Entidades promovem ações de conscientização para preservação da água
Água exerce um papel indispensável à
sobrevivência e ao desenvolvimento da vida, pois atende as necessidades básicas
de todos os ecossistemas
Uma pergunta muito fácil de ser
respondida, uma questão que todos têm conhecimento, algo que se ficarmos sem
acaba com a vida no planeta, e mesmo assim, muitas vezes acaba sendo uma pauta
até secundária, mesmo em importantes debates para a preservação do
meio-ambiente. Protagonista para a vida, a água precisa ser pauta contínua,
todos sabem da sua importância, a discussão sobre a preservação de rios,
nascentes e lençóis freáticos precisa ser diária, e não apenas restrita ao dia
22 de março, dia mundial da água.
A água exerce um papel indispensável à
sobrevivência e ao desenvolvimento da vida, pois atende as necessidades básicas
de todos os ecossistemas. Preservar recursos hídricos é essencial para a vida,
em números frios e reais, de toda água que existe no planeta, há apenas 2,7% de
água doce e, desse percentual, apenas 0,1% corresponde à água doce disponível
para utilização em todo o mundo. As principais ações para preservação do ciclo
vital da água são: Proteger os mananciais, reflorestar as margens dos rios,
evitar desperdício, utilizar de forma consciente, tratar devidamente os esgotos
e diminuir a produção e descarte de lixo.
A falta de água, os racionamentos, a
torneira seca, infelizmente ainda é realidade para milhões de pessoas em todo
mundo, inclusive no Brasil, país com maior oferta de água potável do
mundo. Segundo dados do Ranking do Saneamento, divulgado ainda em 2021,
cerca de 35 milhões de brasileiros – 5,5 milhões nas 100 maiores cidades do
País –, não têm acesso à água potável e 100 milhões
de pessoas à coleta e tratamento de esgotos, sendo 21,7 milhões nos
maiores municípios.
Diante dessa realidade, existem diversas
ações governamentais, da iniciativa privada e da sociedade em geral, que busca
principalmente conscientizar as pessoas da importância da preservação das
águas. O Movimento Circular é uma dessas iniciativas, que busca unir
diferentes setores, desde empresas, poder público e a própria sociedade em
torno da transição da economia linear para a circular. É um ecossistema
colaborativo que busca difundir a ideia da economia circular, onde todo recurso
pode ser reaproveitado, gerando menos desperdício, menos poluição e com isso,
ajudando na preservação das águas.
“O movimento circular tem o objetivo de
conscientizar todos os setores produtivos e sociedade de que um futuro sem lixo
é possível a partir da educação, da adoção de novos comportamentos e do
desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes. Desta forma, gerando
menos resíduos, reduzimos a quantidade de poluentes que podem contaminar as
águas superficiais e subterrâneas. Na mesma direção, a Economia Circular também
estimula processos de preservação e reaproveitamento da água, diminuindo a
pressão sobre esse recurso vital para todos”, alerta o Professor Edson
Grandisoli, Coordenador pedagógico do Movimento Circular, Mestre em Ecologia,
Doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP) e
Pós-Doutor pelo Programa Cidades Globais (IEA-USP).
Entre as ações promovidas pelo Movimento
Circular está a plataforma educacional Circular Academy, primeira escola aberta
de economia circular, com cursos gratuitos sobre a temática, que já conta com
mais de 900 inscritos. O curso “Introdução à Economia Circular” tem
aproximadamente seis horas de duração, com oito módulos, sendo oferecido
gratuitamente em três línguas.
“Estou absolutamente convencido de que
todos nós temos um papel na construção de um mundo mais inclusivo, cheio de
abundância e de oportunidades. Dessa forma, criamos uma série de materiais para
estudantes, professores, empresas e instituições, com ideias e práticas para
entender a economia circular”, explica o professor.
Mais ação de conscientização
Outra importante ação de conscientização
acontece em um dos principais rios do Brasil, o rio Tietê, que nasce em
Salesópolis, no interior de São Paulo. o Museu da Energia de Salesópolis
promove o roteiro “As águas que você não vê - Educação Ambiental pelas águas do
Tietê”. Através de atividades guiadas, os visitantes podem aprender conceitos
sobre a preservação desse recurso tão importante e que está constantemente
ameaçado pela poluição e pelo uso indevido. O próprio Tiete, que nasce limpo na
cidade do museu e se deteriora ao longo do estado de São Paulo, é um grande
exemplo de como a poluição faz a diferença no meio ambiente.
O museu está situado em um parque com
trechos remanescentes de Mata Atlântica, entre os passeios estão a Trilha
dos Pinus, o Espaço das Águas, a Trilha das Pancs e o Reservatório. Durante as
atividades, haverá explicações sobre economia de água, o percurso do rio Tietê
e sua importância para a Central Geradora Hidrelétrica de Salesópolis. Com o
uso de um “ecokit”, os educadores mostrarão na prática como fazer uma análise
de qualidade da água.
“A atividade tem como objetivo promover
uma reflexão sobre a importância de se preservar um dos bens mais preciosos da
Terra: a água, através de explanações, experimentos e trocas de saberes”,
explica o educador Fernando Maia, um dos realizadores do projeto ligado ao
Museu da Energia de Salesópolis e à Fundação Energia e Saneamento, responsável
pela instituição.
O evento “As águas que você não vê - Educação Ambiental pelas águas do Tietê”, acontece entre os dias 22 e 26 de março. As inscrições para o evento podem ser realizadas através do WhatsApp (11) 99115-0020 ou do telefone (11)4696-1332. São aceitos 10 participantes por dia de passeio, que se inicia às 14h e dura em média 1h30.
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