dotART galeria apresenta exposição "Guirlandas para a Lua" com obras do artista plástico Cadu
ABERTURA SERÁ NO DIA 16 DE AGOSTO,
COM VISITAS GUIADAS PELO
ARTISTA ENTRE 16H E 20H
A dotART galeria abre as portas ao público para uma
nova exposição. “Guirlandas para a Lua”, do artista plástico Carlos
Eduardo Felix da Costa ou, simplesmente, Cadu, apresenta
cerca de 15 obras que celebram a relação entre
o homem e a natureza, o racional e o instintivo, o caos e o rigor. A
mostra individual inédita será lançada com visitas
guiadas pelo artista, no dia 16 de agosto, e fica disponível para visitação
gratuita até 1º de outubro.
O
nome da mostra intitula a série mais recente de Cadu, um ciclo de pesquisa
visual iniciado em 2018 e que agora é apresentado ao público. O conjunto
completo reúne trabalhos pregressos, cujos nomes pouco dialogam entre si, mas
que a contemplação oferece algum sentido.
“Sinto que encerro um ciclo, que tem a ver também com o novo momento da
pandemia. Estou muito otimista, confesso que ainda me surpreendo quando vejo
todas as obras juntas e é um prazer mostrar isso em Belo Horizonte, obras
inéditas e um conjunto nunca visto antes”, compartilha Cadu.
As séries que precederam e também fazem parte da mostra foram
“Tratores da Roma x Pistões do Méier”, “Ágata” e “O Monge Pierrot e o Náufrago
Nupcial”, que trazem territórios e personagens conceituais. Um arquipélago com
ilhas de litorais complementares, habitados enquanto inventados, que só agora
com o afastamento de quem visita nosso satélite, são compreendidos.
As “fases” desta migração carregam em comum o desejo de se
estar entre a pintura e o desenho. Entre o delicado do papel – em que
negociamos sua saturação ligeira com a crucialidade de gestos – e as
possibilidades quase infinitas que a tinta óleo e a técnica da marmorização
oferecem. Entre a precisão e a gestualidade, entre o caos e a ordem e entre a
afirmação da planaridade e o truque do volume, traçaram-se mapas. Tabuleiros de
gamão, labirintos e padronagens lentamente arredondaram-se, sugerindo órbitas e
feminilidade.
Sloterdijk (2016) rememora que na entrada da Academia de
Platão um aviso saudava os geômetras e desaconselhava o ingresso daqueles que
não o fossem. É conhecida a presença de um segundo alerta. De que se afastassem
os indispostos a viver casos de amor no interior do jardim dos teóricos, ou
seja, aqueles que se desviam da imanência de Eros não estariam aptos ao
entendimento da história das formas como um romance.
Para o artista, o caminhar por essas séries é uma trajetória
que se culmina em “Guirlandas para a Lua”, por isso há obras de cada uma delas.
Sobre a nova série, Cadu revela: “Lua é um lugar e alguém que partiu na
pandemia. Um luto vivido no recolhimento do atelier, que aportou esféricos
amuletos de adeus, lembrando que em tudo sempre há um lado luz e outro sombra.
E que quando curvadas as superfícies, todo fim é um fênico recomeço.
Conquistamos na proporção do abandono”.
Para ele, o ateliê, durante a pandemia, foi um local de cura,
onde se manteve são e saudável. Através desses trabalhos
conseguiu compreender melhor o momento que vivia, com mãos ocupadas e a cabeça
vagando menos, enquanto passava pela mesma situação de luto que milhões de
outras pessoas também viveram.
“Sempre trabalhei com a geometria, mas dessa vez a geometria
simbólica da esfera veio de maneira inconsciente, a forma esférica feminina de
acolhimento, essa força é refletida no meu trabalho”, completa.
Para Wilson Lazaro,
diretor artístico da galeria, a obra de Cadu está muito presente nesse fazer
como um gesto maior que o ser humano, como um criador acima de todos
construindo onde existe poesia, também a realidade, mas onde se concretiza no
lúdico exibido como um grande cinema, ao olhar.
“Eu
vejo o Cadu como um mágico, mas não só sobre a questão da pintura, mas sobre a
construção de toda a sua mágica que vem de uma pintura gestual. Que retorna a
questões de uma pintura desenhada para onde vem o pensamento de uma estrutura
que parte de um desenho pintura que desemboca no emocional interior de cada um.
Um baú de surpresas mágicas ou até uma cartola, onde abre e se despertam
encantos pendurados nas paredes”, revela.
A
prática de Cadu é marcada por uma abordagem transdisciplinar. Cada projeto emerge
segundo considerações conceituais não havendo uma pré-eleição de linguagens ou
técnicas. e são influenciados por temas ligados à sistemas, repetição, jogos,
tempo e circularidade. Recentemente, seu trabalho vem lidando com as
especificidades sociais, econômicas e ambientais dos lugares em que é convidado
a habitar por períodos de tempo. Esses trabalhos – muitas vezes em processos
co-participativos – divergem de um olhar turístico para uma abordagem
etnográfica dos fenômenos atuantes nestes contextos.
Sobre Cadu
Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, Mestrado
(2005) e doutorado (2013) em Linguagens Visuais pela mesma instituição.
Realizou o pós-doutorado no PPGAV UFRJ na linha de pesquisa Poéticas
Interdisciplinares. Artista plástico e professor pesquisador da PUC-Rio no
Departamento de Artes e Design onde coordena o LINDA – Laboratório
Interdisciplinar em Natureza, Design e Arte. Foi contemplado com a bolsa de
residência artística Iberê Camargo no London Print Studio (2001) e foi artista
visitante na Universidade de Plymouth à convite do Arts Council (Reino Unido,
2008).
Dentre as inúmeras mostras nacionais e internacionais de que
participou destacam-se a 7ª Bienal do Mercosul (2009), o 32º Panorama da Arte
Brasileira (2012), a 30ª Bienal de São Paulo
(2012), a 13ª Bienal de Istambul (2013), a 4ª Bienal do Fim do Mundo (2014), o
35º Panorama da Arte Brasileira, 3ª Bienal de Coimbra, entre muitos outros.
Sobre a dotART
A
dotART galeria foi criada pelo casal Feiz e Maria Helena Bahmed na década de
70, hoje dirigida por Leila Gontijo e Wilson Lazaro. É uma galeria de arte
pioneira na divulgação e promoção da arte em Belo Horizonte, no estado de Minas
Gerais, apresentando uma arte vanguardista com grandes apostas para o cenário
cultural da cidade como Volpi, Ianelli e Mabe e Tomie Ohtake.
Fez de
seu espaço um lugar para ser, pensar, produzir, experimentar, celebrar e
comercializar a arte de uma forma poética. Isso possibilita, ao longo de sua
trajetória, uma maior eficácia na relação entre o espectador e o objeto de arte
em foco.
Através
da sua programação de exposições constantemente, apresentou aos mineiros um
elenco de criadores com diferentes linguagens e suportes. Crê que cada objeto
de arte é um canal factível com potência de irradiar cultura, e amplia o seu
campo de ação ao estimular a rede de colecionadores, arquitetos, decoradores e
amantes da “Arte” com a qualidade e o frescor das criações dos seus artistas de
mercado primário entre artistas consagrados e novos bons grandes artistas, como
Marcos Chaves, José Damasceno, Efrain Almeida, Maria Fernanda Lucena, Laura
Villarosa, Elvis Almeida, entre outros.
A
larga experiência e seriedade na parceria com novos valores fizeram da galeria
também um posto avançado da produção mais atual da arte no Brasil e no mundo.
Ao longo desses 40 anos, vários artistas já passaram pela galeria, que tem um
acervo cuidadoso e especial que transita entre o acadêmico, moderno e o
contemporâneo
SERVIÇO:
Exposição
Guirlandas
para a lua – Cadu Felix
Abertura: 16 de agosto, com visitas guiadas e
conversas com o artista das 16h às 20h
Visitação:
de 16 de agosto a 1º
de outubro
Horário
de funcionamento: de
segunda a sexta, das 9h às 18h | sábado, das 10h às 13h
Local: dotART galeria (rua
Bernardo Guimarães, 911, Savassi, Belo Horizonte)
Entrada
gratuita
Informações: (31) 3261-3910
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