Transformação digital: os desafios de um novo modelo
Fabio Lima*
Com a chegada da Quarta
Revolução Industrial, organizações dos mais diferentes portes e setores estão
encarando obstáculos de toda ordem para lidar com as novas demandas do
consumidor. Isso as leva a se questionarem se conhecem o modelo de negócio na
indústria 4.0 ou mesmo se estão aptas para tirar o máximo proveito dessas
mudanças.
Atualmente, os formatos
de negócios mais bem-sucedidos, em termos de valor para o cliente, crescimento
de receita e avaliação de mercado, são baseados em plataformas digitais.
Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, 70% das 10 empresas mais valiosas do
mundo e 70% das startups "unicórnio" operam esse modelo.
Por conta desta
tendência, líderes de todos os setores estão investindo cada vez mais no
digital, tanto para acompanhar as necessidades do cliente, quanto para se
manter relevante diante da concorrência.
Para facilitar e
orientar as empresas, os especialistas do Fórum Econômico Mundial estabeleceram
10 etapas para que a transformação digital alcance os objetivos corporativos:
- Entendimento
sobre o que significa “transformação digital”
Muitas lideranças ainda
não compreendem o que significa se transformar digitalmente. Se acontecer o que
previsões demonstram, que as plataformas mediarão 30% da atividade econômica
global até 2030, é imprescindível que todos entendam o seu funcionamento. Por
isso, a necessidade de uma reeducação rápida dos líderes para lidar com os seus
negócios no futuro.
- Integração
das estratégias corporativa e digital
Com os controladores
tendo completa noção das novas oportunidades e ameaças com o desenvolvimento
tecnológico, é possível incluir a mentalidade de integração da tecnologia com a
estratégia de crescimento corporativo. Porém, essa ação exige um trabalho
criterioso e comunicação com os acionistas.
- Investimentos
com assertividade
As empresas precisam
investir em modelos de negócios que ofereçam melhor valor para todas as partes
interessadas. Hoje, a maioria das organizações trabalha com experimentos
digitais e investimentos de longo alcance. A realocação de capital é o melhor
meio de tornar a estratégia realidade.
- Elaboração
de um portfólio colaborativo
Para chegar no auge, as
corporações mais bem-sucedidas do mundo desenvolveram um sistema integrado de
seu portfólio, com todos os aspectos dos seus negócios servindo de apoio,
reforço e complementação uns dos outros.
- Redefinição
de propósito
Os modelos de negócios
baseados em plataformas digitais permitem que as empresas atendam ao
consumidor, sem investir em ativos tradicionais. Na realidade, essas
organizações se concentram em facilitar a interação entre várias partes. Por
exemplo, o Airbnb não possui casas. A proposta é mudar o alvo potencial para
agregar valor ao cliente.
- “Canibalização”
de partes do negócio
Muitas empresas têm
medo de que os seus negócios sejam “engolidos” pelas plataformas digitais. No
entanto, essa fase é uma oportunidade para a criação de uma estrutura capaz de
aumentar a receita e até inovar a organização.
- Incorporação
das tecnologias
Um dos objetivos da
transformação digital é agilizar e facilitar a tomada de decisões operacionais
por meio do uso de máquinas. Por isso, as companhias atualizadas sobre as
necessidades atuais dos mercados estão procurando incorporar softwares, análise
de dados e inteligência artificial em seus negócios para conseguirem direcionar
os colaboradores para atuações com foco estratégico.
- Construção
de novas métricas
Muitas vezes, as
empresas se concentram em medir o sucesso do seu modelo de negócios atual, mas
não em criar novas formas de operar. Por isso, é fundamental que todas entendam
que as formas de avaliação de resultados são diferentes dos modelos
tradicionais.
- Otimização
de sistemas obsoletos
Existem barreiras
culturais, estruturas organizacionais arraigadas e métricas inadequadas. Para
especialistas, enquanto o negócio principal está sendo otimizado, o ideal é que
as empresas invistam em uma unidade de negócios separada para a criação de
novos modelos, com novas métricas e talentos.
- Criação de
ambientes digitais em áreas estratégicas
Essa etapa deve ser
construída em paralelo com as demais e consiste no aproveitamento de novas
oportunidades de mercado por meio de joint-ventures. Uma estrutura de JV
baseada em ações pode alavancar ativos, gerando oportunidades estrategicamente
significativas.
*Fábio Lima é consultor e mentor de empresários e executivos, especialista em gestão empresarial. CEO da LCC – Light Consulting e Coaching.
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