Tenho sinusite. Como saber se preciso de cirurgia?
O otorrinolaringologista responde em quais
casos é indicado uma intervenção cirúrgica
São Paulo, abril de 2022 - Quem sofre com sinusite conhece bem o
desconforto que é conviver com a doença. O nariz entope, começam as dores de
cabeça, o inchaço na face e aquela sensação de pressão ao redor dos olhos, na
testa e no nariz, além da febre, das dores no corpo e do mal-estar nos casos
mais graves. Tudo isso, porque a sinusite é uma inflamação dos seios da face,
região que apresenta secreção mucosa constantemente de forma natural e
imperceptível. Mas, pode ter o fluxo prejudicado quando existe uma alteração
anatômica, ocorre um quadro infeccioso ou alérgico no local.
Além de ser uma consequência de alergias
respiratórias, é muito comum que a sinusite se manifeste durante crises de
gripe, já que pode ser de causa viral também. A boa notícia é que existe
tratamento e cura, através de medicamentos em casos mais brandos, e até de
cirurgias em casos mais severos. Então, surge a grande questão: tenho sinusite.
Como saber quando preciso passar por uma intervenção cirúrgica?
Para o Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci,
otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo, o que determina a cirurgia como a melhor
alternativa é o histórico clínico do paciente.
“Inicialmente, o tratamento da sinusite
pode ser realizado como medicamentos, entre eles: analgésicos, antibióticos e
corticoides, com o objetivo de acabar com o processo infeccioso local. O que
acontece em alguns casos é que as crises ficam recorrentes, o organismo não
responde mais aos medicamentos e a infecção começa a atingir outras áreas da
face. O que torna o quadro mais complicado e revela a cirurgia como uma
alternativa promissora”, esclareceu.
A sinusectomia ou cirurgia de sinusite é
uma indicação para pacientes em que o processo inflamatório passa a afetar os
seios da face sem melhora com o uso de antibiótico, e em raros casos pode
complicar e atingir a órbita (olho) e até o sistema nervoso central. Nestes
casos, o médico otorrinolaringologista realiza o procedimento com anestesia geral,
por via nasal. A técnica endonasal é a mais moderna atualmente, que permite ao
médico realizar todo o procedimento através do auxílio de uma câmera e sem
cortes.
Durante o período pós-operatório é comum
que o paciente sinta dor na face, um pouco de obstrução nasal e pequenos
sangramentos. O ideal é que as recomendações médicas sejam seguidas à risca
para que o processo de cicatrização ocorra dentro do esperado.
“O resultado de toda cirurgia depende
muito da conduta do próprio paciente durante o pós-operatório. Eu costumo
orientar os pacientes a lavar o nariz com soro fisiológico em alto volume para
manter o local limpo e hidratado. Importante nos primeiros dias evitar a
exposição solar, e uma dieta com alimentos mais pastosos e frios. Tudo isso
ajuda muito o corpo a se recuperar e os tecidos se regenerarem”, enfatizou Dr.
Ricardo Dolci.
Normalmente, o médico libera o paciente
para voltar às suas atividades normais cerca de 10 a 30 dias depois da
cirurgia. O mais importante nestes casos é comparecer às consultas de retorno e
seguir as orientações de longo prazo, garantindo, assim, uma vida livre das
crises de sinusite.
Sobre o especialista: Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci é sócio da Clínica Dolci - Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Membro Titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologista e Cirurgia Cervico-Facial; Membro da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Doutorando pela Ohio State University (OSU/USA) e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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