Aumento das taxas de juros: o que sua empresa deve fazer?
*Por Pedro Signorelli
Segundo dados do Banco Central do Brasil,
o Comitê de Política Monetária (Copom), em sua 248ª reunião, decidiu de forma
unânime pela definição da taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano.
De forma macro, o Copom atua subindo as
taxas de juros para diminuir a atividade econômica e com isso conter a
inflação. Com taxas de juros mais altas, o acesso ao crédito fica mais caro e
as pessoas acabam priorizando comprar itens mais essenciais. Sendo assim, o
consumo geral diminui, segurando os preços.
Do lado dos investidores, altas taxas de
juros significam uma melhor remuneração do capital emprestado ao governo, que é
um investimento com menor risco. Se um investidor consegue uma boa taxa de
retorno para seu dinheiro com baixo risco, por que ele vai arriscar seu capital
na economia real? Assim, diminui o investimento produtivo e tem menos dinheiro
circulando na economia.
No entanto, para as empresas, taxas de
juros altas tendem a desestimular os investimentos em processos produtivos,
porque há menos pessoas dispostas a consumir os seus produtos em função do
crédito mais caro.
Aliado a isso, períodos mais longos com
altas taxas de juros também desincentivam empresas a desenvolver novos
produtos, a contratar pessoas, comprar outras empresas, a abrir capital na
bolsa de valores, entre outros. Estes fatores externos prejudicam seu
crescimento, o crescimento de suas margens, gerando menos valor para os
acionistas.
Então, neste cenário, a empresa tem a
oportunidade de olhar para dentro e focar na melhoria de seus processos: o
famoso "fazer mais com menos". Isso não significa cortar custos de
maneira indiscriminada, mas priorizar temas que permitam a companhia entregar
mais rápido, com mais qualidade.
Para estas agendas, a ferramenta dos
OKRs - Objectives and Keys Results - Objetivos e Resultados Chaves -, é uma
ótima forma de comunicar as prioridades e alinhar todos em torno do que é
importante naquele momento, fazendo-os participar da forma de entregar estas
melhorias.
Os OKRs trabalham em ciclos curtos,
tipicamente de três meses. Desta maneira, a organização fica ligada nos
movimentos externos e é capaz de repriorizar os temas, uma vez que a economia
volte a aquecer, não se prendendo a metas anuais que já não atendem a
necessidade de adaptação que uma organização hoje precisa.
*Pedro Signorelli tem 20 anos de experiência no mercado corporativo, tornou-se especialista na implementação do método OKR. Em 2019, criou e fundou a Pragmática Consultoria em Gestão, com o objetivo de ajudar outras organizações em suas jornadas de transformação e gestão. Até o momento, desenvolveu mais de 60 projetos para empresas do Brasil e do exterior. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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