O que você precisa saber antes de investir em uma franquia
Especialista dá dicas importantes para nortear a escolha de uma franquia e o fechamento do negócio
O setor de franquias segue em ritmo de forte expansão e deve fechar 2022 com alta de 12% no faturamento e um aumento de 5% na geração de empregos. Dados recentes da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o segundo trimestre deste ano já apresentou uma alta de 16,8% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado.
O que não faltam são opções. O Brasil tem mais de 3 mil redes de franquias em operação. “É incontestável que o setor está em expansão e muita gente tem procurado esse tipo de parceria para investir. A franquia pode encurtar o seu caminho para o sucesso, porque você já entra no mercado com uma marca consolidada, mas também pode dar enorme dor de cabeça se não houver muito planejamento e conhecimento do negócio. Nessas horas, é preciso tomar uma série de cuidados para que o investimento não vire frustração no futuro”, afirma o advogado especialista em Franquias, Leandro Bonvechio, do escritório BMF Advogados.
Aderir a uma franquia é uma boa opção para quem, inclusive, deseja empreender e não tem experiência, mas quer a segurança de trilhar um caminho sedimentado. “A primeira coisa que o interessado deve fazer é escolher uma atividade com a qual se identifique. Parece óbvio, mas tem gente que escolhe franquia muito técnica sem ter formação na área, acreditando que só a marca já vai ser suficiente para garantir o sucesso. O empreendedor vai ter que estudar muito sobre o tema e, enquanto não dominar o assunto, o que pode levar anos, vai ter mais gastos, porque precisará pagar um responsável técnico que faça a empresa andar”, comenta o advogado.
Advogado orienta cuidados ao analisar Circula de Oferta de Franquia
O segundo passo é conversar com os franqueados que estão operando no mercado. “Se você vai investir em uma franquia, precisa falar com quem está atuando para saber como é a dinâmica do negócio, a padronização visual, as compras de fornecedores, pagamento de royalties, entre outras obrigações do franqueado. Pessoas que já estão no negócio também vão dizer se a franqueadora dá a devida atenção e suporte a quem tem franquias. Ouça tanto os satisfeitos e insatisfeitos e pondere seus argumentos. Tudo isso antes de assinar o contrato”, explica Bonvechio.
O advogado explica que essa pesquisa pode trazer dicas preciosas. “Essa é a hora de descobrir em quanto tempo o investimento retorna, como é a propaganda da marca e as obrigações que o franqueado precisa cumprir. Você não precisa pedir os números do comércio para saber se vale a pena investir na franquia, mas descobrir se o processo de implantação foi difícil e se a franqueadora deu o suporte adequado, por exemplo, é fundamental para não se arrepender depois. Esses são dois indicativos importantes antes de investir um dinheiro que, na maioria das vezes, a pessoa passou a vida inteira juntando”, alerta.
Análise da COFO terceiro passo é fazer uma análise jurídica, um estudo da Circular de Oferta de Franquia (COF), documento que define as regras de operação da franquia. Essa circular contém informações importantes sobre uma franquia e deve ser entregue ao candidato a franqueado pelo menos 10 dias antes do fechamento do contrato.
O advogado Leandro Bonvechio
Entre as informações que devem, obrigatoriamente, constar neste documento estão o raio-x financeiro da rede; a descrição da franquia e do negócio; o perfil do franqueado; valores sobre investimento, taxa de franquia e gastos periódicos; relação de fornecedores; o que é oferecido pela franqueadora; as obrigações do franqueado e as ações que podem vir a gerar multa. “É uma espécie de raio-x completo do negócio que inclui informações até sobre os fornecedores. Por isso é fundamental verificar se a Circular de Oferta está de acordo com o que prevê a Lei de Franquia, que regulamenta a relação entre franqueador e franqueado”, afirma o especialista em franchising.
Bonvechio explica que essa análise técnica é essencial para evitar processos futuros. “O importante é negociar todas as cláusulas e condições com as quais, eventualmente, o franqueado não concorde. Em muitos casos as franqueadoras são flexíveis a alterações que definam melhor as obrigações de todos. A marca tem todo o interessem em ajudar a franquia a crescer, já que isso valoriza o negócio como um todo. Depois que todas as divergências sejam sanadas, tudo deve ir par ao contrato, que só então deve ser assinado”, completa Leandro Bonvechio.
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