Inovação, capacitação e sustentabilidade são prioritários para OLs em 2022
Levantamento feito pela ABOL traz expectativas
e tendências apontadas pelos Operadores Logísticos e o que essas empresas,
listadas entre as maiores empregadoras no país, esperam em relação à retomada
da economia em ano de eleições presidenciais.
Ainda há dúvidas se 2022 será o ano do
início do pós-pandemia. No entanto, os Operadores Logísticos (OLs) demonstram
otimismo no que se refere às expectativas para os próximos meses. Apesar do
malabarismo vivido no ano passado, levantamento feito pela ABOL (Associação
Brasileira dos Operadores Logísticos) junto as 29 empresas associadas, listadas
entre as maiores empregadoras do país, prevê aquecimento do mercado, retomada
da economia, projetos de expansão, além de investimentos em inovação,
capacitação de pessoas e sustentabilidade. Aumento expressivo no faturamento
também é esperado.
Segundo apurado, 2021 trouxe importantes
ensinamentos para os OLs, entre eles, lidar com a volatilidade gerada pela
pandemia - e como reflexo, redobrar os esforços para encontrar sinergia entre
valores e demandas. Ainda hoje, os pontos de atenção estão na inflação e no
desbalanceamento na cadeia de custos logísticos, devido à falta de insumos e
uma procura maior do que a oferta.
A alta dos combustíveis ainda pesa às empresas, no entanto o transporte de
cargas segue em ascensão, seja pelo crescimento constante do agronegócio, que
promete ser o protagonista, ou pelo próprio e-commerce, que veio para ficar e
continuará movimentando o serviço de entregas, principalmente nos grandes centros.
“Teremos um ano eleitoral sem grandes reformas e inflação elevada, juros altos
e resultados negativos do PIB. Porém, os OLs são resilientes e já estão se
preparando para lidar com esse cenário. A tecnologia segue sendo uma importante
aliada no processo de desenvolvimento do setor, assim como o ESG
(Environmental, Social and Corporate Governance), cada vez mais presente na
agenda das empresas. O controle de custos, principalmente com combustíveis,
ainda será uma realidade para driblar os desafios, mas já há um melhor
entendimento dos caminhos a seguir”, afirma a diretora executiva da ABOL,
Marcella Cunha.
INOVAÇÃO
Penske, ID Logistics,
Grupo Toniato, Gefco, Wilson Sons e BBM são exemplos de operadoras que estão
otimistas e esperam crescer em 2022 focadas no desenvolvimento de soluções de
valor pautadas em inovação, aportes em tecnologia e projetos orientados à
redução de custos e melhora na eficiência das operações. Na Wilson Sons, a
estratégia será usar ativos pré-existentes, trazendo mais tecnologia combinada
para desenvolver novos produtos.
Já na ID Logistics as
prioridades serão investimentos em capital humano e tecnologias de ponta, que
possam oferecer diferenciais competitivos para o atendimento das indústrias de
segmentos considerados essenciais. “Esperamos expedir milhões de medicamentos,
vacinas, produtos para saúde e bem-estar pessoal, além de matérias-primas e
outros insumos do processo produtivo este ano”, reforça o diretor de Operações
da ID Logistics, Gilberto
de Lima Junior.
CAPACITAÇÃO
A segurança e o
bem-estar de colaboradores e stakeholders segue como principal prioridade de
OLs como a Wilson Sons, FM
Logistics e Coopercarga.
“Os esforços este ano serão voltados às operações, tracionando
alternativas que alinhem dois dos valores da operadora, inovação e
sustentabilidade, em um diferencial competitivo. Precisamos de investimento
pesado em pessoas, capacitando e trazendo o aperfeiçoamento como algo
intrínseco em nossos processos”, relata Paulo Simioni, vice-presidente da
Coopercarga.
SUSTENTABILIDADE
É crescente o olhar dos operadores
logísticos para a necessidade de se criar políticas que atendam as pautas
ambiental, social e de governança, caso da Santos Brasil, que segue reforçando seu
compromisso com a agenda ESG. DHL
Supply Chain e
FM Logistic do Brasil também
estão comprometidas em acelerar processos de inovação e soluções verdes.
Quem também está empenhada em reduzir impactos no meio ambiente é a UPS Brasil. “A empresa
está introduzindo modelos de logística inovadores para cidades populosas,
fazendo entregas com drones, investindo em veículos de próxima geração, em
tecnologias de otimização de rotas e desenvolvendo pessoas para ajudar a pôr em
prática as próximas grandes ideias”, destaca a country managing Director
da UPS Brasil,
Nadir Moreno.
MERCADOS EM ASCENSÃO
As previsões para 2022,
segundo os OLs, incluem o incremento de alguns mercados, como o de petróleo e
gás. Na visão da Wilson
Sons, esse setor produtivo vem dando sinais de reaquecimento,
com as companhias começando a avançar com novos projetos, o que deve gerar
oportunidades para o setor de apoio marítimo. A empresa prevê que 2022 será
melhor do que 2021 e que 2023 será ainda mais promissor. Outro segmento
importante, com tendência de alta, apontado pela companhia, é o de energia
renovável.
FATURAMENTO EM ALTA
Para crescer dois
dígitos em 2022, a FM
Logistic está avançando com a transformação digital da
companhia e oferecendo qualificação profissional aos colaboradores. Ronaldo
Fernandes da Silva, presidente da Operadora, conta estar confiante com o
crescimento da empresa nos serviços de e-commerce, omnichannel, transporte e
logística urbana. “O Brasil segue como mercado-chave para os negócios e a
expectativa é dobrar o faturamento regional até 2022. Também planejamos expandir
nossa presença na região Nordeste, com a abertura de uma unidade no Recife”,
antecipa Silva.
Ainda que haja alguma apreensão no
mercado com as novas variantes da COVID-19 e, consequentemente, todos os riscos
que isso implica, a Multilog
acredita que o pior já passou e pretende continuar crescendo
organicamente em torno de 10% - e inorganicamente também. Os investimentos da
operadora estão sendo alocados de acordo com as prioridades, principalmente com
o início da construção do Porto Seco de Dionísio Cerqueira, do Armazém Químico
de Itajaí e em melhorias de sistema e tecnologia.
Já a Brado está estruturando uma operação
robusta para atender diversos setores, com uma logística integrada e planejada
para o futuro. A empresa acredita que, quando os caminhões se tornam parceiros
de uma ferrovia altamente eficiente, isso representa maior competitividade para
o país e para o produto brasileiro no exterior. Além disso, para 2023, a
associada à ABOL vislumbra
subir com a operação para o Norte do país, via Ferrovia Norte-Sul, e chegar ao
Maranhão, onde está construindo um terminal em Davinópolis (MA), região
metropolitana de Imperatriz.
SOBRE ABOL
A ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos tem como propósito consolidar a atividade do Operador Logístico no Brasil, fortalecendo institucionalmente esse importante mercado. Criada em 2012, a Associação reúne os 29 maiores players do setor, empresas nacionais e estrangeiras das mais diversas cadeias produtivas.Mais informações: www.abolbrasil.org.br
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