A automação do RH em 2022
*Por Rafael Kiss
A Revolução Industrial transformou a forma das empresas produzirem e, também, os processos de trabalho no universo corporativo. A partir desta disruptura na forma de se produzir, as pessoas passaram a buscar tecnologias capazes de trazer mais eficiência para suas tarefas diárias. Atualmente, realizamos isso de forma tão automática que nem percebemos que, até os dias atuais, somos influenciados por um conceito que se iniciou em meados do século XVIII.
Contudo, mesmo que não percebamos o
quanto este conceito antigo ainda impulsiona o desenvolvimento das empresas,
seguimos em uma busca constante pela ampliação da eficiência. Durante o século
XX, esta procura das companhias esteve focada, em grande medida, em tecnologias
que permitissem a sofisticação da linha de produção, principalmente visando à
redução de custos e à sua ampliação. É evidente que este foco assegurou avanços
extraordinários em diferentes setores, como, por exemplo, automotivo,
agroindústria, varejo e etc.
À medida que as empresas avançaram neste
processo, um ponto começou a ficar evidente para muitos gestores: Não seria
possível ser plenamente eficiente se ela não modernizasse, também, seus
processos administrativos. Em especial, aqueles que interferem diretamente na
força de trabalho. Por este motivo, nos últimos anos, a automação da área de
Recursos Humanos passou a ser uma das principais prioridades das empresas,
principalmente nos últimos tempos, com o novo cenário imposto pela pandemia da
Covid-19.
Se antes os processos de automação
implementados pelas empresas consistiam na aplicação da tecnologia para
acelerar um processo produtivo, agora, na área de RH, os gestores se depararam
com o desafio de automatizar atividades que estavam, diretamente, relacionadas
às relações humanas. Em muitos casos, impactando a vida e a rotina de milhares
de trabalhadores.
Encontrar a forma de obter mais
eficiência nas atividades relacionadas à gestão de pessoas, considerando as
peculiaridades que envolvem a interação humana, foi o grande desafio enfrentado
pelos gestores. Neste processo, observo alguns executivos da área de RH
questionarem: Não seria mais eficiente contar com uma inteligência artificial
na gestão de todas as atividades ligadas à gestão de pessoas?
A minha resposta para esta pergunta é
sempre não. Cada empresa tem as suas necessidades e especificidades que não,
necessariamente, serão plenamente atendidas por um sistema de inteligência
artificial. Por isso, é preciso entender quais são as “dores” do negócio, o que
precisa ser aprimorado, para, a partir disso, implementar automações que tragam
realmente mais eficiência.
Quando a empresa consegue fazer esta
análise, na maioria das vezes, ela percebe que existem processos
administrativos da área de RH que estão tomando um tempo precioso dos
profissionais e são justamente eles que podem ser automatizados. Os negócios
que conseguem implementar um sistema híbrido, com o uso da tecnologia para
automatizar processos repetitivos, liberando o tempo dos profissionais de RH
para fazerem tarefas mais nobres e estratégias, como a gestão da força de
trabalho, lidando com as peculiaridades da interação humana, sem dúvida, serão
os mais bem-sucedidos.
A Covid-19 trouxe um novo cenário para
as empresas e, sem dúvida, já mudou a forma de trabalho em muitos
segmentos. Contudo, acredito que a modernização da área de RH seguirá em
formatos hídricos, onde as tecnologias e a interação dos profissionais de
Recursos Humanos caminharão juntos para obter a tão almejada eficiência.
* Rafael Kiss é diretor de Produtos e Inovação da ADP
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