3 razões para investir em Fundos ESG para Pedro Salmeron, da FIDD Group
CEO e co-fundador da empresa fala sobre a
modalidade de investimento e esclarece dúvidas
Pedro Salmeron, CEO da FIDD Group – Crédito
Marcela Zegman
1. O que faz as empresas investirem cada
vez mais em Fundos ESG?
Pedro Salmeron: O ESG Investing é baseado na
premissa de que fatores relacionados ao ambiente, sociedade e governança são,
apesar de intangíveis, ligados diretamente ao resultado positivo ou negativo
das companhias. Uma instituição que adere devidamente aos padrões ESG pode não
somente apresentar uma vantagem competitiva diante das demais, mas contar com
impactos financeiros significativos. Isso se deve ao fato de que, para uma decisão de investimento, são
consideradas as informações das empresas a respeito do tema e, dessa forma, é
possível “conhecer” melhor e analisar seus propósitos, valores e suas
estratégias.
A importância cada vez maior desse
comprometimento e seu impacto positivo na produtividade e lucratividade das
empresas, junto à discussão em alta sobre o tema, têm popularizado esses fundos
globalmente. De acordo com um estudo recente do Bank of America, de cada US$ 3
investidos em fundos em 2021, US$ 1 foi destinado a esse tipo de ativo. A
pesquisa aponta ainda que os investimentos nesses tipos de fundos cresceram
cerca de 73% no último ano.
O tema de ESG no mundo de investimentos
é na verdade a resposta que a indústria de fundos está oferecendo para um
movimento mundial que é movido basicamente por consumo. O consumidor cada vez
mais irá procurar produtos que tenham um apelo sustentável. Isso vai desde o
consumo de alimentos até o de produtos financeiros.
2. Fundos de ESG investem em empresas
comprometidas com os pilares ESG adotando medidas em quais âmbitos?
É baseada basicamente nos pilares no
inglês de Environmental, social and corporate governance, adaptado ao português
de Ambiental, Social e Governança. No detalhe, o âmbito Ambiental se refere ao
uso de recursos naturais, emissão de carbono e poluentes, tecnologia limpa,
mudanças climáticas, proteção da diversidade e desmatamento.
Já o Social, o foco é em políticas e relação de
trabalho, privacidade e segurança de dados, políticas de inclusão, gênero e
diversidade, relações comunitárias, respeito aos direitos humanos,
oportunidades de treinamento e desenvolvimento.
E, por fim, a Governança com
estrutura, composição, independência e diversidade do conselho, honestidade
fiscal, combate a corrupção e suborno, remuneração executiva, lobbying e
estrutura para denúncias de irregularidades.
Vale lembrar que isso pode se dar em
várias camadas. Por exemplo, um Fundo pode alocar recursos em setores que sejam
indutores de mudanças, como energia limpa. Pode também investir em setores
tradicionalmente poluentes, mas nos quais as empresas investidas estejam,
comprometidas com despoluição ou fixação de carbono. Um fundo pode também
investir em linhas de crédito que gerem impacto em comunidades e reduzam
desigualdade. As possibilidades são muito amplas.
3. Como está a regulação quanto a esses
Fundos?
Nos EUA, os órgãos regulatórios se
preparam para regulamentar esses fundos. Já no Brasil, a legislação deu um
salto no último ano, com novas diretrizes vindas da Comissão de Valores
Mobiliários, do Banco Central e da Associação Brasileira de Entidades dos
Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), como atestar formalmente o
compromisso de que o investimento é sustentável, adotar ações regulares
compatíveis com o alcance e o monitoramento desse propósito e dar transparência
a essas características tanto ao investidor quanto ao público.
Temos uma visão que isso irá se
sofisticar cada vez mais, tanto na criação de padrões mínimos de ESG, na
estruturação dos produtos financeiros, mas também na avaliação dos efetivos
impactos. Ou seja, teremos mais fatores de avaliação do sucesso de um fundo que
não sejam só o retorno puramente financeiro. E sim, alguns investidores
decidirão suas alocações também por isso.
Sobre a FIDD GROUP
O grupo é composto por empresas de Serviços Financeiros fundada em 2019 com o objetivo de elevar o patamar na prestação de serviços para fundos de investimento, a FIDD quer trazer mais transparência e aplicar inovação efetiva para permitir o crescimento seguro e acelerado do mercado de capitais. Além disso, busca desburocratizar as atividades automatizando processos operacionais, utilizando seu tempo para fazer o que deve ser feito: diligência, controle e fidúcia. Dessa forma, os clientes e os parceiros podem focar no seu propósito, sem sobreposição de atividades, retrabalho e insegurança. Para isso, conta com excelentes profissionais com experiência desde acadêmica a de mercado, e, principalmente com vontade de construir e fazer diferente e melhor. A FIDD Group possui empresas com autorização pelo Banco Central do Brasil e pela CVM para atuar em Administração Fiduciária, Custódia, Controladoria e Escrituração de Fundos de Investimentos no Brasil. Outro destaque está em ser associado e aderente aos códigos de autorregulação pertinentes da Anbima.
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