Empresas e empreendedores devem se atentar ao registro de marcas e patentes
De acordo com as advogadas Mariana Polido e
Beatriz Tavares Martins, o registro é de suma importância para impedir o uso de
uma marca ou produto por terceiros
Mesmo com o fácil
acesso à informação na internet, muitos empresários e empreendedores não
conseguem compreender a importância do registro de marcas e patentes. Isso
acontece, principalmente, porque muitas dessas pessoas acreditam que o registro
é apenas mais um dos diversos processos burocráticos que existem no Brasil.
A advogada Mariana
Polido, especialista em Direito Civil que atua pela Duarte Moral, acredita que ainda não há
uma percepção clara das consequências e prejuízos que a ausência de registro de
marca pode trazer. “É importante que as pessoas saibam que o registro da marca
protege os interesses de empresas e produtos em relação à exploração de
terceiros. Além disso, a marca é a forma pela qual determinado negócio é
identificado pelos consumidores. Neste aspecto, é importante ter em mente que,
tanto o consumidor intermediário quanto o final buscam uma boa experiência de
compra e irão atrelar à marca todos os aspectos positivos e negativos daquela
empresa ou produto. O registro da marca garante a sua identidade no ramo de
atuação, ganhando visibilidade frente à concorrência”, relata.
Para Mariana é necessário
ter a compreensão de que o registro da marca não é uma despesa, mas sim um
investimento. “O não registro da marca pode gerar prejuízos ainda maiores, como
a exploração da sua marca por terceiros ou, até mesmo, a necessidade de criação
de uma nova marca, caso alguém a registre antes. Efetivamente, os custos devem
ser consultados diretamente com o INPI, pois sofrem variação e dependem de cada
situação. Porém, há descontos para microempresas e empresas de pequeno porte”,
revela.
Vale lembrar que o
registro de marcas e patentes são duas categorias completamente diferentes. “A
marca é um conjunto de significados que remetem a uma empresa, que identifica e
distingue produtos e serviços de outros idênticos ou similares como, por
exemplo, o nome de uma empresa, um desenho, uma imagem e outras simbologias
visuais. Por outro lado, a patente é um direito concedido a um inventor pela
sua criação. O item precisa ser novo, não óbvio para um especialista do ramo,
além de ter alguma aplicação industrial”, pontua a especialista em Direito
Civil.
Entre os anos de 2019 e
2021, os pedidos de registro de marca aumentaram 48%, com mais de 360 mil
marcas depositadas. (FONTE: Valor Econômico)
De acordo com Beatriz
Tavares Martins, advogada e especialista em Direito do Consumidor que também
atua pelo escritório Duarte Moral, o registro de marca tem validade apenas em
território nacional. “Por isso, para preservar uma marca no exterior, é
necessário replicar o pedido em qualquer outro país que faça parte do Protocolo
de Madri, tratado internacional vinculado à Organização Mundial de Propriedade
Intelectual (OMPI), que permite que o titular da marca tenha o seu pedido
analisado internacionalmente por países vinculados ao acordo”, relata.
A área de tecnologia,
como o desenvolvimento de software,
por exemplo, também deve dar atenção ao registro de marcas e patentes. “A
partir do momento em que o produto ou marca foi devidamente registrado, provar
que é o verdadeiro detentor de um conteúdo fica mais fácil. Além disso, o
registro junto ao INPI permite um melhor combate a fraudes, plágios, pirataria
e uso indevido do software”,
declara Beatriz.
Embora não seja
obrigatório, o auxílio de um advogado durante todo o processo de registro pode
ser algo de grande valor. “Isso porque o processo é burocrático e pede um
acompanhamento especializado, impedindo que o trâmite tome um tempo maior que o
esperado. Além disso, por envolver um aprofundado conhecimento técnico da
legislação de marcas e patentes, tanto em nível nacional quanto internacional,
é importante contar com um suporte jurídico para decidir se o pleito é viável,
qual agente será responsável pelo registro e potencial saneamento de dúvidas e
riscos envolvidos em todo o processo”, finaliza Dra. Beatriz
Sobre Mariana Polido
Atuante nas áreas do
direito administrativo, cível e ambiental, lida com diversos assuntos inerentes
à prática do Direito Público, incluindo causas de concursos públicos,
licitações e contratos administrativos, responsabilidade dos servidores
públicos, licenciamentos, desapropriações e terceiro setor. Durante a faculdade
dedicou-se ao trabalho em órgãos públicos como Procuradoria Municipal de São
Paulo e Ministério Público de São Paulo. Tem atuação ativa no mundo acadêmico,
se envolvendo com temas de Direito Público relacionados à inovação e
sustentabilidade.
Sobre Beatriz Raposo de
Medeiros Tavares Martins
A advogada, atuante há
seis anos nas áreas de direito do consumidor e direito médico, pós-graduada em
direito civil, já fez parte da equipe de grandes escritórios, dentre eles atuou
por cinco anos no jurídico do renomado escritório Demarest. A profissional
auxiliou clientes tanto nacionais quanto internacionais em demandas de
expressivo valor e enorme responsabilidade, como elaboração de contratos para adequação
de empresas a normas internacionais de aviação.
Atuante em temas que
envolvem a área da saúde, é conhecida por sua técnica e eficiência. Nos temas
referentes ao direito aeronáutico, participou de rodas de debate acerca da
criação de novas leis na IATA (órgão internacional de aviação) e dentro do
jurídico de companhias aéreas internacionais. Destaca-se também pelas suas
brilhantes peças processuais.
Sobre o escritório
Duarte Moral
A sociedade de advogados atua nas esferas familiar, direito do consumidor, empresarial, imobiliário, médico, público, licitações e propriedade intelectual. Para saber mais, acesse https://duartemoral.com/, redes sociais @duartemoraladv.
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