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Investidor brasileiro está mais jovem, economista explica motivos

Aposentadoria incerta e avanço da tecnologia impulsionam entrada do jovem no mercado de investimentos

As mudanças na Previdência, que tornaram a aposentadoria um objetivo mais distante, e a tecnologia cada vez mais acessível, estão mudando o perfil dos investidores nos últimos anos. O brasileiro percebeu, desde cedo, a necessidade de investir pra garantir um futuro sem sustos. Levantamento da Bolsa de Valores brasileira (B3), mostrou que, em cinco anos, a média de idade do investidor brasileiro caiu de 48,7 para 37,9 anos. Do total de investidores, 62% têm menos de 40 anos e 12% do total de pessoas físicas que investem em ações não têm mais que 24 anos.

O economista e diretor financeiro do Popibank, Marcelo Pereira, explica que há vários motivos para este novo cenário, mas o principal é a facilidade de controlar as finanças na palma da mão. “Hoje em dia, com os aplicativos de celular, é possível realizar seus investimentos de forma rápida, simples e segura. Isso impulsiona os mais jovens, mais acostumados ao mundo digital, a se tornarem investidores”, afirma.

No passado, investir parecia algo distante, só para especialistas, mas a facilidade de acesso à informação ajudou a formar uma cultura de investimento. “Atualmente existem diversos blogs, canais e perfis nas redes sociais que são focados exatamente em descomplicar esse mundo e, como os jovens estão sempre conectados, aprendem mais rapidamente sobre os mais diversos tipos de investimentos, todos os seus detalhes e riscos”, pontua Pereira.

Média de idade do investidor brasileiro caiu mais
de 10 anos entre 2016 e 2021 (Foto: Freepik)

Tempo é dinheiro
No mundo dos investidores, quanto mais cedo se entra, maior é o ganho. “Quando o jovem descobre que, quanto mais tempo o seu dinheiro ficar aplicado, maior será o seu patrimônio, começa a investir desde cedo”, completa o economista.

Pereira conta que os mais jovens têm mais paciência e uma margem maior para errar, corrigir e aprender, diferentemente de uma pessoa adulta que já tem seu patrimônio fixado e menos “liberdade para errar”.

Aposentadoria
A dificuldade de acesso à aposentadoria após a reforma da Previdência é outro fator que impulsiona os jovens a investirem mais cedo. “Com as mudanças de regras, o jovem já pensa em não depender de aposentadoria. Isso faz com que ele busque investir para buscar uma velhice tranquila, com uma renda digna”, avalia o especialista.

Atenção com os riscos
Embora esse mundo dos investimentos seja uma ótima saída para os jovens construirem um patrimônio sólido, Pereira recomenda cautela. “É necessário ter alguns cuidados e responsabilidade com o seu dinheiro. Pesquisar, conhecer, entender as particularidades e os riscos é fundamental, ainda mais para quem pretende investir na Bolsa. Não adianta querer enriquecer de uma hora para outra. Isso não é possível. A pressa pode levar a erros e prejuízos”, alerta.

Reserva de emergência
O economista dá uma dica importante para quem quer entrar no mundo dos investimentos. “É importante fazer uma reserva de emergência que possa ser usada rapidamente, em caso de imprevisto, e só depois fazer aplicações de longo prazo, que são as que realmente vão fazer o patrimônio crescer”, conclui.


Marcelo Pereira é economista e diretor financeiro do Popibank

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