Agosto Branco: SBOC alerta para o câncer de pulmão em pessoas não fumantes
Devido a fatores genéticos, exposição à
poluição atmosférica e tabagismo secundário, doença em pessoas que nunca
fizeram uso de cigarro é cada vez maior
São Paulo, agosto de 2022 – A campanha “Agosto Branco” tem por
objetivo chamar a atenção da sociedade sobre a prevenção e os cuidados
necessários contra o câncer de pulmão, segundo tipo de tumor que mais acomete
os brasileiros. Estudos científicos mostram que o principal fator de risco para
o desenvolvimento desta neoplasia é o tabagismo. De acordo com dados do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão
diretamente associados ao uso de tabaco. No entanto, tem se observado um número
cada vez maior de pessoas não fumantes com a doença.
Informações do Centro para Controle de
Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC) revelam que de 10 a 20% dos novos casos
de câncer de pulmão têm acometido pessoas não fumantes. Estudos da mesma
entidade também mostram que o tabagismo secundário é responsável por cerca de
mais de sete mil casos naquele país. “Apesar de o tabagismo ser comprovadamente
uma das principais causas para o desenvolvimento do câncer de pulmão, pessoas
que nunca fizeram uso de cigarros também precisam estar atentas para o
desenvolvimento da doença, uma vez que o número de pacientes não tabagistas tem
representado uma parcela importante entre os que sofrem com o problema”, afirma
a Dra. Aknar Calabrich, médica oncologista e integrante do Comitê de Tumores
Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Alguns dos principais fatores para o
desenvolvimento do câncer de pulmão em pessoas não fumantes são:
- Tabagismo passivo (quando
alguém convive com um fumante e acaba inalando a fumaça do cigarro por
estar perto);
- Exposição à poluição
atmosférica (problema crônico em grandes metrópoles, como São Paulo);
- Fatores genéticos;
- Infecções pulmonares de
repetição;
- Doença pulmonar crônica;
- Idade avançada; e
- Exposição ocupacional a agentes
químicos como gases e metais pesados.
Tanto para fumantes quanto para não
fumantes, o câncer de pulmão costuma se apresentar da mesma forma, com sintomas
como: cansaço; tosse; expectoração com sangue; dor no peito; dificuldade para
respirar; rouquidão; perda de peso e de apetite. “Os sintomas do câncer de
pulmão podem se assemelhar aos de outras doenças, por isso, é importante buscar
auxílio médico imediato, caso o paciente apresente qualquer desses sinais.
Geralmente, os sintomas costumam aparecer quando a doença está avançada, ou
seja, quando o tumor invade as estruturas próximas ao pulmão ou se dissemina
para outros órgãos”, complementa Dra. Aknar.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
A prevenção ao câncer de pulmão depende
de fatores diversos. “Para prevenir o câncer de pulmão é fundamental evitar o
tabagismo, a exposição a gases e substâncias químicas de teor tóxico e à
poluição atmosférica. Além disso, alguns pacientes acima de 50 anos e com
história de tabagismo têm indicação de fazer tomografia de tórax de
rastreamento. Se um tumor for detectado precoce, maiores são as chances de cura
com o tratamento”, comenta Dra. Aknar.
O diagnóstico do câncer de pulmão é
feito por meio de exames de imagem como tomografia computadorizada, ressonância
nuclear magnética e PET/CT (tomografia por emissão de pósitrons), além da
biópsia por métodos como broncoscopia. “O tratamento do câncer de pulmão envolve
profissionais de equipe multidisciplinar e varia de acordo com o tipo e tamanho
da doença, podendo ser por meio de cirurgia para remoção do nódulo ou de partes
do órgão, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo ou a combinação dessas
modalidades. Somente com o diagnóstico preciso e noção de estágio da doença é
possível direcionar cada caso”, finaliza a médica.
Confira mais detalhes sobre o Câncer de
Pulmão no infográfico da SBOC, disponível para download aqui.
SOBRE A SBOC – SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 2,6 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da oncologia clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pelo médico oncologista Prof. Dr. Paulo M. Hoff.
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