Transplante de medula óssea: bióloga imunogeneticista lembra que o cadastro de doadores é extremamente importante para ajudar os pacientes
Número de pacientes em busca de doadores não
aparentados atualmente é em média de 650 pessoas
Para quem aguarda por um transplante de
medula óssea, é fundamental ter um doador voluntário e que seja compatível.
Atualmente, segundo dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de
Medula Óssea (REDOME), o número de pacientes em busca de doadores não
aparentados, ou seja, doador voluntário, atualmente, é em média, de 650
pessoas.
O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), comumente chamado de
“transplante de medula óssea”, permite a substituição de um sistema
hematopoiético anormal, não necessariamente maligno, por um sistema
hematopoiético eficiente sendo, portanto, um tratamento efetivo para doenças
benignas, como síndromes de imunodeficiência, anemia aplástica, talassemia,
entre outros.
O sistema hematopoiético, responsável pela hematopoiese, ou seja, pela produção
das células sanguíneas, é composto, basicamente, pela medula óssea e órgãos
linfoides (baço, timo, linfonodos, entre outros).
Segundo a bióloga imunogeneticista Anna Paula Villela, do GHTN, embora esta
terapia seja o tratamento de escolha para muitas doenças não malignas, grande
parte dos pacientes que se submetem a tal transplante constitui-se de
portadores de doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os
linfomas.
Existem dois tipos de transplante: o autólogo, pelo qual as células são
retiradas do próprio paciente (opção utilizada em casos que a doença não tem
origem na medula e, portanto, o tecido do paciente produz células saudáveis), e
o alogênico, em que as células são doadas por outra pessoa, podendo ser do
âmbito familiar (aparentados) ou não (não aparentados).
“Para a realização do transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas,
é necessário à identificação dos genes HLA (antígenos leucocitários humanos),
cuja função está diretamente relacionada a respostas imunológicas. A partir
desses exames, é realizada a escolha do melhor doador de acordo com a
compatibilidade dos genes HLA”, explica a bióloga, que também é Mestre em
Pesquisa Biomédica com ênfase em Imunogenética aplicada ao Transplante de
Medula Óssea pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A especialista complementa que a primeira opção de busca por um doador em
potencial é no âmbito familiar, pois, de todas as fontes de células potenciais
para o TCTH, o doador aparentado com os genes HLA totalmente compatível com o
receptor, continua contribuindo para as melhores taxas de sobrevida global e
livre de progressão do paciente.
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