Você conhece a diferença entre sinusite, gripe e rinite?
Otorrinolaringologista ensina como identificar
cada uma delas
São Paulo, maio de 2022 - Todos os anos é a mesma coisa: o
outono chega mudando o clima e traz com ele os típicos sintomas das doenças
respiratórias, como a coriza, congestão nasal, tosse e os espirros. As
temperaturas despencam, o ar fica mais seco, a poluição fica mais concentrada e
tudo contribui para o aumento dos problemas respiratórios, tanto virais como
alérgicos.
De acordo com a Organização Mundial de
Alergia, cerca de 30 a 40% da população mundial sofre com rinite alérgica. Já a
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial aponta
em seus dados que de 15 a 20% da população mundial apresenta sinusite. Isso sem
mencionar a gripe, que afeta milhões de pessoas todos os anos. Então, como
identificar qual a doença respiratória, diante de tantos sintomas em comum?
Para o Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci,
Otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo, as diferenças são poucas, porém perceptíveis,
principalmente quando o caso é de gripe.
“A gripe é uma doença viral, ou seja,
causada, na maioria das vezes, por um vírus chamado Influenza. Os sintomas
podem ser: febre, dores no corpo, fraqueza, tosse, congestão nasal e falta de
apetite. Sintomas típicos de um resfriado, contudo mais intensos”, explicou.
Diferente da gripe, que também pode
afetar a garganta e a laringe, a sinusite é uma inflamação que se restringe às
vias nasais e aos seios perinasais, cavidades localizadas abaixo dos olhos e ao
redor do nariz. Ela pode ser causada tanto por vírus, como por bactéria ou por
alergia.
“Além da congestão nasal, a sinusite vem
acompanhada de dor no rosto, principalmente nos seios da face, sensação de peso
no rosto, dor na cabeça, mau hálito e perda do olfato. E, geralmente, a
secreção nasal é amarelada ou esverdeada e a tosse piora durante a noite”,
esclareceu o especialista.
A rinite, apesar de também afetar as
vias nasais, tem origem e ação diferentes. Ela é uma condição alérgica que
causa inflamação nas mucosas nasais quando algum agente externo é considerado
um agressor do organismo. Nesses casos, micropartículas de poeira, ácaros,
pólen, pêlo de animais domésticos e até cheiros fortes, como de tinta fresca,
podem ser os causadores da doença.
“O paciente que tem rinite, geralmente,
já conhece sua condição e sabe o que provoca sua alergia. O que acontece é que
no inverno o ar fica mais seco e as mucosas nasais também, com as partículas se
espalhando mais facilmente, as chances de uma crise são bem maiores. Por isso,
o ideal é manter uma ingestão de água adequada, e lavar e hidratar o nariz
diariamente com soro fisiológico. Esse é o melhor preventivo para os
alérgicos”, ressaltou Dr. Eduardo Dolci.
Além dos espirros constantes, da
congestão nasal e da coceira nos olhos, nariz e garganta, a rinite não vem
acompanhada de febre e a coriza é transparente. O que a diferencia da sinusite.
Seja qual for a doença respiratória, os
bons hábitos podem ser a melhor alternativa para fugir delas. O recomendado é
lavar bem as mãos várias vezes durante o dia, evitar levar a mão à boca, ao
nariz e aos olhos, manter uma boa hidratação, uma alimentação saudável e deixar
os ambientes mais umidificados e arejados.
Sobre o especialista: Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci é sócio da Clínica Dolci Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial; Membro eleito da Comissão de Residência e Treinamento da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; Membro titular da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face. www.facebook.com/clinicadolci
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