Empresas de diversos segmentos começam a atuar também na área de Educação no Brasil
Fenômeno deve se consolidar ao longo dos anos,
mas especialista em EAD alerta que empresas devem ficar atentas às novas
tecnologias e demandas do segmento e investir na democratização do ensino
Empresas nacionais de diferentes
segmentos estão criando ramificações para atuar na área educacional, sobretudo
no ensino superior. A tendência que deve se consolidar nos próximos anos
abrange desde instituições financeiras, empresas de tecnologia até
cooperativas, entre outras. Entre as justificativas, além da ampliação dos
negócios é a de preparar e melhorar a formação dos alunos para o mercado
de trabalho e também vincular a marca da empresa à área educacional.
Porém, é necessário muita expertise para
atuar e entender a estrutura educacional, o setor, que é complexo, e
também as novas tendências tecnológicas de ensino. O alerta é feito por Gustavo
Rahmilevitz, CEO da Alumia Educacional, edtech e startup, que atua no segmento
de Gestão de Programas Online desde 2017, e atende empresas que querem atuar no
segmento de Educação, oferecendo um serviço, de modo amplo, que atenda todo o
ciclo de experiência do aluno.
“Não se trata apenas de uma aquisição de
uma universidade ou faculdade. É fundamental que as empresas que estão entrando
neste segmento façam uma imersão na educação, identifiquem gargalos, busquem
novas tecnologias para oferecer um ensino de excelência, que seja superior ao
modelo educacional que encontraram”, explica Gustavo.
O exemplo mais recente dessa migração
foi a XP Investimentos, que acaba de adquirir o Instituto de Gestão em
Tecnologia da Informação (IGTI), faculdade de ensino à distância focada nas
áreas de tecnologia e inovação e, com isso, entra com os dois pés na área de
Ensino Superior. A oferta da graduação começa em 2022 com três cursos nas áreas
de tecnologia. Outras, como as gigantes Amazon e Google, também já estão
atuando em educação.
Democratização do ensino - Para democratizar de forma efetiva o
ensino, Gustavo afirma que é fundamental as empresas investirem pesado no
modelo de ensino à distância. Ele explica que, segundo o Censo da Educação
Superior do MEC apresentado com dados atualizados até 2020, o número de alunos
que ingressaram nos cursos de graduação à distância foi, pela primeira vez,
maior que o total de vagas preenchidas no formato presencial.
“Com
mais de 2 milhões de estudantes, a EAD foi responsável por 53% das vagas
ocupadas em 6.116 cursos oferecidos, Isso comprova uma tendência de crescimento
da EAD bastante acelerada, irreversível e uma importante ferramenta de inclusão
para o ensino superior”, detalha.
Vale destacar que todas as empresas que entram no setor educacional
para oferecer cursos precisam de autorização do MEC, para que os mesmos sejam
oferecidos para os futuros alunos.
Exemplo que vem de Rondônia - Essa “invasão” no setor educacional não
fica restrita aos grandes centros. Exemplo disso é a Sicoob Credisul, primeira
cooperativa de crédito de Vilhena, na região Cone Sul de Rondônia, que já atua
na educação básica (infantil, fundamental e médio) desde 2006 através da
Cooperativa Educacional de Vilhena. Em 2021, a cooperativa adquiriu
integralmente a faculdade AVEC, instituição de ensino daquele município e já
este ano já organizou os vestibulares para os cursos de Direito, Administração
e Contábeis.
Outra modalidade - Há outra modalidade de atuação em que as
empresas podem atuar na Educação. São aquelas que trabalham em parceria com
instituições de ensino, sejam privadas ou públicas, para apoiar e incentivar a
implementação de políticas educacionais. Nesse segmento, temos o Itaú Educação
e Trabalho e o Santander Universidades, que este ano abriu inscrições para a
bolsa Santander Superamos
Juntos e vai auxiliar na manutenção dos estudos de 1.500 alunos de
universidades particulares conveniadas ao Santander. O valor total da bolsa é
de R$ 4 mil.
A Alumia Educacional atendeu o Instituto
Cultural Itaú, que migrou aulas presenciais para online, por conta da pandemia.
Entre outros cursos foram oferecidos, um atendidos para formação de professores
e uma consultoria no desenvolvimento do LMS
A Alumia vem investindo em EAD desde
2017. Com inovação em seus produtos, alavancou cursos de tradicionais
instituições de ensino como a ESPM, FECAP, UNIFEMM, Executive Academy,
Instituto Singularidades, FMP, entre outras. Nos próximos dois anos, o objetivo
da startup é estar dentro das dez maiores universidades do país, quintuplicar o
número de alunos impactados, torna-se referência em educação à distância e
trazer para o Brasil novos cursos internacionais.
Sobre a Alumia - Edtech que consagrou-se oferecendo um
modelo de negócio junto às instituições de ensino superior, no qual assume
todos os riscos e investimentos necessários para o lançamento e operação dos
cursos oferecidos. O sucesso e a popularidade da fórmula é tão grande que a
empresa recebeu, no final do ano de 2021, um aporte financeiro da Avenu, um dos
seus parceiros estratégicos e que lança a Alumia para o mundo, agora com cursos
da Saint Leo University, dos EUA.
No ano passado, a startup faturou mais de R$ 10 milhões e projeta aumentar esse faturamento ainda mais, agora em 2022. Com inovação em seus produtos, alavancou cursos de tradicionais instituições de ensino como a ESPM, FECAP, UNIFEMM, Executive Academy, Instituto Singularidades, FMP, entre outras. Nos próximos dois anos, o objetivo da startup é estar dentro das dez maiores universidades do país, quintuplicar o número de alunos impactados, torna-se referência em educação à distância e trazer para o Brasil novos cursos internacionais.
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