Um olhar diferenciado para o processo de alfabetização
*Aline Soares Monteiro
A alfabetização se refere ao processo de
aprendizagem no qual adquirimos a habilidade de escrita, leitura e
interpretação. Esse conceito vai muito além, principalmente no ambiente de
educação infantil e no papel fundamental do professor, em um cenário de
infinitas possibilidades na formação dos pequenos indivíduos. Auxiliar no
desenvolvimento de novas habilidades é uma tarefa repleta de desafios.
Ao lecionar pela primeira vez, tive um
misto de sentimentos e achava que não iria conseguir ser como a minha primeira
professora, que foi uma inspiração inesquecível na minha vida e que influenciou
diretamente na minha escolha pela profissão. Desde então, muito mais do que
pensar em um método de ensino ou em uma maneira eficaz de aprendizado, o
professor responsável pela alfabetização deve também ser um agente de transformação
que transcende o espaço das salas de aula. Alfabetizar consiste na missão de
abrir novos caminhos dentro e fora do universo da escrita e leitura, afinal,
essa ação também diz respeito a como será a interação das pessoas na sociedade,
compartilhando saberes e experiências através da construção do conhecimento.
Entre algumas técnicas de alfabetização
infantil, é possível citar práticas com atividades lúdicas, que envolvam, por
exemplo, a realização da leitura de parlendas em sala de aula, mas que possam
ser transpostas em atividades que transformem a leitura em brincadeiras,
estimulando a criança no processo de associação de palavras, através da
ludicidade.
Também, é importante usar palavras de
apoio nessa fase da aprendizagem, assim, os alunos têm como pensar sobre o
valor sonoro e forma gráfica. Nesse contexto, é válido proporcionar um ambiente
adequado para determinadas atividades, que chamo de ‘cantos de atividades’,
como o canto com livros, outro com massinha de modelar, outro com recorte e colagem
e outro com objetos não estruturados, entre outros. Outra possibilidade é
promover uma leitura compartilhada, em que nessa roda podem ser usados livros
paradidáticos, dos autores Ruth Rocha e Roald Dahl, por exemplo, para que
aprendam novas palavras.
Promover um ambiente alfabetizador é
fundamental e a aplicação de cartazes na sala de aula tem essa funcionalidade.
Ensinar o nome dos colegas de classe e ter uma lista no formato de cartaz com o
nome de todos os alunos, o mesmo para as brincadeiras aplicadas, bem como datas
comemorativas, aniversários da turma, dentes decíduos - a primeira dentição com
20 dentinhos antes da troca permanente. Enfim, existem inúmeras possibilidades.
Poder contribuir com o desenvolvimento
de uma criança é entender que não há uma receita definida para a alfabetização,
mas que existem caminhos que podem ser trilhados, sempre colocando o aluno no
centro dessas ações. A primeira vez que vi uma aluna ler foi fascinante, ela
veio toda feliz com brilho nos olhos e queria ler tudo, é um sentimento tão
maravilhoso que não consigo nem descrever. O encanto de ser alfabetizado é um
direito de todas as crianças. Uma frase que que levo sempre comigo nesse
processo de alfabetização é: “um
dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a
confiança na sua própria capacidade de pensar”, da Emília Ferreiro. A ação de
alfabetizar, está no incentivo à leitura, no estímulo à ampliação do
vocabulário e também no incentivo ao desenvolvimento do potencial de cada ser
humano.
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*Formada em pedagogia e psicopedagogia, Aline Soares Navarro é professora do Fundamental I da rede de escolas Luminova. |
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