Pesquisa clínica gera efeito bilionário na economia brasileira, revela levantamento da Interfarma
País tem potencial para ser um dos líderes
mundiais no setor e atrair investimentos que podem gerar efeitos na economia em
torno de R$5 bilhões
São Paulo, dezembro de 2021 - O Brasil ocupa a 20ª colocação no
ranking mundial da pesquisa clínica, com apenas 2,4% de estudos publicados
entre 2019/20. Segundo o levantamento divulgado pela Interfarma (Associação da
Indústria Farmacêutica de Pesquisa), o país tem potencial para ser um dos
líderes mundiais no setor e atrair investimentos que podem gerar efeitos na
economia em torno de R$ 5 bilhões.
Intitulado “A importância da Pesquisa
Clínica para o Brasil”, o estudo realizado pela Interfarma em parceria com
IQVIA, Aliança Pesquisa Clínica Brasil e ABRACRO mostra que, a pesquisa clínica
desempenha um papel fundamental na atividade econômica e impacta diretamente a
saúde e bem-estar da sociedade.
De acordo com os dados, um ponto de
destaque para o Brasil é o tamanho e a heterogeneidade da população, que o
tornaria atrativo para investimentos em pesquisa clínica. No entanto, ainda há
entraves legais e regulatórios que dificultam esses projetos no país.
Para a presidente-executiva da
Interfarma, Elizabeth de Carvalhaes, uma importante vantagem brasileira que o
levantamento revela é o custo inferior para a realização de estudos clínicos
quando comparado a outros países considerados referência (Estados Unidos, Reino
Unido, Alemanha e outros).
“Neste aspecto, temos posição de
destaque em relação ao principal concorrente presente na América Latina, a
Argentina, especialmente em oncologia (área terapêutica que mais se investe em
pesquisa global), com um custo 45% menor. Possuímos recursos humanos
capacitados e potencial de investimento. No entanto o sistema regulatório e
legal deve ser aprimorado para se adequar aos imensos desafios do Brasil”,
explica.
Avanços e resultados
Nos últimos dois séculos, a humanidade
tem se beneficiado de importantes inovações na medicina e nos medicamentos.
Tais avanços contribuíram para a melhoria do tratamento e do controle de
doenças que, 100 anos atrás, resultavam em óbito ou
significativa diminuição na qualidade de vida. As vacinas, por exemplo,
possibilitaram a erradicação ou importante redução de enfermidades que matavam
milhões de pessoas.
Além disso, novas vacinas para doenças
como Zika, Dengue e Chikungunya, entre outras, estão em fase de pesquisa. O
tratamento da AIDS evoluiu significativamente desde a década de 90 e, em muitos
casos, é possível controlar a doença, como por exemplo no Brasil, onde
medicamentos são disponibilizados gratuitamente para a população pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) e contribuem para a redução no coeficiente de óbitos no
país.
No caso da quimioterapia, por exemplo,
cientistas estão descobrindo tratamentos mais direcionados e efetivos, com
menos efeitos colaterais, curando ou prolongando a vida de milhares de
pacientes com câncer. E a COVID-19 enfatizou a importância da pesquisa clínica
para trazer soluções para problemas sanitários da sociedade.
Entretanto, no período de 2011 a 2018,
globalmente, uma média de 11.632 estudos clínicos foram iniciados por ano. No
Brasil, houve uma queda de 328 para 245 no número de estudos iniciados.
Essa queda se deve a alguns entraves do
sistema político e regulatório brasileiro. A aprovação de um pedido de pesquisa
clínica precisa ter mais celeridade, equiparando-se aos padrões dos países
desenvolvidos. O cenário pós-estudo, a partir do qual são reunidos dados que
podem aperfeiçoar tratamentos e servir como base para novos estudos, também
precisa de melhores regras e de um ambiente mais favorável.
Hoje, o País figura na 20ª colocação no
ranking mundial de pesquisa clínica, com apenas 2,4% dos estudos. Isso
representa uma queda de três posições em dez anos. Com o melhor aproveitamento
de seu potencial, o Brasil poderia saltar para a 10ª colocação, atraindo um
investimento estimado de R$ 2 bilhões, com efeitos na economia ainda maiores,
em torno de R$ 5 bilhões.
Confira na íntegra o mapeamento sobre a pesquisa clínica no Brasil acessando aqui.
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