Verão acende o alerta para o perigo: 17 brasileiros morrem afogados por dia em piscinas
Menina de 13 anos fica presa pelo cabelo por
mais de 2 minutos em ralo de sucção e vídeo viraliza. Final desta vez foi
feliz, mas o verão acende o alerta para os altos índices de óbitos.
Especialistas em piscinas declaram
que um dos maiores vilões da área de lazer é o ralo de sucção.
Em
dezembro, um vídeo que mostrava uma menina de 13 anos se afogando em uma
piscina viralizou na internet. Maria Rita ficou cerca de dois minutos
submersa após ter os cabelos sugados pelo ralo, enquanto brincava com as
amigas. Ela ficou com a cabeça presa debaixo d’água e chegou a ficar
desacordada. Para resgatá-la, o pai de uma das amigas precisou cortar o cabelo
da jovem, que foi retirada da piscina e reanimada no local. Ela foi encaminhada
ao hospital, onde fez exames e logo foi liberada.
Situações
como esta são mais comuns do que se imagina, mas nem sempre tem um final
feliz. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático
(Sobrasa), a cada uma hora e meia, um brasileiro morre afogado, sendo que
59% das mortes na faixa de um a nove anos de idade ocorrem em piscinas. Para
agravar, a maioria das crianças de 4 a 12 anos, que sabem nadar, se afogam
pela sucção
da bomba, justamente o que aconteceu com Maria. Já segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, são declarados, por
dia, 17 óbitos por afogamento em piscinas – sendo que três deles são de
crianças.
RALO DE SUCÇÃO É UM
PERIGO
O ralo de
sucção, como o próprio nome sugere, é elaborado para sugar. Contudo, eles não
sorvem somente a poeira e a sujeira. É absorvido por este equipamento tudo que
se aproxima: cabelos, dedos, colares, relógios, peças de roupas etc. E o
impacto da ação ainda conta com a “ajuda” da força da água, dificultando que as
pessoas, sobretudo as crianças, tenham possibilidades de emergir.
Sabendo que
os ralos de sucção são como "armadilhas" no fundo da piscina, e estão
diretamente relacionados com vários casos de acidentes e afogamentos, a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determinou, por meio
da NBR nº 10.339 de 2018, que esses dispositivos sejam comercializados com
materiais que oferecem segurança, com tampa anti-aprisionamento interligada ao
skimmer, e este interligado a motobomba. Mas, na prática, não é assim que
funciona, mesmo porque não há uma fiscalização encima dos ralos de sucção:
“E, para
agravar ainda mais a situação, quanto mais vazão de água, maior é o risco de
acidente. E é bem comum que os proprietários de piscina coloquem cascatas,
chafariz, hidromassagem, toboágua... Assim, se a demanda de água aumenta, há um
acréscimo também de sujeira. E o ralo de sucção entende que tem que sugar mais
e mais, tornando-se um inimigo oculto”, informa Bráulio César Bandeira Aleixo,
proprietário da CYAN Piscinas - desenvolvedora de soluções inteligentes para
piscinas.
Ocorre,
também, que, infelizmente, mesmo que o ralo da piscina esteja protegido com
grade ou outro aparato, se porventura estiver quebrado, ausente do local, tiver
sofrido algum tipo de dano ou simplesmente estiver desgastado pela ação do
tempo, o risco de acidentes aumenta consideravelmente. Uma grelha quebrada, por
exemplo, pode fazer com que objetos ou um membro (dedo, braço, perna,
cabelo...) fiquem presos no ralo. Há quem diga que uma tampa mais moderna, com
aberturas menores, é a mais apropriada, mas não há 100% de garantia.
BRASILEIROS
LANÇAM RALO DE SUCÇÃO INÉDITO EM TODO O MUNDO QUE ZERA RISCOS DE ACIDENTES
E,
justamente com a preocupação em prevenir acidentes e salvar vidas, e após
dois anos de pesquisas, a CYAN criou um dispositivo que zera o risco de mortes
por sucção. Atendendo todas as determinações da ABNT, o dispositivo tem
com um diferencial: ao invés de ser acoplado no fundo da piscina, ele é
colocado nas laterais, acabando de uma vez por todas com o perigo do
"sugar para o fundo": "Temos como objetivo desenvolver soluções
seguras que se atentem vida humana", finaliza Aleixo.
Bráulio César Bandeira
Aleixo, sócio da CYAN Piscinas.
Empresa
criou ralo de sucção que zera risco de mortes e está desenvolvendo dispositivo
de automação com sensores de movimento que detectam queda em piscinas, com
alarme sonoro e alerta via aplicativo.
Além disso,
a CYAN trabalha, juntamente com a Cromo Consultoria (empresa júnior da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná), no desenvolvimento de um
sistema de automação com sensores de movimento duplos que têm como objetivo
detectar qualquer anormalidade na piscina, quando a área de lazer estiver
fechada, como a queda acidental de uma criança, alarmando para o perigo.
"A segurança dentro de uma piscina merece atenção especial, então investir em dispositivos que alertam para perigos em piscinas é uma atitude consciente de precaução", comenta Bráulio explicando o funcionamento do aparelho: trata-se de um dispositivo eletrônico, capaz de responder a um estímulo físico/químico de maneira específica, disparando um alarme toda vez que detectar quedas acidentais de corpos em piscinas, inclusive via aplicativo.
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