Estudo da PwC Brasil e Liga Ventures mostra que número de startups de varejo cresceu cerca de 18% em um ano
Setor ganhou impulso com mudanças nos hábitos
de consumo, que seguem aumentando o volume de compras on-line; comunicação e
relacionamento com cliente é a categoria com mais negócios no segmento
Luciana Medeiros/Foto divulgação
Comprar on-line já era uma realidade dos
consumidores brasileiros, mas a pandemia da Covid-19 fez com que a quantidade
de pessoas que preferem fazer compras pela internet aumentasse. Esse movimento
é um dos principais fatores que refletem no mercado de startups de varejo no
Brasil. De 2021 para este ano, o segmento teve aumento de 17,85% no número de
empresas. O dado faz parte do levantamento “A evolução das startups no setor de
varejo”, organizado pela Liga Ventures e PwC Brasil.
Para realizar o estudo, foi utilizada a
ferramenta Startup Scanner e analisadas 373 startups ativas desse setor. Do
total avaliado, 69% têm como público outras empresas, ou seja, operam no B2B
(business to business). “Nossa mais recente pesquisa de consumo, a Global
Consumer Insights Survey, mostra que 70% dos brasileiros aumentaram as compras
on-line durante a pandemia e 55% deles devem aumentar ainda mais neste segundo
semestre. Esse empoderamento tecnológico alerta as varejistas quanto à
necessidade de aprimorar a experiência do cliente com investimentos em omnichannel
e personalização”, afirma a sócia da PwC Brasil, Luciana Medeiros.
Segundo o levantamento, a maior parte
das startups de varejo oferece soluções de comunicação e relacionamento com o
cliente (são 10,2% delas) no Brasil. As outras seis categorias analisadas com
maior representatividade no estudo são: criação/personalização de e-commerce
(7,8%); gerenciamento de loja (6,7%); meios de pagamento (6,2%); análise de
dados (5,6%); gestão de estoques (5,1%) e experiência do cliente (4,3%).
“Entre as categorias que apresentaram
maior crescimento de 2017 para cá destacam-se: criação e personalização de
e-commerce; gestão de estoque e experiência do cliente. Porém, ainda que
registremos o aumento da quantidade de startups de varejo, desde 2017 temos percebido
retração no número de novos negócios. Das empresas ativas analisadas pelo
estudo, 15% foram criadas em 2017, 11% em 2018, 8% em 2019, 5% em 2020, 3% em
2021 e 1% em 2022, o que pode nos revelar que o mercado caminha para uma
possível consolidação”, comenta o “startup Hunter” e especialista em Varejo da
Liga Ventures, Diego Sanches.
Fusões e aquisições
O levantamento “A evolução das startups
no setor de varejo”, da Liga Ventures com a PwC Brasil, também analisou as
transações de fusão e aquisição registradas em 2021 e 2022. Nesse período,15
startups foram adquiridas com 13 empresas como compradoras. No total, foram 53
transações observadas, que movimentaram US$ 1,47 bilhão.
“O volume é considerável e tem sua
representatividade na economia. Os movimentos de fusões e aquisições nos ajudam
a entender a necessidade de aprimoramento da experiência do cliente, uma vez
que cerca de 34% dessas operações representaram investimentos feitos em
negócios da categoria de criação/personalização de e-commerce”, aponta Sanches.
Impacto no mercado de trabalho
Além de contribuir para a economia em
volume de transações de compra e fusão, o setor de startups de varejo tem
apoiado na geração de empregos. Pelo levantamento feito pela Liga Ventures e
PwC Brasil, entre 2021 e 2022, as empresas ativas analisadas registraram
aumento médio de 37% na força de trabalho: foram 5.115 novas vagas abertas.
“Esses dados nos chamam a atenção, ainda
mais se considerarmos os fatores internos e externos que o Brasil encarou nos
últimos meses e que tiveram consequências para o setor de varejo. É relevante
ainda o fato de 24% das empresas que analisamos terem tido um crescimento do
número de funcionários em mais de 50%. O que ainda precisamos salientar é a
representatividade de mulheres como executivas; elas são apenas 15% nessas
posições”, conta Luciana Medeiros.
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Sobre a Liga Ventures
A Liga Ventures é a maior rede de
inovação da América Latina com o propósito de gerar resultados e impacto,
conectando as melhores startups às empresas e a todo ecossistema empreendedor.
Criada em 2015, é pioneira no mercado de aceleração corporativa e corporate
venture. Ao longo dos anos, auxiliou na implementação de estratégia de inovação
aberta nos principais players de diversos setores do mercado brasileiro, tais
como Porto Seguro, Banco do Brasil e Unilever. Em seu portfólio, soma uma base
de mais de 32 mil startups, mais de 400 startups aceleradas e mais de 500
projetos realizados entre essas e grandes corporações. Também conta com o Liga
Insights, iniciativa de pesquisa e inteligência de mercado, cujo objetivo é
mapear tendências e startups que estão inovando nos mais variados setores. Já
são mais de 50 estudos, em temas como Saúde, AutoTech, Varejo, RH, EdTechs,
entre outros.
Sobre a Startup Scanner
A Startup Scanner, criada em 2020 pela Liga Ventures com apoio estratégico da PwC Brasil, é uma ferramenta que permite aos seus usuários monitorarem constantemente startups de diversos setores, participando de forma ativa na construção dos mapas. Utilizando de mapas dinâmicos, com atualizações constantes e com a curadoria da Liga Ventures, a ferramenta possibilita o acompanhamento das movimentações e novidades de cada setor. Atualmente, a Liga Ventures conta com cerca de 32.000 startups em sua base, sendo cerca de 5.000 monitoradas pela Startup Scanner e atualizadas de forma dinâmica.
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