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De aprendiz de costureira a dona de marca de moda fitness

No Dia da Costureira, conheça a história da empresária que começou costurando na sala de casa em Brodowski e hoje possui confecção que vende para todo o país

Madalena Martins, proprietária da Via Oculta
Divulgação

“Feito com amor e carinho, gostaria que olhassem como se fosse uma arte, porque é assim que eu trato”. Essa é a descrição que a costureira e empresária Madalena Martins faz das roupas que confecciona. Natural de Crixás, interior de Goiás, mudou-se para Brodowski bem pequena, com dois anos de idade, junto aos seus pais e sete irmãs, todas costureiras. De família humilde, aos 15 anos começou a trabalhar em uma empresa de confecção têxtil para ajudar em casa e hoje, possui mais de 30 funcionários em sua confecção.

A profissão de costureira, celebrada no dia 25 de maio é uma ocupação frequente nas famílias brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), existem 1,3 milhão de profissionais costureiros no país, sendo que 87% são mulheres. A categoria é responsável por movimentar R$ 4,5 bilhões por ano, o que corresponde a 5% do faturamento total do setor de vestuário.

E foi com a costura que Madalena viu sua vida mudar. Depois de casada e já com duas filhas pequenas, ela decidiu que não queria mais costurar para os outros, se arriscou, empreendeu e com 26 anos investiu todas as suas economias em quatro máquinas de costura, e na sala de casa mesmo começou a confeccionar. “Eu não dormia direito a noite pensando se conseguiria pagar as prestações das máquinas de costura que eram bem caras na época, mas foi a melhor decisão da minha vida”, conta Madalena.

A confecção cresceu, ficou conhecida e conquistou contratos com grandes empresas para produção de suas coleções. A empresária então construiu um salão para aumentar a produção, contratou funcionárias e viu o negócio deslanchar.  

De mãos atadas

Depois do crescimento, veio a queda. Um prejuízo causado pelo golpe de um grande cliente pausou os sonhos da costureira “Eu andei financeiramente uns sete anos para trás”, fala Madalena sobre o período conturbado. “Tive que arcar com as dívidas, foi necessário vender o salão, vender meu próprio carro e declarar falência”, conta.

No entanto, desistir da profissão e do sonho de ter sua própria confecção não estava nos planos. “Tive que vender tudo para recomeçar, minha filha já estava na faculdade e eu não podia parar, então fomos para um lugar alugado, menor, mais barato aonde eu ia trabalhar de bicicleta, pois tinha vendido o carro. Foi um período difícil, mas nunca desanimei”, explica Madalena.

Retomada

Em um salão menor e alugado, a nova confecção foi montada. Em 2008 a empresa voltou ao patamar de antes da queda mas desta vez, Madalena estava mais preparada, experiente e com mais visão de gestão.  “Quando a gente apanha, a gente aprende a bater, então eu pensava que precisava aprender com os erros para não errar mais”, fala a empresária. “Investi muito tempo de estudos no Sebrae, em outros cursos, em aprendizado e conhecimento”, conta.

Com muito orgulho Madalena fala sobre o que a confecção e a profissão de costureira trouxeram para sua família: “Consegui dar o estudo para as minhas filhas algo que eu não tive e que eu sempre sonhei em proporcionar” fala a empresária sobre as duas filhas, uma advogada e a outra médica.

Via Oculta

O sonho e a visão empreendedora de Madalena tornaram real o desenvolvimento de uma marca própria, a Via Oculta, que tem como principais produtos linha underwear e moda fitness.

O trabalho artesanal da costura, a atenção aos detalhes e a qualidade são diferenciais que a costureira, e hoje empresária de sucesso, faz questão de exaltar. “Eu busco transpassar o carinho e amor em cada peça, em cada coleção. E eu faço questão de compartilhar esse carinho e capricho para as minhas costureiras, porque eu já estive no lugar delas”, explica.

O próximo passo da empresária é fortalecer a sua marca, que carrega muita história, aprendizados e sabedoria com a inauguração de novas lojas “Eu acompanho tudo de perto desde a modelagem, até as vendas que agora queremos ampliar. Desejamos que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer nossas roupas e para isso teremos novos pontos de venda na região”, comenta a empresária.

Para celebrar o dia da costureira, comemorado no dia 25 de maio, Madalena deixa para suas colegas de profissão um conselho: “Acreditem nos seus sonhos e valorizem a nossa profissão que é nobre e requer muita dedicação. Conhecimento e aprendizado abrem muitas portas. A busca tem que ser constante”, finaliza.

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