Mês da endometriose: 3 exames importantes para o diagnóstico
"Março amarelo" é a campanha que visa
a conscientização a doença
São Paulo, fevereiro de 2022 – A endometriose é uma doença
inflamatória que acomete 10% das mulheres que menstruam. A maioria delas não
conhece a doença e acreditam que se trata apenas de uma cólica forte, quando se
trata de uma condição complexa que, sem tratamento, atrapalha o bem-estar, os
planos e sonhos de mulheres em idade fértil.
O ginecologista e obstetra, Dr. Marcos
Tcherniakovsky, que é diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de
Endometriose (SBE) explica que a doença é caracterizada pela saída do tecido
endometrial para fora do útero através das tubas, e que pode se implantar em
órgãos da região pélvica e causar um processo inflamatório.
"A endometriose é um assunto que
gera muitas dúvidas nas pacientes, o que colabora com a dificuldade de um
diagnóstico assertivo. Hoje, no mundo, o diagnóstico para a condição costuma
levar em média sete anos, considerando o tempo decorrido dos primeiros
sintomas", alerta.
Conheça os 3 exames mais importantes
para o diagnóstico da endometriose:
1) Exame físico
Quando há suspeita da doença, o
especialista realiza um exame físico de toque vaginal, com o objetivo de
verificar se o útero está fixo, se houve aumento dos ovários e possíveis
alterações que confirmem a suspeita. Antes, o médico avalia a história clínica
da paciente, ouvindo com cuidado todos os sintomas e queixas e sem pressa,
também para tranquilizá-la.
2) Ressonância magnética da Pelve
É solicitada com preparo intestinal e é
feita por um especialista que conhece muito bem a doença. O exame possibilita
uma avaliação completa da pelve em múltiplos planos, com excelente resolução
anatômica e espacial.
3) Ultrassom endovaginal
Também é solicitado com preparo
intestinal e é feito por especialista em endometriose. O exame consegue
identificar a presença de endometriose em qualquer local da região da pélvica,
como ovários, tubas, bexiga e intestino.
Ambos os exames são excelentes para
diagnosticar a presença de endometriose profunda, aquela que tem mais de 5mm de
profundidade e costuma dar mais sintomas, como dores abdominais e/ou pélvicas.
"Através destes três exames podemos
determinar a necessidade de trabalharmos de forma multidisciplinar. Quando
existe o diagnóstico de endometriose intestinal, sempre solicitamos uma
avaliação com o proctologista ou cirurgião geral. O mesmo ocorre quando temos
um provável acometimento da bexiga e encaminhamos para o urologista, para que
acompanhe em conjunto com o ginecologista", conta o médico.
O mês de março foi escolhido para
receber a campanha mundial de conscientização da Endometriose, o "Março
Amarelo", para alertar mulheres do mundo todo sobre a importância da
realização de exames preventivos para evitar o desenvolvimento da doença em sua
forma grave.
"Mesmo que a endometriose tenha
suas particularidades, quanto mais cedo houver a desconfiança, quanto mais
falado e debatido este assunto e quanto solicitado exames adequados e
específicos para a detecção, maiores são as chances de dar mais qualidade de
vida e da preservação da fertilidade da mulher", finaliza o especialista.
SOBRE O ESPECIALISTA
Dr. Marcos Tcherniakovsky –
Ginecologista e Obstetra – Alto conhecimento em Endometriose e Vídeo-endoscopia
Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). É Diretor de Comunicação da
Sociedade Brasileira de Endometriose. Médico Responsável pelo Setor de
Vídeo-endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da
Fundação do ABC. Membro da comissão de especialidades na área de Endometriose
pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Médico
Responsável da Clínica Ginelife.
Instagram: @dr.marcostcher
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