Green Innovation Group A/S.
“Esse evento é formado por muitas
pessoas que acreditam que o crescimento das tecnologias sustentáveis também é
necessário. Então, sempre que há uma oportunidade de ouvir essas pessoas, é
importante, pois acrescenta profundamente aos debates que temos conduzido sobre
sustentabilidade e o futuro do planeta. Por isso, sempre convidamos essas
mentes para estarem conosco no GreenTech”, explicou Tiago Brasil Rocha,
fundador da Build from Scratch (BFS) e idealizador do Greentech America Latina.
Julio Moura Neto, co-fundador da Vesper
Ventures, participou da abertura do evento: “As empresas precisam incluir em
seus processos de gestão uma leitura mais ampla do mundo, mais generosa, mais
ligada às demandas da sociedade. E também às necessidades vitais do ser humano,
claro. É muito simples e fundamental, ao mesmo tempo. Isso garante, hoje,
grandes resultados, o triplo do que essas empresas alcançam sem tecnologias
verdes. Precisamos investir mais na disrupção, na ciência e na transformação
das empresas. E que sejam empresas mais responsáveis, bem como os cidadãos”,
comentou o empresário.
Plataforma de negócios para uma agenda
verde
No primeiro dia de evento (22/11), foi
lançada uma plataforma para pesquisa de soluções tecnológicas verdes escaláveis
para assimilação direta por organizações de qualquer porte que estejam na
transição para modelos e metodologias mais sustentáveis. Esse é o objetivo do
inédito GreenTech Business, um site onde
visitantes podem facilmente pesquisar soluções por área e descobrir
instrumentos para serem diretamente aplicados em processos e problemáticas
internas. São dezenas de temas, de “Eficiência de Recursos” a “Biomateriais”,
passando por ferramentas para equacionar questões “Logísticas”, de
“Biossegurança” ou até “Alimentação”. Saídas para “Direito e Governança
Ambiental” ou “Educação” também estão na lista junto a outras tendências. Do
outro lado do balcão, empresas que desenvolveram soluções tecnológicas podem se
cadastrar na plataforma, ganhando visibilidade e oportunidades comerciais.
As questões do momento e propostas de
solução
O dia também contou contou com dois
painéis principais, “Tendências e Oportunidades Regulatórias do ESG” e “Novas
tendências do mercado de carbono”, com discussões acerca das novas
possibilidades para o setor produtivo a partir das tecnologias verdes,
provocadas pelos c-levels Alexei Bonamin, da TozziniFreire, Ana Luci Grizzi, do
IFC, Brendan Walsh, da ESG Risk Guard, e Bruno Peixoto, do Mosimann-Hom. As
conversas antecederam a apresentação das primeiras soluções a serem avaliadas
pelos jurados, no campo do mercado de carbono. Os projetos podem ser explorados
a partir dos links no
portal oficial.
“A responsabilidade das empresas já está
sofrendo grande influência desse novo ambiente regulatório, especialmente no
mercado financeiro, mas também em um contexto de padrão de consumo. Na
indústria, por exemplo, a necessidade de matérias primas renováveis e as
mudanças provocadas pelo cisne verde, devido aos riscos climáticos e
ambientais. O tradicional modelo regulatório econômico parece não dar conta de
lidar com esses riscos que podem ocorrer”, explicou Bruno Peixoto.
O segundo dia do evento contou com a
abertura de Derk Loorbach, diretor da Drift e professor de economia social, que
participou de um painel especial para discutir as transições radicais e os
novos modelos de governança estabelecidos por paradigmas sustentáveis. A
programação contou, na sequência, com diálogos importantes sobre investimentos
em finanças verdes e soluções biotecnológicas. Os convidados discutiram aportes
feitos por grandes corporações em alternativas sustentáveis, evidenciando os
objetivos e resultados alcançados, e também a respeito do desenvolvimento do
setor agrícola, acelerado pela atualização tecnológica verde.
Participaram os executivos Antonio
Potenza, da Fund4Impact, Chis Cucci, da First Climate Bank, Franklin Luzes, da
Microsoft, Sérgio Suchodolski, da BDMG, Alexandre Alonso, da Embrapa, Flávio
Zaclis, da Barn Investimentos, Laura Antoniazi, da Agroícone e Maurício
Cardenas, da Câmara Verde de Comércio. Ao todo, nove soluções foram
apresentadas.
“A gente, hoje, passa pelo início
de um processo de transição, de uma economia fóssil não renovável para uma
bioeconomia de origem renovável. E não somente renovável mas bio-renovável.
Então, essa bioeconomia que está nascendo, que está crescendo, traz uma série
de oportunidades, assim como traz uma série de desafios que penso estarem
equacionados por essa área de biotecnologia. A cadeia alimentícia é movimentada
pela bioeconomia e o Brasil tem uma posição de destaque nessa história, porque
tem uma agricultura pujante e um ecossistema de inovação de pesquisa
agropecuária bastante forte”, explicou Alexandre Alonso.
Esperança no alinhamento entre setores
público e privado
Frederik Van Deurs e Michelle Tacher, do
Green Innovation Group e da U.S. Green Chamber of Commerce iniciaram o último
dia do ciclo de palestras, conversas e apresentações das startups, falando
justamente sobre inovação verde. Maria Rolim, da Offshore Wind, Natalia
Castilhos Rylp, da Bloomberg, Thiago Arruda, da European Energy A/S, Alexandre
Moraes Ramos, da Universidade Federal de Santa Catarina, Angelica Rotondaro, da
Alimi, Ivan Lalovic, da Gybe, Johan Lopes, da UNEP, e o chefe da divisão de
Combustíveis e Novas Energias do Ministério de Energia do Chile, Max Correa, complementaram
a finalização do GreenTech America Latina refletindo sobre tecnologia
energética e economia azul (águas e oceanos).
“Há esperança, porque quando as
políticas públicas estão alinhadas e o trabalho do setor privado também está, o
mercado começa a se movimentar e o interesse começa a ser gerado, a
criatividade deslancha, as coisas acontecem. A empresa começa a valorizar o
capital, as pessoas, essas iniciativas, e é o que a gente vê pelo menos aqui no
Chile. Acho que ficou claro isso. Então tenho muito interesse, muitos
desenvolvedores querem também tomar decisões iniciais com alguns riscos, mas já
usando um pouco mais porque veem não somente as benesses econômicas, mas também
as questões de um investimento positivo, com retorno mais estável, mais seguro”,
comentou Max Correa.
Mais nove soluções foram
apresentadas, no campo da energia renovável e da energia azul, pelos
representantes das startups responsáveis.
Soluções selecionadas e premiadas
Além dos painéis com especialistas e
debates, a edição 2021 do GreenTech América Latina selecionou 21 scale-ups que
apresentaram soluções tecnológicas sustentáveis, que possam trazer impacto
sustentável e econômico rápido para outras organizações, negócios, investidores
e corporações. A divulgação dos selecionados pelo júri especializado ocorreu no
dia 22 de outubro, e as startups passaram por sessões de bootcamp de 25 de
outubro a 19 de novembro.
As empresas escolhidas tiveram mentorias
preparatórias com os patrocinadores do evento (Kearney, Heineken, ESG Risk
Guard, Barn Investimentos, Mosimann Horn, Green Bridge Films, Tozzini Freire
Advogados), além de premiações em Inteligência Artificial com o Instituto
Federal do Paraná e, em Captação de Recursos Não Reembolsáveis, com a
Value Weaver. E ainda, terão acesso a uma assinatura de 1 ano da Head
Energia.
As cinco melhores avaliadas pelo júri,
após as apresentações no evento foram:
AMAbank
(do Brasil, tema Mercados de Carbono): com captação de recursos para a
sustentabilidade ambiental na preservação da floresta;
Coletando Soluções (do Brasil, Finanças Verdes): um
programa para capacitar pessoas envolvidas com a reciclagem de resíduos a gerar
renda para si e para a comunidade onde vivem. O valor apurado em reciclagem é
creditado em uma conta digital do participante do programa. O crédito fica
disponível para uso através de cartão pré-pago, ativo para compras, pagamento
de contas e saques, e assim, o modelo promove a inclusão social através da bancarização;
Botanical Solutions (Biotecnologia): A Botanical Solutions
(BSI) desenvolveu uma tecnologia proprietária que permite um fornecimento
escalonável e sustentável dos principais produtos botânicos, sem nenhum dos
problemas relacionados à produção atual de matérias-primas botânicas
tradicionais e ingredientes ativos.
Uma plataforma de R&D exclusiva e
patenteada, baseada na cultura de tecidos vegetais, permite que a BSI descubra
e desenvolva produtos botânicos que são sustentáveis, altamente consistentes e
econômicos. Essa plataforma de P&D elimina as principais barreiras, como
questões de fornecimento e qualidade, que têm impedido que os botânicos
tradicionais se tornem realmente bem-sucedidos comercialmente.
FNM Elétricos+Obvio (EnergyTech): objetiva encerrar a
poluição por diesel ao propor que se adote caminhões elétricos na logística e
comprova essa possibilidade com sua plataforma de TCO positiva (TCO – custo
total de propriedade, no caso de frotas, a soma de vários valores como
veículos, manutenções, combustível, softwares, entre outros);
SDW (do Brasil, Economia Azul): que
desenvolveu o Aqualuz, um dispositivo que potabiliza a água captada por
cisternas utilizadas por famílias de baixa renda em regiões áridas. O Aqualuz
resolve o problema de contaminação microbiológica da água, que causa doenças e
mortes em crianças.
A vencedoras terão direito a um MBA
completo em Empreendedorismo e mais dois cursos de curta duração na Brain
Business School. Por fim, a multinacional americana Oracle concederá um pacote
de US$ 3 mil em créditos a cada empresa, 70% de desconto nos serviços por 2
anos e o programa de conexões Oracle for Start ups para colaborar no
crescimento dos negócios.
Sobre o Green Innovation Group A/S
O Green Innovation Group A/S é uma
empresa dinamarquesa com escritórios em Copenhagen e Lisboa, que percebeu a
necessidade de cooperação entre municípios, ministérios, fundações, agências e
grandes empresas para encontrar alternativas mais sustentáveis para
instituições públicas e privadas, além de consultorias específicas para atingir
objetivos de emissão de gases de efeito estuda zero, (Net Zero Carbon).
Em 2020, participaram da construção do
fundo de 3 bilhões de Euros promovido pelo governo dinamarquês para investir no
tema. Já a BFS foca no financiamento do desenvolvimento sustentável para novos
negócios, como startups, pequenas e médias empresas e novos projetos.
Sobre a Build From Scratch
A BFS propõe o financiamento do
desenvolvimento sustentável. Estrutura projetos, ideias e organiza negócios
para recebem investimentos para crescer. Tem como visão ajudar as empresas a
tornarem suas ideias e sonhos em um sucesso empresarial. É a organizadora do
GreenTech América Latina.
Acesse:
https://www.buildfromscratch.co/
https://www.linkedin.com/company/build-from-scratch
https://www.greentechamericalatina.com
Sobre GreenTech América Latina
O GreenTech América Latina é um programa
de seleção e desenvolvimento de empresas com tecnologias que despoluem ou
reduzem a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera na região. O programa
é parceiro do hub de inovação dinamarquês Green Innovation Group A/S, que há
cinco anos promove programas e fomenta a implementação e o desenvolvimento de
aceleradoras de inovações ambientais em todo o mundo, contando com mais de
4.000 empresas de tecnologia sustentável identificadas globalmente, mais de 200
matchings e mais de 100 investimentos concretizados.
Acesse:
Nenhum comentário