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Plataforma de entrega fatura R$ 12,2 mi com delivery em cidades do interior

Alfred Delivery multiplica faturamento apostando fora das grandes capitais e expectativa de crescimento é de cinco a dez vezes mais até 2023

Carla Benedini

Acostumado a viajar pelo Brasil a trabalho, o empresário Myrko Micali, 33 anos, passou por diversas cidades nas cinco regiões do país, atuando em projetos como engenheiro elétrico. Sempre precisando receber ou enviar produtos durante as estadias, encontrou dificuldades até mesmo para pedir comida, algo já popular e acessível nas grandes cidades. Ele percebeu, então, que havia uma lacuna deixada pelos maiores players de logística, o que motivou a criação do Alfred Delivery, fundado em 2017, em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo. 

De lá pra cá, a empresa viu seu faturamento saltar de R$ 590 mil em 2019, período anterior à pandemia, para R$ 12,2 milhões em 2021, ultrapassando o número de dois milhões de entregas realizadas com mais de 13 mil estabelecimentos comerciais cadastrados. “Grandes empresas do segmento concentram-se nas capitais, onde se espera ter um maior número de pedidos. Assim, os municípios do interior acabam sendo negligenciados. Com essa estratégia, nossa expectativa é crescer de cinco a dez vezes até 2023”, afirma Micali.

Ao lado do amigo e especialista em marketing Allan Nicola, 32 anos,  Micali passou a desenvolver o negócio com foco inicial na entrega de pedidos de restaurantes. Ao longo da operação, ambos perceberam que, em cidades com até 200 mil habitantes, há dificuldades também na logística de outros produtos, como remédios e documentos. O aplicativo, que surgiu como uma solução de delivery de refeições, cresceu rapidamente e passou a entregar um leque ainda maior, incluindo documentos, compras de supermercado, farmácia, pet shop ou qualquer outra coisa que possa ser transportada por meio de motocicletas.

A estratégia de se posicionar como uma startup de logística last mile - última etapa da entrega, que leva o produto até à mão do cliente - deu certo e o Alfred Delivery apostou numa nova identidade visual, trocando o vermelho, mais associado ao ramo alimentício, pelo azul, que costuma estar ligado à eficiência e agilidade. Hoje, estão presentes em mais de 160 cidades, em 22 estados e Distrito Federal, faltando apenas a região do Acre, Alagoas e Amapá para conquistar 100% de presença nacional.

O Alfred Delivery torna-se um apoio diário para lojistas de diferentes segmentos, que realizam a entrega por meio da plataforma O pedido vai para uma central e é disponibilizado para os entregadores mais próximos do local.

Expansão via licenciamento 

Para crescer e com o objetivo de atingir empreendedores com baixo investimento, o Alfred adotou como método de expansão um modelo de licenciamento, o qual privilegia o público da classe B e C. Com investimento inicial a partir de R$ 3 mil à vista, já é possível adquirir uma operação. Caso necessário, ainda é possível parcelar o valor em 12 vezes de R$ 250,00 no cartão de crédito. 

Sem a necessidade de grande infraestrutura, a operação é home-based, já que exige apenas o uso de internet e computador. Segundo Allan Nicola, o perfil das atividades do Licenciado é primordialmente comercial, uma vez que é possível contar com o apoio da matriz em todas as ações de treinamento e implantação. “O licenciado precisa ter vontade de fazer acontecer, lidar bem com o público e prospectar estabelecimentos comerciais locais e entregadores, que são prestadores de serviços”, completa.

Neste modelo, o Alfred Delivery já conta com aproximadamente 180 licenciados, com um faturamento médio de R$ 50 mil e lucro entre R$ 3 mil e R$ 15 mil mensais. O prazo de retorno do investimento é de cerca de seis meses. A plataforma já conta com uma rede de mais de 20 mil entregadores cadastrados, sendo que mais de 10 mil já estão ativos. 

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