Em maio, valor médio da Cesta Básica aumenta em sete das oito cidades pesquisadas
Tendência de aumento de preços continua, porém
em patamares mais baixos
Junho de 2022 - O valor médio da cesta
de consumo básica de alimentos de maio/22 aumentou em relação ao mês anterior em sete das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de
Consumo HORUS & FGV IBRE, com aumentos que variaram de 0,7% a 2,8%, em
patamares bem inferiores aos verificados no mês de abril, de 5% a 10,7%.
As maiores altas foram registradas em Fortaleza (2,8%), Manaus (2,5%) e Salvador (2,5%), em relação aos valores
de abril/22. As capitais Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram as menores altas, com 0,7% e 1,4%, respectivamente.
A cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 891,21), seguida pelas de São
Paulo (R$ 879,94) e Fortaleza (R$ 788,03). Por outro lado, as capitais Belo
Horizonte (R$ 614,60), Manaus (R$ 665,04) e Brasília (R$ 704,15) registraram os
menores valores.
Dos 18 produtos
da cesta básica, cinco apresentaram aumento de preço em todas as capitais.
As maiores altas foram no Leite UHT,
legumes, massas alimentícias, margarina e manteiga, dentre outros listados nas
tabelas abaixo.
Todos os produtos listados acima
apresentaram aumento de preços também no mês anterior, porém em níveis mais
altos de variação, indicando que a tendência de alta permanece, porém com leve
desaceleração.
O aumento do preço do litro de leite
UHT, por exemplo, que em abril variou entre 8% e 15%, neste mês apresentou
variação máxima de 6,4%. Dentre as razões para sucessivos aumentos está a alta
do preço internacional das commodities, especialmente do milho e da soja, que
têm elevado o custo de produção do leite e de seus derivados.
O preço do frango também tem sido
afetado pela alta do preço do milho, usado na ração animal, aumentando seu
custo de produção.
Já os preços das massas alimentícias
foram impactados devido ao aumento internacional do preço do trigo, decorrente
da guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto.
Os problemas climáticos têm sido o
principal motivo de aumento de preço do feijão e do café, devido à quebra de
safras e consequente redução da oferta no mercado.
Os legumes continuam apresentando altas
de preços na maior parte das capitais, pressionados, principalmente, pelo
aumento dos preços da cenoura, do tomate e da batata, que têm sido impactados
pelas fortes chuvas que prejudicaram a colheita nas principais cidades
produtoras desde o fim de 2021. O mesmo vale para explicar a alta do preço das
frutas.
Cabe destacar que, mesmo com a
estabilidade dos fatores climáticos ao longo do ano, a guerra também deve
contribuir para que os preços desses produtos, que vêm das lavouras do campo,
se mantenham altos.
“A Rússia é um dos principais
exportadores de fertilizantes do mundo, e o Brasil depende fortemente daquele
país para o fornecimento desse insumo largamente utilizado nas lavouras, o que
tende a aumentar os custos de produção e, consequentemente, a pressionar os
preços de legumes, frutas e verduras para cima”, diz Luiza Zacharias, diretora
de Novos Negócios da HORUS.
A variação acumulada no valor da cesta
básica, nos últimos 6 meses, foi diferente entre as capitais, variando de 9,5%
no Rio de Janeiro e alcançando 24,1% em Curitiba.
Os alimentos que mais subiram de preço nos últimos seis meses, em todas as capitais, estão apresentados na tabela a seguir. Os legumes lideram a lista.
Quando
se considera a cesta de consumo ampliada, que
inclui bebidas e
produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve um aumento no valor médio em todas
as oito capitais
analisadas. As
capitais que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada foram São Paulo
(R$ 1.831,80) e Rio de Janeiro (R$ 1.831,17), praticamente empatadas. As maiores altas no
valor da cesta ampliada foram registradas em Manaus (3,4%) e Salvador (3,1%).
Na
cesta ampliada, destaca-se a elevação de preços de praticamente todos os
produtos em todas as capitais. Dos
33 produtos da cesta ampliada, 24 tiveram aumento de preço em todas as cidades, com destaque para derivados do leite.
Há aumentos, em todas as capitais, nos
derivados do leite, e na batata congelada, reflexo da alta do preço da batata
in natura. Produtos de higiene e limpeza também tiveram elevação, impactados,
principalmente, pelo aumento do preço do petróleo e da energia elétrica.
Em suma, maio de 2022 se apresenta como
um mês em que a inflação do supermercado continua presente na vida do
brasileiro, espalhada em muitos dos produtos pesquisados, porém em níveis menos
acelerados de alta, em relação ao verificado no mês anterior.
Sobre a Cesta
de Consumo HORUS & FGV IBRE
A HORUS Inteligência de Mercado (https://www.ehorus.com.br/) e o Instituto Brasileiro
de Economia da Fundação Getulio Vargas - FGV IBRE (https://portalibre.fgv.br/) se uniram para lançar a
plataforma Cesta de Consumo. O serviço monitora a variação de preço de duas
cestas de consumo típicas brasileiras pela análise da leitura mensal de mais de
35 milhões de notas fiscais: a Cesta de Consumo Básica, que conta com 22 alimentos básicos com maior presença nas compras do shopper, e a Cesta de
Consumo Ampliada, contendo mais
de 50 produtos de consumo, incluindo bebidas e
itens de limpeza, higiene e beleza.
A plataforma, que pode ser acessada no link https://cestaconsumo.ehorus.com.br/ monitora a variação e o comportamento dos preços nas oito maiores capitais brasileiras em população - Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo -, e os produtos e quantidades analisados variam conforme os hábitos de consumo locais.
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