Aprender brincando: três atividades lúdicas que facilitam a alfabetização da criançada na escola e em casa
Especialista explica que promover dinâmicas com
movimentos corporais, ritmos e nomeação dos objetos não só favorece o
desenvolvimento cognitivo e amplia o repertório de conhecimento, mas também
cria vínculos importantes com pais e professores
Não é de hoje que estudos apontam que
o brincar é parte fundamental do desenvolvimento de qualquer criança, pois
despertam a curiosidade, a imaginação, o faz de conta, incentivam e motivam os
pequenos e, ainda, ajudam a reforçar estratégias de alfabetização. Nesse
sentido, podemos destacar algumas atividades que auxiliam neste processo e
contemplam melhores resultados, especialmente se forem adotadas na escola,
pelos professores, e em casa, pelos pais ou responsáveis.
“A aprendizagem depende de vários
fatores, como a motivação, o ambiente e o tipo de estímulo que é oferecido”,
destaca o psicopedagogo e especialista em educação infantil, Junior Cadima.
“É importante termos em mente que o
trabalho em parceria, entre escola e família, além de favorecer
significativamente a alfabetização, ajuda no desenvolvimento e na criação de
vínculos afetivos seguros, fator fundamental para uma boa aprendizagem. Se
todos os adultos que convivem com a criança tiverem esse olhar e compreenderem
a importância das atividades lúdicas na vida dos pequenos, todas essas ações
são potencializadas”.
Para Junior Cadima, três brincadeiras
podem colaborar de modo efetivo nessa construção pedagógica.
- Movimentos corporais
As brincadeiras que exploram os
movimentos corporais são fundamentais para a estimulação de diversas
habilidades, como o controle da força, o equilíbrio, a orientação espacial e a
consciência do corpo. Um exemplo é realizar brincadeiras de nomear as partes e
os lados do corpo.
O especialista aponta que esse tipo de
proposta é importante, pois ajuda na aprendizagem da criança no sentido de
diferenciar objetos grandes dos pequenos e na compreensão sobre o funcionamento
do tempo, como distinguir a sequência de fatos, por exemplo: ontem, hoje e
amanhã, o que é fundamental na organização das tarefas escolares. “As crianças,
ainda, conquistam a consciência corporal, o que envolve saber o que pode ou não
fazer com o corpo, assim como a habilidade de coordenação motora fina”.
- Ritmo
Já as brincadeiras com ritmo impactam
diretamente na ação de ler e escrever, pois estimulam habilidades, como a
capacidade de sequenciar, de perceber a velocidade (rápido e lento) do som e de
compreender mentalmente o espaço e o tempo para um movimento acontecer.
“Nesse sentido, é fundamental explorar
as brincadeiras rítmicas na Educação Infantil por meio de atividades musicais,
parlendas, cirandas e dança circular. Tudo isso auxilia na formação da nossa
consciência fonológica, ou seja, a capacidade de reconhecer a combinação entre
os sons, entendendo, por exemplo, que na palavra BO-LA há dois sons ou, ainda,
que na palavra MO-RAN-GO há 3 sons”, revela. “Outra maneira de trabalhar essa
consciência é por meio da rima, que é a repetição dos sons que acontecem no
final das palavras. Por exemplo: mão e pão; céu e papel; bola e cola etc”.
- Dando nome aos bois
A terceira estratégia recomendada pelo
especialista é a atividade de nomear os objetos. “Quando a gente ajuda a
estimular essa identificação, amplia muito o repertório de conhecimento da
criança. Aumentamos, também, o vocabulário. Sempre que estiverem em casa, os
responsáveis podem brincar com os pequenos apresentando e falando o nome de
diferentes objetos, seja do quarto, da sala ou da cozinha. Depois de
apresentá-los, incentive a criança a dizer o nome desses objetos. Essa ação
ajuda no resgate da informação, ou seja, é fundamental para a memória”, sugere
o professor.
Vale ressaltar que essa é uma fase em que as crianças estão a todo vapor para assimilar coisas novas, e ter esse estímulo de forma constante em todos os ambientes, com sinergia entre as ações no ambiente escolar e familiar, é fundamental.
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