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Mosca-dos-chifres, o inimigo da pecuária no verão

Por Humberto Moura, médico veterinário e gerente de produtos de animais de produção da Vetoquinol Saúde Animal, e Guilherme Moura, doutor em ciência animal e gerente técnico de bovinos da Vetoquinol

 

Temperatura alta e tempo úmido são excelentes notícias para quem deseja curtir o verão. Mas, no campo, esse clima é sinal de alerta para os pecuaristas. Afinal, esse ambiente é ideal para disseminação de parasitas, como a mosca-dos-chifres. Esse milimétrico inseto – cujo nome científico é Haematobia irritans – causa R$ 1,6 bilhão por ano em prejuízos aos pecuaristas, segundo pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

Esse estressor tem prejudicado o desempenho zootécnico de grande parte do rebanho de 215 milhões de bovinos. Isso num cenário em que o peso de bovinos ao abate aumenta gradativamente ao longo dos anos. A média, que era de 16 arrobas em 2001, passou para 18 arrobas de carcaça/animal em 2020, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse ganho, contudo, é colocado em xeque diante das infestações de mosca-dos-chifres e de diversos outros parasitas.

 

Essa pequenina mosca é hematófaga. Isso significa que ela suga o sangue dos animais. E cada inseto pode causar mais de 40 dolorosas picadas por dia, gerando estresse no gado O resultado dessa situação é um rebanho bastante irritado, impactando a produtividade. No gado de corte, por exemplo, pesquisas indicam perdas de até 40 quilos de peso vivo por animal, o que consequentemente resulta na diminuição da carcaça em arrobas – além de desvalorizar o couro.

 

Esse desafio não está presente apenas na pecuária de corte. A produção leiteira pode sofrer consistente impacto, com a mosca-dos-chifres causando quebra de até 20% na ordenha, segundo estudos. Para se ter uma ideia, com base na produção leiteira atual do país, que segundo o IBGE é de 34,9 bilhões de litros de leite, a infestação generalizada desses insetos poderia causar perdas de mais de 6 bilhões de litros por ano, prejuízo equivalente a R$ 10 bilhões.

 

É urgente controlar a presença do parasita nas fazendas brasileiras, porque a disseminação é rápida – especialmente no verão. A Haematobia irritans tem ciclo de parasitismo de 3 a 7 semanas, com capacidade de voo de até 25 quilômetros. Além disso, faz a deposição de ovos sobre fezes frescas, que em média são 300 ovos por postura. Esses fatores auxiliam para que o inseto esteja disseminado mesmo onde não há pecuária intensiva.

 

A solução para esse problema é o uso de potentes brincos mosquicidas. Nossa recomendação é dar preferência às tecnologias mais inovadoras, com a associação de forma exclusiva dos princípios ativos fipronil e diazinon. A combinação oferece proteção por até 210 dias e, inclusive, carência zero para abate e produção de leite. Assim, o pecuarista não perde tempo nem dinheiro no combate aos parasitas, que representam um importante ponto de atenção em todas as fazendas brasileiras. Soluções como essa reestabelecem o bem-estar do rebanho e abrem as portas para melhor produtividade com lucratividade.

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