A maternidade e os desafios para a carreira da mulher
*Por Rubiana Cruz
Ao longo da carreira,
as mulheres passam por inúmeros desafios em busca do seu lugar ao sol no
mercado de trabalho. Eles são ainda maiores quando o desejo da maternidade
coincide com a idade mais produtiva e “bem-sucedida” da mulher.
Tudo isso fica ainda
mais explícito a partir de estudos como o divulgado no primeiro trimestre deste
ano pelo IBGE, com foco em estatística de gênero, que indica que 46% das mães
com filhos de até 3 anos estão desempregadas. Além disso, não são raros os
casos de mulheres que retornam da licença maternidade e que acabam dispensadas
em até um ano após esse regresso.
Por conta dessa
realidade, inúmeras dúvidas e questionamentos surgem no meio do percurso. É
necessário que as mães abram mão de algo? É possível seguir bem-sucedida e
crescer profissionalmente após a maternidade? Como ter sabedoria para equilibrar
a vida pessoal e o trabalho no auge da carreira? Como conciliar tudo isso?
Em busca de uma
trajetória com êxito muitas mulheres são corajosas, fecham os olhos e seguem o
seu rumo. Neste caso, o “como” é adiado e, então, equilibra-se um prato,
enquanto o outro cai. E se a crença for “no final tudo dá certo”, elas
conseguem viver o lema “um dia de cada vez”. Hoje, o mundo corporativo tem
começado a falar sobre o assunto e passaram a entender a relevância de se falar
a aplicar ações relacionadas à maternidade no ambiente corporativo – mesmo que
tardiamente, mas antes tarde do que nunca.
Geralmente, as empresas
com conceito “people first”
adotam políticas de equidade, diversidade e inclusão. No caso da maternidade,
as mulheres podem ser contratadas ou promovidas grávidas, focando nas
experiências e no potencial de entrega, independentemente de qual for a
condição do momento. Organizações assim geram um sentimento de pertencimento,
engajamento e respeito – que comprovadamente geram mais lucros.
O grande desafio do
mercado é entender como fazer com que mais organizações possam ter esse olhar
acolhedor que, na verdade, não deveria ser tratado como diferencial e, sim,
como prática normal. Dito isso, o passo seguinte seria proporcionar benefícios
flexíveis como, por exemplo: licença maternidade estendida, creche na empresa
ou auxílio-creche, plano de saúde extensivo aos dependentes, auxílio vacina,
horários flexíveis, home office, semana comprimida, entre outros.
A partir do momento em
que as mulheres se sentem ouvidas e sentem que a empresa teve sensibilidade e
empatia para entender quais são as suas necessidades, os vínculos são criados
de modo cada vez mais forte.
Por fim, aqui vai uma
última pergunta para estimular a reflexão: você indicaria a companhia onde
trabalha para uma amiga que pretende ter filhos?
*Rubiana Cruz é formada em Psicologia com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Coach pela SBC. Atua como Consultora da área de Gestão de Pessoas da Guiando
Nenhum comentário