Agronegócio se prepara para nova fase do registro de CPRs
A partir de janeiro de 2022, CPRs com valor
igual ou superior a R$ 250 mil precisarão de registro ou depósito centralizado.
Confira análise de Mariana Bonora, fundadora da Bart Digital
Em janeiro de 2022, as CPRs (Cédula de
Produto Rural) com valor igual ou superior a R$ 250 mil precisarão de registro
ou depósito centralizado para ter validade e eficácia. Com a Lei do Agro (Lei
13.986/20), essa obrigatoriedade foi definida em prazos escalonados, começando
em 2021 com as CPRs de valores acima de R$ 1 milhão. Para a especialista
Mariana Bonora, o registro centralizado exige mudanças internas no agronegócio
e trará mais clareza sobre a quantidade de títulos circulando no mercado.
Em julho de 2020, o saldo acumulado das
CPRs registradas na B3 era de R$ 17 bilhões. Já em setembro deste ano, e com a
obrigatoriedade de registro nos títulos a partir de R$ 1 milhão, este montante
chegou a R$ 97,5 bilhões, algo que tende a aumentar.
“Para se adequar à nova lei, as empresas
tiveram que repensar seus processos, já que o registro centralizado das CPRs
deve ser realizado no prazo de dez dias úteis da sua emissão ou aditamento,
criando um desafio operacional para os títulos emitidos em papel e que
demandariam deslocamento até propriedades rurais, para coleta de assinaturas
dos seus emitentes”, explica Mariana, que é fundadora da agtech Bart Digital,
especializada em tecnologia para o financiamento agrícola.
Prevista para ocorrer em julho de 2021,
a obrigatoriedade de registro das CPRs com valor igual ou superior a R$ 250 mil
foi adiada para janeiro de 2022, de modo a dar mais tempo para adaptação das
empresas, algo que foi identificado pelo próprio mercado.
“Nossos clientes perceberam que precisariam
acelerar a migração para o modelo digital de emissão de CPRs, sob pena de não
conseguirem cumprir os prazos legais, o que também nos levou à necessidade de
estruturar áreas de suporte para auxiliá-los nesta adaptação”, detalha Mariana.
“Atualmente, a Bart conta com um time de especialistas em registros, frentes
para suporte à certificação digital de produtores rurais, além de canais para
atendimento pulverizado, capaz de atender operações menores e pontuais”.
Para preparar a empresa ao aumento de demanda
que deve ocorrer a partir de janeiro de 2022, Mariana menciona que também
ampliaram o investimento em tecnologia. “Além dos lançamentos de produtos e
funcionalidades que fizemos em 2021, também alocamos esforços na implementação
de inteligência artificial, o que nos ajudou a acelerar análises que antes eram
feitas pelos nossos analistas. Com isso, aumentamos bastante nossa capacidade
de atendimento”.
Mariana conclui que o adiamento do prazo
de escalonamento para janeiro de 2022 permitiu que o setor analisasse mais
profundamente os impactos operacionais do registro centralizado, e conseguisse
cumprir a regulamentação com segurança jurídica. “Com o prazo maior, essas
entidades puderam se preparar de forma adequada, já que toda mudança digital
também envolve uma mudança educacional no setor”.
Sobre a Bart Digital
Pioneira na emissão de e-CPR (Cédula de Produto Rural eletrônica), a Bart Digital (www.bartdigital.com.br) é uma agtech fundada em 2016 que visa oferecer soluções digitais voltadas ao financiamento agrícola. A empresa é dirigida por sua fundadora, a advogada Mariana Bonora, que também é membro da Diretoria da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs).
Nenhum comentário