O que "Top Gun - Maverick" tem a nos ensinar sobre o futuro da automação?
*Por Eduardo Camargo, CMO da Guiando
Em meio a uma onda de remakes e
continuações duvidosas que marcaram época no cinema, o filme “Top Gun –
Maverick” está de volta. O longa, que retornou após hiato de três décadas tem
chamado a atenção da crítica, pois além de apresentar as já aguardadas cenas de
ação de tirar o fôlego, encontrou espaço para abordar dramas pessoais do
protagonista.Até mesmo o futuro da relação entre o piloto e seu avião são
questionados na trama.
Superando expectativas, a sequência de
“Top Gun” rendeu 97% de aprovação no Rotten Tomatoes – a maior nota de um filme
de toda a carreira do ator Ton Cruise. No entanto, outro fato chama a atenção
na trama. Apesar de audacioso, o personagem insubordinado gera situações que
coloca sua vida em risco, incomodando o seu superior, que pondera que os dias
de pilotos de testes com humanos estão contados, dizendo“não existe mais futuro
para você!”. A partir de então, são listadas razões do porque o futuro está na
automação: “Um robô não para pra comer, não precisa dormir, não vai ao banheiro
e é obediente com as ordens dadas”.
Mas, afinal, será que essa ideia trazida
pela ficção está tão longe de se tornar realidade?De acordo com o estudo
"Mobilidade do Futuro", da Allianz Partners, esse cenário deve se
tornar realidade até 2040. O objetivo é construir um futuro sem acidentes e
mortes no trânsito, seja aéreo ou terrestre. Consequentemente, isso impactaria
também na agilidade da mobilidade, uma vez que não haveriam mais
engarrafamentos causados por acidentes decorrentes do excesso de velocidade,
embriaguez, distrações de motoristas, entre outros. Ainda segundo o
levantamento, a estimativa é que a maioria da população não terá mais carro
particular, tornando-se assinante de mobilidade.
O futuro da automação
De olho no futuro e também nas finanças,
as empresas estão cada vez mais atentas aos avanços da automação de veículos.
Dados do Oliver Wyman Forum apontam que, até 2030, o mercado mundial de
mobilidade deve crescer cerca de 75%, saindo de US$14,9 trilhões em 2017, para
US$26,6 trilhões em 2030.
Contudo, há muito chão pela frente até
que os pilotos se aposentem, afinal, um dos entraves no avanço da automação é a
legislação. Antes desse cenário se tornar realidade, será necessário mudar as
leis dos países. Neste processo, o carro terá de provar que sabe lidar com as
situações mais adversas, comprovando ser mais seguro que a direção humana.
Neste contexto, além da provocação que o
filme “Top Gun – Maverick” nos traz, uma coisa é certa: a questão não é mais se
um dia teremos veículos automatizados tomando os céus e as ruas, mas quando
isso acontecerá. A tecnologia tem avançado e a automação já faz parte da nossa
rotina em vários segmentos como: indústria, contas a pagar e até mesmo a
própria sinalização do trânsito já é feita de forma autônoma.
Embora muitas atividades já estejam
sendo feitas de forma autônoma, grandes nomes da tecnologia como Peter Thiel,
autor do livro “De zero a um”, apresentam uma visão do futuro, onde a
robotização continuará contribuindo no aumento da escala de processamento, mas
que nunca deixará de depender de um direcionamento estratégico humano. Ou seja,
não haverá demissões, e sim um remanejamento das atuais funções, diminimuindo
as atividades operacionais e convertendo para cargos mais analíticos.
É provável que o piloto já tenha se
aposentado muito antes de ser substituído por máquinas. Até lá, quem começa a
voar alto e ganha cada vez mais espaço são os times de TI que trabalham duro
para construir um futuro mais ágil, eficiente e seguro. O futuro da
automação já começou e não vai demorar muito para a vida imitar a arte.
Eduardo Camargo é sócio e
CMO da Guiando, empresa especialista em desenvolvimento de tecnologias
inteligentes para gestão automatizada de faturas.
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